Em uma noite fria na capital paulista, Neymar retornou ao Morumbis após 13 anos, em busca de reviver mais um momento mágico ao lado da torcida santista.
Mesmo concentrado, o camisa 11 fez questão de se impor diante da arbitragem e dos adversários na vitória do Santos por 3 a 1 sobre o Juventude, na noite desta segunda-feira (4).
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Assim como na histórica semifinal do Campeonato Paulista de 2012, o time entrou em campo vestindo o manto azul turquesa, relançado nesta temporada.
No aquecimento, Neymar recebeu o carinho da esposa, Bruna Biancardi, e da filha, Mavie, diretamente do gramado, um gesto que refletia serenidade em meio à dura missão de liderar um time pressionado na zona do rebaixamento.
Desde o apito inicial, Neymar orientava os companheiros e, aos seis minutos, quase abriu o placar em cobrança de falta na entrada da área. Mais uma vez, assumiu o protagonismo nas bolas paradas.
Enquanto Gabriel Brazão operava milagres nos chutes de Gilberto, Neymar tentava transmitir calma ao elenco. Buscava a bola na defesa, acompanhava os passos de Rollheiser e articulava jogadas ofensivas com precisão e visão de jogo.
Atuando pela primeira vez na temporada na capital paulista, diante de 37 mil torcedores, o capitão santista desfilava pelos dois lados do campo, utilizando o que tem de melhor: sua velocidade e os dribles mágicos.
No pior momento da equipe, aos 20 minutos do primeiro tempo, o Juventude balançou as redes, mas o gol foi anulado por impedimento. Seria a terceira falha de Gabriel Brazão em três jogos consecutivos.
Na sequência, o Peixe quase sofreu o primeiro gol após cruzamento preciso de Neymar para Igor Vinicius, que Ruan Carneiro quase desviou contra.
A torcida santista silenciou, impaciente diante das tentativas frustradas de ataque e da crescente pressão do adversário, que finalizava com perigo de fora da área.
De alma lavada:
Com um novo visual, de tranças com detalhes em azul e combinando com o uniforme, Neymar comandava as principais jogadas ofensivas do Santos. Ao lado de Barreal, formou uma dupla que começaria a ser premiada a partir dos 39 minutos da primeira etapa.
Barreal finalizou cruzado, Ruan Carneiro espalmou e Neymar, no lugar certo, só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio. A comemoração contida passou a mensagem de um líder ciente do momento delicado vivido pela equipe.
Mas a tranquilidade durou pouco. No último lance do primeiro tempo, Wilker Ángel empatou o jogo. Porém, minutos depois, Neymar iniciou jogada com o argentino, que tabelou, passou por Rollheiser e Tiquinho, e, com desvio, encontrou Barreal, que tocou na saída do goleiro para recolocar o Peixe em vantagem.
Ao som de 'vai pra cima deles, Neymar', o camisa 11 desceu as escadas do Morumbis rumo ao vestiário com a responsabilidade de encarar mais 45 minutos, aumentando sua sequência de jogos — algo que não acontecia desde os tempos de PSG.
Na volta do intervalo, o Santos perdeu Rollheiser, substituído por Mayke. Barreal seguiu como principal parceiro de Neymar. O ritmo caiu, mas a vantagem construída no primeiro tempo permitiu ao time administrar a partida com inteligência.
Mesmo com o placar favorável, Neymar decidiu jogar mais adiantado e passou a apostar nas jogadas individuais. Ainda havia tempo para mais. Após Luca Meirelles sofrer falta, Neymar pegou a bola e se concentrou. Na sua forma mais característica — corridinha curta, chute rasteiro — deslocou o goleiro e marcou mais um.
Diferente da celebração contida do primeiro gol, correu em direção à torcida e, com a bandeirinha de escanteio nas mãos, exaltou o escudo do clube do coração.
Assim como há exatos 15 anos, na noite da conquista da Copa do Brasil de 2011, Neymar deixou o campo ovacionado. Com semblante aliviado, carregava no rosto o sentimento de missão cumprida — aumentando sua minutagem com a camisa do Peixe e reacendendo a esperança do torcedor santista.