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Apatia, Aidar e Fla: em quase quatro anos, Nobre se enfurece pela 3ª vez

Avesso a polêmica e acostumado até a usar frases decoradas em entrevistas, presidente do Palmeiras mostrou irritação na última sexta. Foi só a terceira coletiva desta forma

(Foto: Jales Valquer/LANCE!Press)
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Não é comum ver Paulo Nobre elevar o tom de voz diante dos microfones. A entrevista coletiva dessa sexta-feira, em que o presidente do Palmeiras se exaltou ao dizer que não vai tolerar que o Flamengo faça pressão na arbitragem em meio à luta pelo título brasileiro, foi apenas a terceira em que ele "saiu da linha" desde o início de 2013, quando assumiu o cargo. Geralmente, ele se esquiva de assuntos polêmicos e até utiliza frases repetidas para isso.

Em agosto de 2013, Nobre se enfureceu com a derrota por 3 a 0 para o Atlético-PR, em Curitiba, que resultou na eliminação do Verdão nas oitavas de final da Copa do Brasil - o time havia vencido o jogo de ida por 1 a 0, no Pacaembu.

- É uma vergonha tomar de 3 a 0. As coisas não estão bem. Vamos ter que fazer cobranças duras, com jogadores e comissão técnica. Não faz o menor sentido o que aconteceu. Cadê o Palmeiras? Cadê o Palmeiras brioso que orgulha o torcedor? - esbravejou, na ocasião.

Quem estava no estádio naquele dia conta que Nobre começou a perder a paciência ainda no vestiário, ao notar que os jogadores não demonstraram o entusiasmo habitual na roda de oração que antecede a entrada em campo. 

O zagueiro Henrique, que na época era capitão do Palmeiras, declarou no dia seguinte que "o grupo ficou triste com a declaração do presidente, porque estão todos no mesmo barco e a responsabilidade é de todo mundo". A crise foi contornada, o técnico Gilson Kleina seguiu no cargo e o título da Série B veio com muita folga.

A segunda entrevista mais forte de Nobre aconteceu em abril de 2014, depois que o atacante Alan Kardec resolveu trocar o Palmeiras pelo São Paulo. O mandatário palmeirense considerou a postura de Carlos Miguel Aidar, então presidente do Tricolor, "antiética e sorrateira".

- Outros times me ligaram e falaram que teriam interesse no Kardec quando eu encerrasse a negociação. Agora, agir de maneira sorrateira é totalmente antiético. Os clubes são desunidos. Na hora de negociar contratos, somos fracos. De que adianta dar "passa-moleque" em alguém se você continua fraco? Quem ganhou a presidência no São Paulo é um dos mentores do Clube dos 13 e chega com essa atitude? A relação entre Palmeiras e São Paulo é péssima desde os anos 40 e com essa administração não será diferente. Somos éticos e não bonzinhos, e continuaremos com nossa política - disparou.

No dia seguinte, Aidar convocou uma entrevista para tripudiar. Disse que a entrevista de Nobre foi "patética", que "o choro é livre" e que o Palmeiras "se apequena ano após ano com manifestações dessa natureza". Desde então, o palmeirense prefere não entrar em detalhes quando questionado sobre clubes rivais.

Nesta sexta, já a poucos meses de deixar a presidência, Nobre foi à sala de imprensa acompanhado do diretor de futebol Alexandre Mattos e acusou o Flamengo de pressionar a arbitragem com frequência para se beneficiar no Brasileirão. Ele disse esperar "vergonha na cara" nas rodadas decisivas do Brasileiro.

Nobre deixará a cadeira da presidência em 15 de dezembro, quando Maurício Galiotte, seu candidato a sucessão, deve substituí-lo. Ele já recebeu a aprovação do Conselho Deliberativo, em uma espécie de primeiro turno das eleições. Em novembro, precisa ter mais de 50% dos votos na assembleia de sócios para ser eleito.