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Infectologistas opinam sobre presença de público em Brasil e Argentina, pelas Eliminatórias

Ao LANCE!, especialistas detalham como é 'evento-teste' e dizem que é necessária cautela diante da pandemia. Governo liberou 12 mil torcedores na Neo Química Arena no dia 5

 Governo de São Paulo afirmou que torcedores que forem ao estádio serão acompanhados pelos 15 dias seguintes ao confronto, que acontecerá no dia 5 de setembro (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
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A permissão do governo de São Paulo para que Brasil e Argentina, no dia 5 de setembro, na Neo Química Arena, tenha pública foi recebida com preocupação por infectologistas. O governo de São Paulo liberou nesta terça-feira (24) que até 12 mil torcedores poderão comparecer ao estádio. A partida, válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, é considerada pela secretaria estadual de Esportes como um "evento-teste" para o retorno da torcida às arenas.  

Médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Jamal Suleiman fez um alerta em relação à maneira como o Governo de São Paulo pretende conduzir os testes.

- A estratégia de permitir a entrada dos torcedores e eles serem acompanhados nos 15 dias seguintes me parece muito bem delineada. Só falta combinar com o vírus e com suas variantes, seja a Delta, seja a Lambda. É fundamental saber as pessoas que se encaminharem para o estádio estão desde o início da pandemia se cuidando, usando máscaras, seguindo os protocolos e tenham sido vacinados - declarou ao LANCE!.

A nota oficial do Governo não é explícita em relação à necessidade de comprovante de vacinação. A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, expôs no dia anterior a exigência de um "passaporte de vacinação" para entradas em estádios de futebol, feiras e congressos.

O Governo de São Paulo diz que torcedor que quiser assistir ao confronto na Neo Química Arena terá de apresentar um exame negativo para Covid-19 feito até 48 horas antes de Brasil e Argentina. Segundo nota oficial, pesou na decisão por um "evento-teste" o fato de São Paulo estar "com diminuição da ocupação de leitos de UTI para menos de 40% em todo o Estado e o avanço da vacinação".

Infectologista da Rede São Luiz, Raquel Muarrek aponta para a necessidade de um forte controle diante da ameaça da Covid-19.

- Os exames negativos na entrada do público são os padrões, mas a taxa de vacinação completa ainda está baixa. Além disto, é essencial normatizar algumas coisas. Por mais que o índice de transmissão esteja caindo, são necessárias medidas para evitar aglomerações e também ter mais cuidado com pessoas de determinadas faixas de idade - e destacou:

- Não sou contra a entrada, só acredito que os critérios têm de ser muito bem planejados. Até mesmo com a orientação de comprovação de teste de Covid-19 negativo, pode ter muita gente com baixo índice de transmissão levando o vírus para o estádio - completou.

Jamal Suleiman avaliou que o procedimento do "evento-teste" passa também por uma conscientização da população e por medidas dos governantes.

- As medidas precisam ser múltiplas nessa pandemia. Tendo vacina e o teste de Covid-19, não vejo problema em executar um "evento-teste", até para medir a circulação do vírus. As recomendações de trabalho com a vacinação, teste e o rastreio posterior são importantes para que a gente saiba como voltar à normalidade - afirmou.

A escalada da pandemia no país ainda exige protocolos bem fortes contra Covid-19.

- Ainda não temos condições de deixar de usar máscara no nosso dia a dia. A transmissão do vírus é por meio de gotículas - disse a infectologista da Rede São Luiz, Raquel Muarrek.

Médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Jamal Suleiman também ratificou que não é hora de deixar de lado o cuidado diante do vírus.

- O número de pessoas em leitos na UTI devido a Covid-19 está em menos de 40%. Isto não é nada de fantástico. Fantástico é não ter nenhum leito com pessoa que contraiu o novo coronavírus. Precisamos manter os cuidados, há variantes que escapam da imunização. Com o tempo, vai melhorar - declarou.

O confronto, que aconteceria em março, foi remarcado devido à escalada da Covid-19. Esta não será a primeira vez que o tradicional clássico terá torcedores neste período de pandemia. A final da Copa América, no Maracanã, vencida por 1 a 0 pela Argentina, contou com convidados.