Henrique Adriano Buss foi um dos zagueiros mais constantes do futebol brasileiro entre os anos 2000 e 2010. Revelado pelo Coritiba, vendido jovem para o exterior e comprado pelo Barcelona, ele construiu uma carreira sólida, com passagens por Bayer Leverkusen, Racing Santander, Napoli, Fluminense e Corinthians, além de títulos importantes e convocações para a Seleção Brasileira — incluindo vaga na Copa do Mundo de 2014. O Lance! conta por onde anda Henrique.
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Sem ser exatamente um "zagueiro midiático", Henrique se notabilizou pela regularidade, liderança silenciosa e versatilidade: além de defensor, chegou a atuar como volante em momentos decisivos, especialmente no Palmeiras. Ao longo de sua carreira, levantou taças em praticamente todos os clubes de maior porte pelos quais passou, com destaque para Coritiba, Palmeiras, Napoli, Fluminense e Corinthians.
Em 2023, após retornar ao Coxa e viver a reta final da carreira no clube que o revelou, Henrique decidiu encerrar o ciclo como jogador profissional. Aos 39 anos, virou mais um nome forte da geração de zagueiros que marcaram presença constante no cenário nacional, mas agora vive uma nova fase, longe das quatro linhas.
A seguir, veja por onde anda Henrique hoje e relembre os principais capítulos da sua trajetória.
Formação no Coritiba e a venda para a Europa
Henrique começou nas categorias de base do Coritiba, depois de passar pela estrutura ligada ao Londrina e à Júnior Team. No Coxa, transformou-se em titular e líder muito jovem. Foi um dos nomes de destaque na campanha do título da Série B de 2007, entrando inclusive na seleção do campeonato.
O bom desempenho chamou a atenção do mercado. Em 2008, a empresa de marketing esportivo Traffic adquiriu seus direitos por cerca de R$ 5 milhões e o registrou no Desportivo Brasil, abrindo caminho para negócios no Brasil e na Europa. A partir disso, o zagueiro entrou numa sequência de transferências que marcariam sua carreira.
Primeira passagem pelo Palmeiras e a ida ao Barcelona
Logo após a compra pela Traffic, Henrique foi emprestado ao Palmeiras, em 2008. Em pouquíssimo tempo, conquistou a confiança de Vanderlei Luxemburgo, virou titular e foi um dos pilares do time campeão do Campeonato Paulista de 2008. Ainda naquele ano, marcou um gol importante contra o Cruzeiro pelo Brasileirão, mostrando presença ofensiva na bola aérea.
A boa fase chamou os olhos do futebol europeu. Em junho de 2008, o Barcelona pagou cerca de 10 milhões de euros por Henrique e o contratou com um vínculo de cinco anos. Na prática, porém, o zagueiro nunca teve sequência no time principal do Barça: foi imediatamente emprestado para ganhar experiência em outras ligas.
Bayer Leverkusen, Racing Santander e maturidade de Henrique na Europa
Emprestado ao Bayer Leverkusen, Henrique fez uma temporada sólida na Bundesliga, atuando como titular na maior parte dos jogos e ganhando elogios pela segurança defensiva. Na sequência, foi repassado ao Racing Santander, da Espanha, onde seguiu acumulando experiência em jogos de alto nível em ligas europeias.
Apesar do desempenho consistente, o Barcelona optou por não reintegrá-lo ao elenco principal. A partir de 2011, com o ciclo de empréstimos estendido, o zagueiro passou a enxergar com bons olhos a volta ao Brasil — tanto para se estabilizar em um clube quanto para tentar retomar espaço na Seleção.
Retorno ao Palmeiras: capitão, títulos e rebaixamento
Em 2011, Henrique retornou ao Palmeiras por empréstimo, e logo reconquistou seu espaço. No ano seguinte, foi comprado em definitivo e se tornou uma das principais lideranças do elenco.
Um dos momentos mais marcantes dessa fase veio na Copa do Brasil de 2012. Luiz Felipe Scolari o adiantou para a função de primeiro volante em jogo decisivo contra o Grêmio, nas semifinais, e a mudança funcionou muito bem. Na final, contra o Coritiba, Henrique foi um dos melhores em campo mesmo atuando com febre alta, ajudando o Verdão a conquistar o título.
Ainda em 2013, o zagueiro viveu uma temporada de contraste: foi capitão e referência na campanha do título da Série B, recolocando o Palmeiras na elite, mas também fez parte do elenco rebaixado no Brasileirão de 2012. A identificação com o clube e o respeito da torcida, porém, permaneceram.
