Campeã do salto em distância nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, a ex-atleta Maurren Maggi revelou uma superstição inusitada que adotou poucos dias antes da prova que a consagrou no hall das medalhistas de ouro pelo Brasil. A história envolve outro grande nome do atletismo mundial, o norte-americano Carl Lewis, dono de dez medalhas em Olimpíadas na corrida e no próprio salto. A revelação aconteceu durante a COB Expo 2025, evento que trouxe Lewis à São Paulo e proporcionou o encontro com a brasileira.
➡️ Acompanhe os negócios no esporte em nosso novo canal. Siga o Lance! Biz no WhatsApp
Carl Lewis participava de um painel do evento e recebeu diversas perguntas da plateia, entre elas Maurren Maggi. A medalhista, no entanto, pediu o microfone para contar a história de quando teve um breve encontro com o norte-americano em Pequim e um "toque da sorte" serviu de inspiração para a disputa do ouro em 2008. Em entrevista ao Lance!, Maurren detalhou como aconteceu a situação curiosa, que reuniu os dois pela primeira vez desde aquele ano.
- Eu não tinha o encontrado desde 2008. Eu estava com Irving Saladino [campeão olímpico do salto também em Pequim] em um evento da Nike e coincidentemente estava o Carl Lewis no mesmo lugar. Ele é uma lenda do esporte, então a gente se preocupa com como chegar numa lenda para pedir uma foto, para pedir um autógrafo ou qualquer coisa assim. E a gente queria falar com eles. Mas eu falei para o Irving "vamos só encostar nele". Aí ele passou, a gente encostou nele sem ele perceber, claro, e depois nós dois ganhamos a medalha - explicou Maurren Maggi ao Lance!.
No painel com Carl Lewis, a história contada pela ex-atleta arrancou risadas do público e do multicampeão olímpico, que convidou Maurren a subir no palco e "repetir" o ritual. Os dois se abraçaram e Lewis afirmou que estava surpresa com a história, mas que ela poderia ter parado ele em 2008 e pedido para tocá-lo.
Carl Lewis também tinha suas superstições
Dono de nove medalhas de ouro e uma de prata conquistadas ao longo de quatro Jogos Olímpicos, de 1984 a 1996, Carl Lewis também tinha seus rituais e suas superstições para dar um pouco mais de sorte nas provas para além de sua preparação técnica. No painel, o norte-americano afirmou que fazia pequenas ações antes das provas, que iam envolviam desde os materiais que usaria no dia da competição até a relação direta com os adversários na pista.
Lewis fez história em diferentes categorias, 100 e 200 metros rasos, revezamento 4 x 100 metros e o salto em distância, o que o obrigava muitas vezes a levar material de mais de uma prova para um mesmo dia de competição. Em 1988, em Seul, por exemplo, o norte-americano realizou a final do salto 55 minutos após se classificar nas preliminares dos 200 metros. Na COB Expo, detalhou o que fazia nos dias antes de competir.
- Como competia em diferente provas, eu tinha um par de tênis para cada um. E eu usava um tênis novo para cada uma dessas provas. No dia anterior antes das provas eu vestia os uniformes, mas ao contrário, começava pelos tênis. Outra coisa é que eu sempre pegava no sono pensando nas minhas estratégias da prova, no que eu precisava fazer tecnicamente para vencer em cada uma delas. E assim eu dormia - lembrou, rindo, no palco.
Carl também revelou que não ficava com nenhum uniforme ou item utilizado nas provas, deixando tudo no vestiário. Até as medalhas tinham uma "data de validade" para sempre apreciadas após as suas conquistas, fato que se repetiu muitas vezes em sua carreira.
- Eu não ficava com os uniformes após as provas, deixava no vestiário. Eu pensava que depois da prova acabava tudo, nada ficava comigo. E eu guardada a minha medalha logo depois, não ficava olhando pra ela por muito tempo após recebê-la - completou o ex-atleta.