Escrito por Lance!
O empate com o Paraná, no domingo, não deve passar de um susto, uma escorregadela. O Palmeiras continua com as duas mãos na taça e, mesmo com o Flamengo chegando mais perto, ainda tem chances de fechar a temporada com chave de ouro e comemorar em casa, na frente de sua inflamada torcida, amanhã contra o America-MG no Allianz Parque, a conquista do Brasileirão de 2018. Precisa vencer e torcer por um tropeço do Rubro-Negro e do Inter. Mas, afinal, o que o Palmeiras será? Deca ou hexa campeão brasileiro? As duas respostas podem estar certas, dependendo do ponto de vista. E isso não tem a menor importância na prática.
O leitor, em geral, não imagina contudo o quanto esse tema, entra ano e sai ano, provoca polêmica e divergências nas redações esportivas de jornais, sites, rádios e TVs de todo o país desde que a CBF, por mero cassuismo demagógico, diga-se de passagem, decidiu unificar os títulos nacionais, misturando alhos com bugalhos e colocando lenha na fogueira das paixões racionais (será que elas existem?) ou irracionais que só o esporte é capaz de despertar. Nem entre os que vivem o futebol por ofício existe um consenso sobre esse assunto
Mas vamos lá: o Palmeiras está prestes a chegar ao seu décimo título nacional pelas contas da CBF (serão 13 se somadas as três Copas do Brasil que o clube tem), isolando-se com todos os méritos como o maior campeão da história dos torneios tupiniquins. Só para não haver dúvidas, incluem-se aqui, já conquistados, cinco títulos do Campeonato Brasileiro em 1972, 1973, 1993, 1994 e 2016; dois da Taça Brasil em 1960 e 1967; e outros dois do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, também chamado de "Robertão", em 1967 e 1969.
Isso não significa, porém, que o Palmeiras seja deca campeão brasileiro. Não é. Ele tem, como se viu acima, cinco títulos do campeonato brasileiro, desde que começou a ser disputado oficialmente em 1971 com o Atlético-MG levantando o caneco pela primeira vez. O Palmeiras vai se tornar, portanto, hexa campeão brasileiro. Parece simples - e o é, de fato - mas jamais deixará de ser confuso na matemática futebolesca.
Na Europa, na Inglaterra, terra dos inventores do jogo, é assim que funciona. Um clube tem tantos títulos nacionais e tantos da Premier League, por exemplo. E o mesmo se repete na maior parte dos países onde campeonatos viraram ligas e fórmulas de disputa foram se transformando ao longo do tempo (bem menos do que aqui, é verdade). Ninguém reivindica título nenhum, é tudo preto no branco com os pesos e as medidas de cada um.
Estatísticas, rankings, listas de todos os tipos, das coisas do futebol às da política ou da economia, passando pelas celebridades, sempre alimentam discussões, mexem com a gente. Faz parte da natureza humana, competitiva e, por tantas vezes, com pitadas de inveja. Nada demais que seja assim. O que importa, contudo, no caso palmeirense, é ser mais uma vez campeão. O agora é o que vale. Cada titulo passa para história com uma marca. Pela qualidade do time, por um talento individual, pela superação ou a força da campanha. E o Palmeiras, antes de ser deca ou hexa será - ou quase já é - o justíssimo campeão brasileiro de 2018. Prepare-se então para comemorar a valer, torcida palestrina. Pois vencer, no final das contas, é o que importa de verdade. O resto é conversa de botequim.