Escrito por Lance!
A ansiedade deve guiar os passos de Tite até a Copa América. Em entrevista ao programa "Redação Sportv" nesta sexta-feira, o treinador mostrou-se ciente da responsabilidade que a Seleção Brasileira carrega quando entra em campo:
- Tem que ganhar (a Copa América). Tem que estar sempre assim. A seleção brasileira te exige isso - afirmou sobre a competição, que terá início em junho de 2019.
Tite ainda destacou que o rendimento na Copa América pode render consequências para seu futuro no cargo da Seleção:
- Se vier a ganhar, ótimo. Mas vai correr o risco de perder e ser demitido, sim
O técnico detalha que a realidade do futebol dá prioridade aos resultados:
- Não sou nenhum puritano, nem Poliana, para não saber que é preciso ter desempenho e resultado. Resultado antes de desempenho. Porque desempenho sempre vou ficar atento a ele, aumenta a possibilidade de vencer.
Segundo Tite, outro fator que pode pesar contra o atual trabalho da comissão técnica é a frustração brasileira na Copa do Mundo de 2018. E, ao final, reconhece:
- Nós trouxemos essa carga, inclusive, pelo que fizemos antes. Mas a Seleção esteve abaixo da minha expectativa
O técnico ainda falou sobre a situação de Fernandinho, que foi criticado pelo seu desempenho no Mundial de 2018. Tite acenou com a possibilidade de dar novo espaço ao volante, que marcou um gol contra na derrota por 2 a 1 para a Bélgica nas quartas de final.
- Ele, enquanto liderança é extraordinário. Não vou deixar que um lance atrapalhe tudo. Não sou bonzinho, ele é um atleta de alto nível, joga muito...
O treinador revelou que chegou a lidar com o "assédio" do mercado europeu. Segundo ele, três clubes procuraram
- Três clubes europeus vieram querendo conversando comigo. Não entra no detalhe que não vou falar os times. Mas falei ao Gilmar Veloz (empresário) e ele disse "eu nem vou chegar perto dele, ele não conversa". E nem abri o diálogo. Aconteceu antes da Copa.
TITE ADMITE ERRO NA OPÇÃO POR GABRIEL JESUS DURANTE A COPA
Em relação à Copa do Mundo, o técnico explicou sua decisão por manter Gabriel Jesus em vez de dar espaço a Roberto Firmino. E reconheceu que cometeu um erro de avaliação:
- As modificações têm que ser mais rápidas. Poderia ter feito. Havia três jogadores que estavam irregulares. Tinham momentos bons e que caíam. Firmino estava pedindo passagem, entrou como meia em um jogo, depois como "nove" no outro...
Além disto, falou sobre a dificuldade de montar a Seleção Brasileira na Copa:
- O timing disso é desafiador. Nós fomos para a Copa do Mundo com 12 jogos, e o Gabriel sempre bem, um dos destaques. Nunca o peguei em momento de baixa. Aí vamos para um jogo, a gente modifica taticamente, ele do lado e Neymar por dentro, ele dá uma sustentação com Coutinho por dentro, depois entra o Firmino por dentro e eu digo: "tenho variação importante com o Gabriel. Posso usar".