Mais Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Wada ignora críticas e reintegra agência russa antidopagem

Comitê Executivo da entidade aprovou medida por 9 votos a 2, mesmo após protestos. A liberação do acesso total aos exames armazenados em Moscou ainda está pendente

Craig Reedie, presidente da Wada, disse que reintegração seguirá um cronograma claro (Foto: ALEXANDER JOE/AFP)
Escrito por

A Agência Mundial Antidoping (Wada, em inglês) decidiu nesta quinta-feira, em reunião do seu Comitê Executivo, nas Ilhas Seychelles, reintegrar a Agência Antidoping da Rússia (Rusada) sob condições rigorosas, mesmo após uma série de protestos contra a medida. A entidade estava suspensa desde a revelação dos escândalos no país, acobertados por membros do governo, em novembro de 2015. Foram nove votos a favor, dois contra e uma abstenção.

De acordo com o site "Inside The Games", a vice-presidente da Wada, Linda Helleland, e o representante da Nova Zelândia, Clayton Cosgrove, foram os únicos a votar contra.

O encontro aconteceu após a Rusada cumprir a primeira exigência para voltar a operar: aceitar publicamente o resultado do relatório do advogado canadense Richard McLaren, que revelou doping sistemático no país em diferentes modalidades, com apoio estatal. A reintegração foi recomendada pelo Comitê de Revisão de Ordens.

Outra ações ainda precisam ser tomadas, como a liberação do acesso total aos exames armazenados no laboratório de Moscou até o dia 31 de dezembro deste ano. A agência também quer reanalisar "quaisquer amostras exigidas pela Wada" até 30 de junho de 2019. O órgão russo poderá ser declarado novamente inadimplente se não seguir o cronograma estabelecido.

– A grande maioria do Comitê Executivo da Wada decidiu restabelecer a Rusada conforme condições estritas do Comitê de Revisão e segundo um processo acordado. Esta decisão fornece um cronograma claro, no qual a Wada deve ter acesso aos antigos dados laboratoriais e amostras em Moscou – declarou Craig Reedie, presidente da Wada.

Apesar do avanço, a Rusada segue suspensa pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf), pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC). O país ficou fora dos  Jogos Olímpicos Rio-2016 no atletismo e do Mundial da modalidade, em 2017. Só puderam competir russos considerados "limpos" e com a bandeira neutra. Nos Jogos Paralímpicos do Rio e nos Jogos de Inverno de PyeongChang (CDS), em fevereiro deste ano, toda a nação foi vetada. Neste último, alguns nomes competiram como "Atletas Olímpicos da Rússia".

A decisão foi tomada por um grupo de 12 pessoas, sendo seis delas integrantes do movimento olímpico. Os outros seis são autoridades de governos de países que integram a Wada.

Advogado de delator critica medida

A expectativa pela liberação gerou críticas da Comissão de Atletas da Wada e outras organizações, como a Iaaf, nos últimos dias, mesmo antes do encontrou que sacramentou a reintegração. Já a Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Internacional (COI) apoiou a recomendação.

– Esta foi a maior traição aos atletas limpos da história das Olimpíadas – afirmou Jim Walden, advogado do russo Grigory Rodchenkov, principal delator dos casos de doping da Rússia e ex-diretor do laboratório de Moscou.

As investigações apontaram que amostras de atletas russos eram trocadas para esconder os resultados positivos. O auge foram os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi (RUS), em 2014. Até então, o governo e as autoridades esportivas sempre negava as acusações de envolvimento no esquema.