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Izabella Giannola
São Paulo (SP)
Dia 16/06/2025
07:00
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Dizem que a infância e o amor no coração de uma criança são pilares de esperança. Com Larissa Piloto, de 13 anos, a relação com o São Paulo nasceu assim: espontânea, cheia de força. Hoje, ela é o xodó da torcida e considerada por muitos como um verdadeiro amuleto da sorte. Em meio à luta contra um câncer no cérebro, encontrou no clube um refúgio e uma fonte constante de energia para seguir em frente.

A doença foi diagnosticada quando Larissa tinha apenas cinco anos: um astrocitoma pilocítico. Entre internações e sessões de tratamento, o escudo tricolor no peito virou parte da rotina. Mesmo tão nova, já compreendia o que significava amar um clube. No hospital, assistia aos jogos e sempre estava com a camisa tricolor.

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— Eu descobri quando tinha cinco anos. Aí, a minha mãe contou que eu tinha um tumor na cabeça. E aí eu já pensei que ia ser o São Paulo que ia me dar força, que ia me deixar bem pra eu conseguir vencer o tumor. Eu assistia aos jogos com os médicos do São Paulo, ficava com a camiseta do São Paulo o dia inteiro no hospital — contou Lari, ao Lance!.

A relação cresceu com o tempo. Lari foi sendo acolhida pelo clube, e os jogadores a incorporaram de verdade no dia a dia. Ela chama vários deles de amigos, e são mesmo. Mesmo quando estão longe, fora do Brasil, fazem chamadas de vídeo, ligam, acompanham sua trajetória de perto e oferecem apoio sempre que podem.

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Em 2019, a conexão com o time ganhou um capítulo marcante. Na final da Copinha, Lari foi homenageada por todo o elenco. A iniciativa, liderada pelo zagueiro Diego Costa, levou os jogadores a rasparem a cabeça em solidariedade a ela.

O único que ainda estava com cabelo era o zagueiro Morato, que, no vestiário, pediu que a própria Lari raspasse sua cabeça. Para ele, foi algo simbólico — havia perdido uma irmã para a leucemia, e aquele gesto carregava um significado especial.

— Eu não sabia, e fiquei muito, muito feliz quando vi os jogadores raspando a cabeça. Aí eu raspei a cabeça do Morato. Foi uma coisa que eu sempre vou guardar no meu coração. Foi o melhor momento com o São Paulo. Fiquei muito feliz, porque foi no começo do tratamento e o Diego estava lá, me dando muita força. E até hoje ele continua me dando força. Eu amo muito, muito ele — disse Larissa.

Apesar de ser vista como um talismã do time, Lari acredita que é o São Paulo quem cumpre esse papel na sua vida.

— Eu fiquei muito feliz, mas são eles que são meu amuleto, não eu o deles. Porque são eles que me deixam muito bem, forte, feliz… Eles que curam minhas dores. São meus amadinhos — destacou.

Larissa tem uma relação de amizade com os jogadores (Foto: Reprodução/ São Paulo FC)

Lari tem uma relação com o Morumbis e o clube até hoje

Quase seis anos depois de ter conquistado o coração da torcida e dos jogadores, Lari mantém uma relação especial com o São Paulo. Presente em diversos momentos no Morumbis, o estádio chegou a ser palco de comemorações marcantes, incluindo dois aniversários celebrados ali, em meio ao clima único da casa tricolor.

— Eu tive dois aniversários no Morumbi. Foi incrível, mágico, com meus amigos — contou.

A conexão com os jogadores do elenco atual também segue forte. Larissa acompanha de perto a equipe e tem carinho especial por alguns nomes que, para ela, viraram verdadeiros amigos.

— Eu não tenho um jogador favorito, mas dos que estão jogando hoje no São Paulo, eu gosto muito do Pablo Maia, do Luciano, do Luan, do Calleri, do Arboleda e do Lucas Moura — disse.

Ao falar sobre o que o clube representa, Lari não hesita. Para ela, o São Paulo é sinônimo de força e acolhimento, mesmo nos momentos mais difíceis.

Larissa se tornou destaque na Copinha de 2019 (Foto: Divulgação/ São Paulo)

— O São Paulo representa tudo pra mim: força, fé, amor, felicidade, amizade… e um sentimento que nunca vai acabar — se declarou.


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