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Cuidados médicos e técnicos ajudam Palmeiras a vencer altitude

Núcleos se unem para melhorar adaptação e contribuem para o sucesso na viagem que garantiu três pontos em La Paz e manteve os 100% de aproveitamento na Libertadores

Comissão técnica e Núcleo de Saúde (Foto: César Greco/Palmeiras)
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O triunfo do Palmeiras no retorno da Libertadores, na altitude de La Paz, na Bolívia, trouxe vários motivos para celebração no clube. A quebra de um tabu que já durava 37 anos sem que um brasileiro vencesse o Bolívar, na casa deles, e o fato do Alviverde ter conseguido superar os pesados efeitos dos mais de 3.640m para a prática do futebol de alto rendimento.

​Com um trabalho multidisciplinar entre a comissão técnica e o Núcleo de Saúde e Performance, o clube se preparou de forma muito específica para essa missão complexa. A vitória começou já no domingo (13), quando a delegação viajou para a Bolívia na busca de mais tempo para uma melhor adaptação ao local e seus efeitos.

​Aproveitando os três dias na cidade, o time de Vanderlei realizou dois treinos no Estádio Rafael Mendoza e conseguiu identificar melhor os problemas que a altitude poderia causar nos jogadores. De uma bola mais veloz até problemas de ordem médica que poderiam afetar o desempenho de todo o elenco.

- Cada dia a mais na altitude você apresenta melhores reações a esse fenômeno. Você começa a alterar metabolicamente seu organismo para ter os benefícios normais, climaticamente, do lugar onde está. Não foi empírico, já faço há alguns anos. Se você chega no dia, há o elemento surpresa, o jogador se assusta. Além disso, tem o fator psicológico, não há surpresa. Ele percebe nos treinamentos que não vai passar mal - explicou Antônio Mello.

Antônio Mello e Daniel Gonçalves (Foto: César Greco/Palmeiras)

Mello também era o preparados do Palmeiras na pré-Libertadores de 2009, quando o Palmeiras superou o Real Potosí, da Bolívia, por 2 a 0, nos quase quatro mil metros de Potosí, na Bolívia.

​- Tudo o que fizemos foi em cima da nossa experiência. Coordenamos junto à preparação física, médicos, fisiologistas, fisioterapeutas e nutricionista, expliquei da minha convicção. É um trabalho que pertence a todos e que facilitou para que a equipe entrasse em campo e não sentisse o desconforto da altitude. É simples, e às vezes o simples é sofisticado - completou Mello.

​Interdisciplinaridade em campo

​Daniel Gonçalves, coordenador científico do Palmeiras, endossou a celebração pelos resultados do trabalho prévio de aclimatação e todo o processo de aquecimento dedicado à altitude.

​- Jogar na altitude traz perda respiratória de 10% no mínimo e percebemos isso nos atletas. Mas há outros ganhos, como cinemática e dinâmica. Então a bola vai mais rápido, você tem chutes mais potentes, e os velocistas conseguem ter melhor desempenho - explicou.

Daniel Gonçalvez e o zagueiro Luan (Foto: César Greco/Palmeiras)

Aliando a experiência de Vanderlei Luxemburgo e Antônio Mello, que já fizeram isso anteriormente, com o embasamento científico do Núcleo de Saúde e Performance, o Palmeiras conseguiu se sair bem não só no resultado em campo, mas também nas percepções dos atletas.

​- Não se sentiram tão desconfortáveis, o departamento médico interveio quando surgiu algum sintoma leve. Quando você chega antecipadamente, adapta melhor os atletas a essas condições. Foi um planejamento transdisciplinar. Controle da nutrição, hidratação, tudo contribuiu para que conseguíssemos superar esse tabu - finalizou Daniel Gonçalves.