Lewis Hamilton voltou a alfinetar a Ferrari pelo incidente ocorrido no GP de Miami. Em entrevista ao site “Racing News 365”, o heptacampeão relembrou os tempos em que corria ao lado de Valtteri Bottas na Mercedes, destacando como as decisões da equipe eram tomadas de forma mais ágil, sempre priorizando o desempenho em pista.
— A decisão não foi tomada com rapidez suficiente, mas não tenho nenhum problema com Charles ou com a equipe. No fim das contas, teria sido bom fazer o que Valtteri e eu fazíamos no passado: trocar posições para ver se eu conseguiria alcançar [Antonelli] e, se não conseguisse, devolver a posição. Mas, no final, não deu certo porque não fomos rápidos o suficiente — alfinetou Hamilton.
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O britânico também foi sincero ao expressar a expectativa que tinha em relação à estratégia da Ferrari. Hamilton afirmou que acreditava ser possível alcançar posições mais altas.
— Talvez o resultado não mostre isso, mas eu larguei em 12º, e aqui é muito difícil ultrapassar. Quando troquei para os pneus médios, o carro ganhou vida e me senti super otimista naquele momento. Pensei que poderíamos chegar ao sexto lugar ou algo assim, mas perdi muito tempo disputando com o Charles. Naquele momento, eu estava claramente mais rápido — completou.
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Entenda a reclamação de Hamilton
Naquele ponto da corrida, Charles Leclerc estava em oitavo lugar, enquanto Hamilton havia saído da 12ª posição para ocupar o nono posto. Ambos perseguiam Carlos Sainz, e o monegasco conseguiu superar o espanhol da Williams na volta 34 para assumir o sétimo lugar.
Logo em seguida, Lewis Hamilton permaneceu logo atrás de Leclerc por algumas voltas, mas os dois seguiam com estratégias distintas: o britânico utilizava pneus médios, ao passo que Leclerc estava com compostos duros. Em comparação, um pneu médio novo oferece mais desempenho que um duro, porém se desgasta com mais rapidez.
Com os pneus médios ainda em boas condições, Lewis Hamilton considerou que estava sendo prejudicado pela presença de Leclerc à frente e avisou que estava “desgastando os pneus” enquanto seguia o companheiro de equipe:
— Vocês querem que eu fique aqui o tempo todo? — disparou Hamilton, já insinuando a troca de posições com Leclerc.
Não demorou muito para o britânico voltar a criticar a decisão da Ferrari de manter Leclerc à frente:
— Isso não é um bom trabalho em equipe, é só isso que tenho a dizer — declarou.
Pouco depois da nova queixa, a equipe italiana resolveu inverter as posições — prontamente, Leclerc cedeu a posição e permitiu que o veterano assumisse o sétimo posto. A ideia era tirar Hamilton da turbulência aerodinâmica e permitir que ele tentasse alcançar Andrea Kimi Antonelli, que ocupava a sexta colocação com a Mercedes.
No entanto, a realidade mostrou que Hamilton não conseguiu se afastar de Leclerc. Com os pneus médios perdendo rendimento com o passar das voltas, os compostos duros passaram a oferecer um ritmo mais forte ao monegasco, que reduziu a diferença para menos de um segundo — suficiente para ativar a asa móvel e buscar uma ultrapassagem.
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Pouco depois, foi Leclerc quem começou a reclamar no rádio com seu engenheiro, Bryan Bozzi. Inicialmente, pediu que Hamilton acelerasse mais e relatou estar enfrentando o ar sujo. Em seguida, informou que os pneus estavam superaquecendo e que estava “preso” atrás do companheiro.
A Ferrari levou um tempo considerável até ajustar a tática, mas enfim ordenou uma nova inversão na parte final da prova. Na volta 53 das 57, Hamilton devolveu a sétima posição a Leclerc e, logo depois, passou a ser pressionado por Carlos Sainz.
Foi nesse contexto que o engenheiro Riccardo Adami informou a distância para Sainz — o que levou à resposta atravessada de Hamilton pelo rádio.