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Henrique Avancini: ‘Refletir e evoluir é a mensagem em tempos de crise’

Ciclista brasileiro, que busca vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, fala ao L! sobre como o novo coronavírus afetou sua preparação e tenta tirar lições da crise com o foco no futuro

Henrique Avancini vivia a expectativa pela realização dos Jogos Olímpicos em julho (Foto: Divulgação)
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Uma das grandes apostas do Brasil para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o ciclista Henrique Avancini, que atualmente ocupa a segunda colocação no ranking mundial de cross country olímpico (XCO), relatou ao LANCE! como o novo coronavírus afetou sua preparação e como tenta agora tirar lições da crise para manter vivo o seu objetivo. Confira:

Difícil descrever em uma palavra o que rolou nas últimas quatro, cinco semanas. Minha primeira competição aconteceu na África do Sul. Foi disputada em quatro dias e participei ao lado do alemão Manuel Fumic, parceiro de equipe na Cannondale Factory Racing. Para o nosso azar, os dois primeiros dias não foram tão bons por problemas mecânicos. É extremamente frustrante isso, mas vamos em frente. Nos terceiro e quarto dias, vencemos, com algum domínio. O título? Não veio, mas serviu como excelente teste.

Em seguida, fui ao Brasil e, dias depois, viajei pra Europa. E foi especial. Competi a Copa Catalã, uma das provas mais fortes fora da Copa do Mundo e Campeonato Mundial. Ataquei no meio da prova e segui sozinho para a vitória. Uma grande marca para o currículo e um “carimbo” de garantia de que estou no caminho certo.

Brasileiro deixou os treinamentos e está isolado (Foto: Divulgação)

Lembram que citei a vida ‘nômade’ que levo? Então, voltei ao Brasil. Como viajo muitas vezes cruzando o Atlântico (cerca de 20 viagens ao ano), não posso me permitir o “luxo” de adaptação ao fuso horário. Fiz treinos longos e fortes. Nestes momentos, tenho que espremer a mente até o ponto que o corpo seja empurrado e siga em frente.

Na sequência, viajei para Araxá (MG). Disputei um dos eventos mais tradicionais do nosso calendário: a Copa Internacional de MTB. Clima e públicos excepcionais. E senti toda aquela pressão, pois depositam enorme expectativa em mim. Não foi fácil, mas venci.

De lá, África do Sul de novo. A Cape Epic, principal ultramaratona de MTB do mundo me esperava. Mas, às vésperas da largada, a corrida foi cancelada devido ao Covid-19, assim como o adiamento dos Jogos de Tóquio. Aceitei a situação, puxei o freio de mão e, agora, é hora de tomar decisões sábias diante dessas incertezas no cenário esportivo mundial.

No momento, estou em isolamento e trabalhando nos detalhes. A vida voltou a ser simples, nos mostrando como somos frágeis. E, exatamente por isso, precisamos buscar forças. Tempos de crise sempre nos levam a dois caminhos: destruição ou evolução. Já escolhi o que eu quero perseguir. Quando receber a “luz verde”, estarei de volta.