Escrito por Lance!
O que você estará fazendo na manhã desta quinta-feira? Tomando sol na praia, dormindo, se preocupando com o jantar de Ano Novo, se preparando para a festa... Opções não faltam. Mas para Solonei da Silva nenhuma delas é válida. O brasileiro vai estar na Avenida Paulista, em São Paulo, para disputar a Corrida de São Silvestre.
Principal fundista do Brasil na atualidade, o atleta é o único maratonista do país com uma vaga assegurada na Olimpíada Rio-2016. E por conta disso, ele decidiu participar da corrida na capital paulista, no último dia de 2015. Mas se a distância da maratona é de 42,195km, como uma prova de “apenas” 15km pode auxiliá-lo?
– Ajuda na preparação, sim. Apesar de ser somente 15km, uma diferença grande, é uma prova muito difícil. O clima é muito instável. Não é litoral, mas é algo que posso enfrentar no Rio. E o nível técnico é um dos melhores que podemos ter no país – afirmou o atleta, em entrevista ao site do LANCE!.
Além de contar com alguns ex-campeões, como o etíope Dawit Admasu (venceu em 2014) e o queniano Edwin Rotich (triunfou em 2012 e 2013), a prova nesta temporada vai ter a participação de Stanley Biwot, do Quênia, que faturou a Maratona de Nova York deste ano. Assim, não poderia haver uma disputa mais forte para Solonei.
O atleta confirmou a vaga olímpica ao terminar a maratona no Mundial de Pequim (CHN), em agosto, na 18ª colocação – segundo as regras da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), quem atingisse até o 20 posto teria um lugar assegurado na Olimpíada.
– Surpresa nunca é, por conta do trabalho que a gente vem realizando. A vaga aconteceu porque eu já vinha treinando e competindo bem. Abri mão de defender o título nos Jogos Pan-Americanos (obtido em Guadalajara, em 2011) para ir ao Mundial – avaliou o fundista.
Apesar de o principal objetivo do ano já ter sido atingido, Solonei sabe bem o que pode representar uma vitória na prova de amanhã. Até por isso, a meta é conseguir um bom resultado e até um pódio.
De olho na Rio-2016, chegou a hora de brilhar na São Silvestre.
CONFIRA UM BATE-BOLA COM SOLONEI DA SILVA
Nesse ano, você disputou o Mundial e garantiu a vaga na Olimpíada na maratona. Então, como encara a São Silvestre, uma prova tradicional, mas com percurso menor?
Solonei da Silva: Quero fazer uma competição forte, não é treino. Não é minha distância favorita, mas vou brigar de igual para igual. Se o corpo corresponder... Posso ser campeão, como fui na Meia Maratona de São Paulo. Para muitos, a São Silvestre vale mais do que um ouro olímpico. É tentar entrar em 2016 com o pé direito. Acho que é a pior corrida que se tem no Brasil em termos do clima, da altimetria. E tem um nível técnico alto. Se eu subir ao pódio, vai ser um bom parâmetro.
O que muda em sua preparação o fato de já ter conquistado a vaga para os Jogos Olímpicos?
SS: Muda tudo. Estava conversando com meu técnico já fazendo o mapeamento de competições para estar nos Jogos. Iria me sacrificar para classificar. Agora, é trabalhar com tranquilidade, ver o que faremos. Quem decide é o treinador. Tirei um peso das costas.