O futebol brasileiro sempre foi marcado pela abundância de talentos ofensivos, mas o desafio de Carlo Ancelotti às vésperas da Copa do Mundo de 2026 é encontrar um centroavante capaz de assumir o comando do ataque da Seleção. Desde o Mundial do Catar, em 2022, onze jogadores já foram testados na posição, sem que um nome definitivo tenha se consolidado. A oscilação de Gabriel Jesus e Richarlison, camisas 9 das últimas duas Copas, abriu espaço para uma renovação que trouxe diferentes perfis ao setor.
Feliz no Brasil, Ancelotti se mostra disposto a ficar na Seleção até 2030
Richarlison, artilheiro da Seleção pós-Catar com seis gols em 14 partidas, ainda é visto como opção, embora sua produção recente com Ancelotti seja modesta: em quatro jogos, apenas duas titularidades e uma finalização registrada. A ligação pessoal do treinador com o atacante, com quem trabalhou no Everton, parece pesar a favor de sua permanência no grupo. Gabriel Jesus, por sua vez, soma cinco partidas desde 2022, mas sem gols, com uma única grande chance criada e pouca presença ofensiva, mantendo viva a discussão sobre sua eficiência com a camisa verde e amarela.
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Entre as novidades, João Pedro ganhou espaço. Protagonista no título do Chelsea no Mundial de Clubes, foi chamado por Ancelotti e já iniciou como titular contra o Chile, participando diretamente do gol de Estêvão. Em cinco jogos pós-Copa, ainda não balançou as redes, mas demonstra intensidade nos duelos e capacidade de segurar a defesa adversária.
Outro nome de destaque é Endrick, que acumula três gols em 14 partidas, mesmo com apenas duas titularidades. Com média de 130 minutos para marcar e 50% de aproveitamento em grandes chances, o jovem simboliza o potencial de renovação. Ancelotti foi treinador do jovem no Real Madrid, mas até agora não o convocou.
Matheus Cunha aparece como alternativa versátil. Nos sete jogos pós-Copa, marcou um gol e deu uma assistência, com números interessantes sob comando de Ancelotti: duas grandes chances criadas em apenas dois jogos e participação direta em construção ofensiva. Já Igor Jesus, em quatro partidas, mostrou eficiência: um gol, uma assistência e aproveitamento de 100% em grandes chances convertidas.
Entre as opções de menor utilização, Evanilson teve apenas duas partidas, com boas taxas de acerto no passe e intensidade nos duelos, mas sem presença marcante na área. Rony, Vitor Roque, Yuri Alberto e Pedro também foram testados, mas sem conseguir sequência. Pedro, apesar da média de quase 30 minutos por jogo, soma apenas um gol e nenhum duelo vencido em cinco tentativas.
O panorama revela um setor em ebulição, ainda carente de uma figura indiscutível. A Seleção, que sempre produziu camisas 9 lendários, busca em meio a essa disputa um atacante que combine presença de área, poder de decisão e adaptação ao modelo de Ancelotti.