FILADÉLFIA (EUA) - Como de costume, o técnico Renato Paiva concedeu uma entrevista coletiva de quase 30 minutos nesta sexta-feira (27), véspera da partida entre Botafogo e Palmeiras, pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. E encerrou a conversa com os jornalistas fazendo uma reflexão e um pedido: que se valorize mais as coisas e os profissionais que envolvem o futebol brasileiro.
➡️Paiva tem novo problema no Botafogo para jogo com o Palmeiras
— Vou falar como um estrangeiro orgulhosamente trabalhando no país do futebol: eu sinceramente acho que o Brasil, e não é todo mundo, trata muito mal o futebolista brasileiro, o treinador que trabalha no Brasil, seja brasileiro ou não, o presidente, o diretor. Eu acho que se valoriza muito pouco. Sempre se fala do que está mal, e há muita coisa mal de fato, mas estamos sempre a bater no que está mal e ninguém valoriza o que está bem — considerou Renato Paiva.
— Se há aqui 50 coisas ótimas as pessoas olham e ok, mas se está ali uma coisa má, todas querem destacar a coisa má. É como está a sociedade. Não sou eu que vou mudar o mundo, nem o Abel (Ferreira, técnico do Palmeiras), mas está assim. As redes sociais aumentam isto, aumentam isto de uma forma anônima, porque todos dizem o que querem, o que lhes apetece, atrás de um nickname ou atrás de um perfil falso, e vale tudo — acrescentou o treinador do Botafogo.
Paiva afirma que desempenho de brasileiros no Mundial não surpreende
Para Renato Paiva, o bom desempenho dos times brasileiros neste Mundial de Clubes, com todos se classificando para as oitavas de final, não o surpreende.
— Parece uma surpresa para alguns de fora, mas para dentro não consigo aceitar que as pessoas estejam muito surpreendidas com aquilo que as equipes brasileiras estão fazendo. Ao menos a mim não me surpreende nada. E que toda a gente, mídia, torcida toda, valorize mais aquilo que o Brasil. Acho que o Brasil precisa disso — disse o técnico.
Ele terminou lamentando o fato de que um time brasileiro, o seu Botafogo ou o Palmeiras e Abel Ferreira, tenham que se despedir da competição neste sábado. Mas resumiu: isto é futebol.
— Que seja um grande espetáculo. São duas grandes equipes, são dois grandes conjuntos de jogadores, são duas equipes muito organizadas, que têm as suas características muito bem fincadas — avaliou o treinador do Botafogo.
— Que os torcedores desfrutem, e que no fim percebam que isto é só um jogo de futebol, que alguém há de ir para casa e que alguém vai continuar a representar orgulhosamente o futebol brasileiro.