Bruninho abriu o jogo sobre a relação com o pai e treinador da Seleção Masculina de Vôlei, Bernardinho. Em entrevista à revista Veja, o levantador revelou que era difícil separar o relacionamento profissional do pessoal, e contou que a convocação para a seleção foi mais desafiadora por ter o pai na comissão técnica.
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Bruninho vai lançar a biografia "Entre Sombras e Vitórias", na próxima terça-feira (5), e concedeu uma entrevista à Veja sobre os temas principais do livro. A relação com o pai, Bernardinho, teve destaque na conversa.
Segundo o levantador, sua caminhada profissional foi afetada desde o início pelo sobrenome que carregava. Além de Bernardinho, Bruninho também é filho da estrela do vôlei feminino Vera Mossa.
—Cada um de nós tem obstáculos e desafios a serem superados na vida. O meu talvez tenha sido carregar sobrenomes muito fortes. Não só do meu pai, mas também da minha mãe, Vera Mossa. Os dois foram referências no voleibol brasileiro. Com o meu pai como treinador da seleção, sempre precisei provar algo a mais. Isso foi um peso e uma responsabilidade.— Disse Bruno à Veja.
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Quando questionado especificamente sobre o pai, Bruninho relembrou que foi difícil separar a relação profissional com o relacionamento pessoal.
—No começo houve um distanciamento natural, porque a gente não sabia como lidar com aquilo. Ele era sempre mais rígido comigo, e eu sabia que iss ofazia parte, mas também não queria estar com ele nos momentos de folga, então a relação de pai e filho esfriou. Naquele momento, a gente não conseguia se desvencilhar do treinador e jogador.— Confessou o levantador.
O jogador também disse que a relação com o pai só melhorou após saída de Bernardinho do comando técnico da Seleção Brasileira.
—As coisas foram se tornando mais tranquilas com o tempo. Depois de 2016, com o ouro olímpico no Rio, ele acabou saindo da seleção, [Bernardinho retomou o comando em 2023] e aí voltamos a ter uma relação totalmente de pai e filho. Eu também fiquei mais velho, e nos tornamos amigos.— Completou Bruninho em entrevista à Veja.
Além da relação familiar, Bruninho também comentou sobre um trauma da carreira. Em 2012, o Brasil perdeu para a Rússia na final das Olimpíadas de Londres. O jogador disse que a partida fez ele trabalhar na própria saúde mental.
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—É horrível estar tão perto de conquistar o seu maior sonho e perder, como foi em Londres. Foi como se eu tivesse perdido o chão ali. Depois disso, foram meses em que eu não tinha prazer em jogar vôlei Nesse período, algumas pessoas me mostraram que eu precisava de ajuda, e eu fui atrás disso. Comecei com o Orlando Crane, que é um um mestre nessa parte de yoga, de respiração. Depois, senti que precisava de uma ajuda mais profunda e comecei a trabalhar com o Juliano na parte da saúde mental. —Finalizou o levantador.