Napoli, Fluminense, Corinthians e as últimas experiências internacionais
Em 2014, Henrique recebeu proposta do Napoli e se transferiu para o futebol italiano. Conquistou logo de cara a Coppa Italia e a Supercopa da Itália, mas não se firmou como titular absoluto no longo prazo. Com isso, um ano depois, iniciou o caminho de volta ao Brasil.
No fim de 2015, fechou com o Fluminense. Após um início irregular, se firmou, foi campeão da Primeira Liga de 2016 e da Taça Guanabara de 2017, além de assumir a faixa de capitão sob o comando de Abel Braga. No fim de 2017, porém, foi dispensado em movimento de redução de custos do clube.
Logo em seguida, acertou com o Corinthians. No Timão, Henrique somou mais títulos: foi campeão paulista em 2018 e 2019, marcou gols importantes e teve sequência como titular em boa parte da passagem. Em 2019, rescindiu para se transferir ao Al-Ittihad Kalba, dos Emirados Árabes Unidos, iniciando o capítulo final da carreira fora do Brasil.
Depois dos Emirados, voltou à Europa para defender o Belenenses, de Portugal, antes do retorno definitivo ao Brasil.
Último capítulo de Henrique no Coritiba e despedida dos gramados
Em 2021, Henrique retornou ao Coritiba, 13 anos após sua primeira passagem. A volta fechou um ciclo emocionalmente forte: ele reencontrou o clube onde foi revelado, atuou na reconstrução do elenco, ajudou na disputa de campeonatos nacionais e ainda conquistou o Campeonato Paranaense de 2022.
Em 2023, porém, a temporada terminou com rebaixamento do Coxa no Brasileirão. O clube anunciou a saída de alguns jogadores experientes, incluindo Henrique. Sem novo contrato e já com 37 anos, o zagueiro optou por encerrar a carreira profissional.
Seleção Brasileira: convocações pontuais e Copa do Mundo de 2014
Henrique foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em 2008, por Dunga, mas estreou efetivamente em amistoso contra a Venezuela. Teve novas oportunidades na era Mano Menezes e, depois, voltou a ganhar espaço com Felipão, técnico com quem havia trabalhado no Palmeiras.
Em 2013, participou de amistoso contra o Chile e, em 2014, foi a grande surpresa na convocação final de Luiz Felipe Scolari para a Copa do Mundo no Brasil, ocupando a vaga de quarto zagueiro. O treinador justificou a escolha pela confiança no jogador, pela versatilidade e pela capacidade de liderança.
Ao todo, Henrique somou 6 jogos com a camisa da Seleção principal. Não foi protagonista, mas entrou para o grupo de zagueiros que tiveram a honra de disputar um Mundial em casa.
Por onde anda Henrique?
Por onde anda Henrique? Depois do fim do contrato com o Coritiba, em 2023, e da confirmação do rebaixamento do clube à Série B, Henrique decidiu colocar um ponto final na carreira. O próprio clube anunciou sua saída junto de outros jogadores experientes, e, pouco depois, o zagueiro optou por não buscar um novo time.
A partir daí, Henrique (@henrique03oficial) é, desde março de 2024, presidente do Nacional-PR, time que era de Rolândia, mas está desde 2024 em Campo Mourão. Atualmente disputa a segunda divisão paranaense.
Todos os clubes da carreira de Henrique (em ordem cronológica)
Ao longo de sua trajetória, Henrique defendeu 10 clubes profissionais, em quatro países diferentes:
- Coritiba – 2006–2007
- Desportivo Brasil – 2008 (registro, sem jogos oficiais)
- Palmeiras (1ª passagem, empréstimo) – 2008
- Barcelona – 2008–2012 (sem atuar oficialmente pelo time principal)
- Bayer Leverkusen (empréstimo) – 2008–2009
- Racing Santander (empréstimo) – 2009–2011
- Palmeiras (2ª passagem, empréstimo) – 2011–2012
- Palmeiras (contrato definitivo) – 2012–2014
- Napoli – 2014–2015
- Fluminense – 2016–2017
- Corinthians – 2018–2019
- Al-Ittihad Kalba (Emirados Árabes) – 2019–2020
- Belenenses – 2020–2021
- Coritiba (retorno final) – 2021–2023
Entre 2006 e 2023, foram mais de 500 jogos como profissional, títulos nacionais e regionais, convocações para a Seleção e uma carreira marcada por seriedade, consistência e liderança em todos os clubes pelos quais passou.