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Natália Nespatti larga carreira corporativa para viver do Jiu-Jitsu e narra adversidades

Responsável pelo My Fight Bet, Natália sofre TEA (Transtorno do Espectro Autista) de alta funcionalidade e é hiperfocada em Jiu-Jitsu; entenda<br>

Natália Nespatti (à esquerda) ao lado da esposa e atleta, Camila Guerra (Foto: Arquivo pessoal)
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No tatame desde os 9 anos de idade, a faixa-marrom Natália Nespatti, mais conhecida como “Russa”, já viveu de tudo um pouco no Jiu-Jitsu. Atualmente responsável pelo My Fight Bet – primeiro site de apostas exclusivo de BJJ e grappling do mundo – e outros projetos relacionados à arte suave, Natália sofre TEA (Transtorno do Espectro Autista) de alta funcionalidade e é hiperfocada em Jiu-Jitsu. Por isso, ocupa sua cabeça – e a vida – com o esporte para não entrar em depressão.

- Larguei a carreira corporativa há cinco anos para me dedicar exclusivamente ao Jiu-Jitsu e consegui alguns títulos de expressão. Porém, tive que operar a minha coluna pela segunda vez, fiquei de cadeira de rodas e infelizmente precisei me afastar do que mais amo, que é lutar. Como também tenho TEA de alta funcionalidade e sou hiperfocada em Jiu-Jitsu, precisei ocupar minha cabeça para não entrar em depressão e encontrei algumas formas de fazer isso até chegar no My Fight Bet - explicou Natália Nespatti, que possui mestrado em Engenharia Civil.

- Não me arrependo nem um pouco (de trocar a carreira corporativa pelo esporte). Estou desde os 9 anos em contato com a luta e chegou um momento onde percebi que não conseguia focar em mais nada além de estudar Jiu-Jitsu. Estava sendo contraproducente trabalhar e não me dedicar exclusivamente ao esporte - completou.

Antes uma competidora assídua – e vencedora -, Natália Nespatti teve que enfrentar, além dos problemas com TEA, uma segunda cirurgia na coluna que a deixou de cadeira de rodas. Em um relato sincero, ela contou como sua relação com a arte suave mudou desde então.

- Foi horrível. A luta pra mim está acima da razão. Muita gente acha que foco e dedicação são 100% benéficos, mas elas dizem isso possuem o mesmo foco e dedicação que eu. É destrutivo. Fiquei de cadeira de rodas e a única coisa que eu pensava era quando voltaria a lutar. Em nenhum momento pensei em parar, até cogitei Parajiu-Jitsu. Não há nada nesse planeta que me faça parar, e isso me afasta da família, dos amigos - disse a Russa, que conta com o apoio da esposa e atleta, Camila Guerra.

Além do My Fight Bet, Natália Nespatti também lidera uma ONG chamada Alpha Project, para auxiliar atletas mulheres de Jiu-Jitsu de alto rendimento. Ela já apresentou o projeto para o Ministério do Esporte e agora aguarda resposta. Segundo a faixa-marrom da equipe Team Alpha Male, seu objetivo é pagar inscrições, viagens, fisioterapia e nutricionista para estas atletas, sem bandeira, de forma que nunca mais dependam de qualquer tipo de permuta negativa. O segredo para conciliar tudo? Natália Nespatti contou:

- Eu simplesmente não tenho televisão em casa. Reservo uma ou duas horas por dia para procrastinar e nem assim paro às vezes, pois posso estar em uma discussão sobre posição X ou Y, ou até um conceito específico. O segredo é se programar, agendar e trabalhar. Não tem história triste. Ano que vem irei para os Estados Unidos e espero conquistar mais empresários com o meu projeto, além de lançar o aplicativo do My Fight Bet na Play Store, que por sinal já está pronto - encerrou.