Núm3ros da bol4

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Invicto, mas sem convencer: o que falta ao Vasco de Valentim?

Time carioca ainda não perdeu na temporada, mas ainda busca consistência nos jogos

Equipe de Valentim quase foi eliminada na Copa do Brasil (Rafael Ribeiro/Vasco)
Escrito por

O empate em 2 a 2 com o Juazeirense e a quase eliminação precoce do time na Copa do Brasil - se salvou com um gol de pênalti aos 45 minutos do 2º tempo -, ligou um alerta no Vasco. Apesar de estar com um aproveitamento de 100% no Campeonato Carioca e ter avançado de fase na disputa nacional, o time de Alberto Valentim ainda não mostrou um padrão tático eficiente e nem consistência durante os jogos.

Das cinco vitórias no ano, quatro foram por 1 a 0, com duas delas nascendo em gols de pênalti. Aliás, dos 11 gols da equipe em 2019, três foram de pênalti e um de falta. Ou seja, somente sete nasceram de jogadas com bola rolando, sendo apenas cinco através de passes diretos entre companheiros. Uma média inferior a um por partida, muito pouco do ponto de vista coletivo.

No Estadual, por exemplo, até agora, o Vasco foi quem menos marcou através de assistências, com quatro, ao lado do Botafogo. O Fluminense, com 11, lidera, seguido pelo Flamengo, com nove. Números que mostram a dependência constante de um brilho individual para definir os jogos. Neste ponto, destaque para Marrony, artilheiro do time na temporada, e Maxi López, que voltou ao time titular marcando gol e dando assistência.

O jovem atacante, aliás, tem sido o grande nome da equipe. Foi com o garoto caindo pela direita, sendo apoiado por Cáceres - e às vezes por Thiago Galhardo ou Dudu -, que nasceram a maioria dos gols cruz-maltinos. Foi assim que o time venceu o Madureira, na estreia, marcou quatro vezes contra o Volta Redonda, conseguiu o pênalti contra o Fluminense e abriu o placar nesta quarta-feira, contra o Juazeirense. Pela esquerda, Marrony ainda sofreu o pênalti convertido por Maxi contra o clube baiano.

Apesar da falta de criatividade coletiva no ataque, é a transição entre defesa e ataque que mais preocupa. Entre os grandes, o Vasco é a equipe menos acertou passes no Carioca, com 1700, e o de pior aproveitamento, com 91,7%. É também o segundo que mais tenta lançamentos, com 166, apenas três a menos que o Botafogo, mas o que tem a menor porcentagem de acerto, com 37,3%. Ou seja, a equipe tem dificuldades para manter a posse com passes curtos, fazendo uso constantemente da bola longa, porém, tem tido um baixo rendimento no fundamento, o que compromete sua ligação. Contra uma equipe mais ofensiva, como o Fluminense, funcionou, mas contra os pequenos teve problemas para conectar estas ligações diretas. Foi assim contra o Juazeirense, neta quarta-feira, por exemplo.

A dificuldade para passar da defesa para o ataque pode ser vista ao olharmos para os números individuais. O jogador vascaíno com a maior média de toques certos no time no Carioca é o zagueiro reserva Ricardo Graça. Nas duas vezes em que esteve em campo, o defensor trocou 94 passes, obtendo a 13ª melhor média do campeonato - 47 p/j. Willian Maranhão, com 44, é o segundo da equipe e somente o 20º da competição, contando apenas os atletas dos quatro grandes. Raul e Lucas Mineiro, titulares neste início de ano, são apenas 25º e 28º, respectivamente. Andrey, peça-chave em 2018, é apenas o 69º, não tendo ainda disputado um jogo completo no Estadual.

E essa baixa participação dos volantes preocupa também na marcação. O Cruz-Maltino é, entre os grandes, o que menos roubou bolas no Campeonato Carioca. Segundo o Footstats, foram 57 desarmes certos da equipe, apenas um a menos que o Fluminense, time de maior posse bola, mas 41 a menos que o Flamengo, líder no quesito. Contra o Juazeirense, por exemplo, o gol marcado por Balotelli mostra bem o espaçamento que há entre a primeira e a segunda linha defensiva. Quando o centroavante ganha de Cáceres na força, não há nenhuma cobertura próxima para impedir o arremate, que acaba entrando nas redes de Fernando Miguel.

A volta de Willian Maranhão, titular no ano passado, pode ser uma opção para suprir essa carência. Na única partida que fez em 2019, contra a Portuguesa da Ilha do Governador, o cabeça de área roubou cinco bolas, recorde vascaíno até o momento e maior média do Carioca até o momento. Depois de Maranhão, Raul, com 1,3 desarmes por jogo, é o segundo volante que mais conseguiu recuperações de posse na equipe. No entanto, essa é apenas a 31ª melhor média do campeonato. Lucas Mineiro, com dois desarmes em 4 jogos (0,5/j), é somente o 60º. Lembrando que este ranking leva em conta apenas jogadores de Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense.

Passados 20 dias da estreia na temporada e com cinco meses de trabalho de Alberto Valentim, o Vasco tem definida a sua estrutura de jogo, com meias-atacantes abertos pelas pontas, dois volantes de chegada e um homem de criação mais próximo do centroavante, mas segue com dificuldades para dominar os jogos, seja através da posse de bola ou de uma maior agressividade ofensiva. É o terceiro entre os grandes que menos finalizou no Carioca (73 tentativas) e o de pior porcentagem de acertos, com apenas 34%.

Disputados seis jogos, o Vasco ainda é uma equipe estática em campo, de pouca aproximação entre os jogadores e refém de individualidades ou lampejos coletivos. Com exceção da boa partida contra o Fluminense, principalmente na parte defensiva, o time de Alberto Valentim ainda deve uma atuação mais dominante ao seu torcedor, principalmente contra equipes de menor porte, como as que enfrentou no Estadual e na Copa do Brasil.

VASCO NO CARIOCA 2019
- Dados do Footstats

5 jogos
52% de posse de bola (2ª menor entre os grandes)
9 gols marcados (3º entre os grandes)
​2 gols sofridos (menos vazado)
​4 gols através de assistência (pior marca junto com Botafogo)
​53 assistências para finalização (3º entre os grandes)
​120 cruzamentos tentados (3º entre os grandes)
22,5% de aproveitamento nos cruzamentos (2º pior marca entre os grandes)
​1700 passes certos (pior marca entre os grandes)
91,7% de acerto nos passes (pior marca entre os grandes)
​57 desarmes certos (pior marca entre os grandes)
13 dribles certos (pior marca entre os grandes)
73 finalizações tentadas (3ª pior marca entre os grandes)
34,2% de acerto nas finalizações (pior marca entre os grandes)
166 tentativas de lançamentos (2º maior marca entre os grandes)
37,3% de acerto nos lançamentos (pior marca entre os grandes)