Durante quase duas décadas, Arouca figurou entre os volantes mais técnicos, consistentes e inteligentes do futebol brasileiro. Regular, intenso e com qualidade superior na condução e na saída de bola, ele marcou época em times pesados como Fluminense, Santos, Palmeiras e São Paulo, além de integrar a Seleção Brasileira no início da década de 2010. O auge veio no Santos, com títulos nacionais e internacionais ao lado de Neymar, Ganso, Robinho e companhia. O Lance! conta por onde anda Arouca.

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Após encerrar a carreira no Figueirense, em 2020, Arouca passou a levar uma vida mais reservada, distante da mídia e dos holofotes. Sem seguir caminhos tradicionais para ex-jogadores — como virar treinador, dirigente ou comentarista — ele optou por priorizar a vida familiar e projetos pessoais.

A seguir, entenda por onde anda Arouca e como foi a sua trajetória até se despedir dos gramados.

Início no Fluminense: regularidade impressionante desde cedo

Arouca chegou ao Fluminense ainda adolescente e rapidamente chamou atenção pela maturidade tática. Estreou entre os profissionais em 2004 e, já em 2005, consolidou-se como titular. Marcou seu primeiro gol justamente contra o Santos, clube onde viveu o auge anos depois.

Entre 2007 e 2008, atingiu o ápice no Tricolor: foi campeão da Copa do Brasil, disputou a Libertadores e se destacou como um dos volantes mais completos da nova geração. O número de partidas impressiona — foram mais de 200 jogos pelo Flu antes de completar 23 anos. Seu nível de atuação fez grandes clubes se aproximarem, e a saída para o São Paulo parecia um passo natural.

Passagem pelo São Paulo: talento subutilizado de Arouca

A expectativa em 2009 era alta, mas Arouca não recebeu espaço suficiente no São Paulo. O clube vivia um período de fortes disputas no meio-campo, com Hernanes e Richarlyson no auge, o que limitou as oportunidades do volante.

Ele até fez bons jogos, mas quase sempre como alternativa tática e raramente começou partidas importantes. Em pouco mais de um ano, acumulou 21 jogos, sem conseguir transformar potencial em protagonismo. A troca com o Santos, em 2010, viria a mudar completamente sua trajetória.

Auge no Santos: títulos, protagonismo e afirmação definitiva

Arouca foi fundamental na reconstrução do Santos campeoníssimo da década de 2010. Seu empréstimo em janeiro de 2010 rapidamente se transformou em compra definitiva, e o volante se tornou um pilar absoluto da equipe.

Entre 2010 e 2015, viveu o melhor momento da carreira. Seu estilo combativo, veloz e técnico equilibrava um time ofensivo que tinha Neymar, Ganso, Robinho, André, Elano e outros nomes que marcaram geração. Com Arouca, o Santos ganhou consistência e dinamismo.

Foram conquistas em sequência de Arouca:

Além do futebol, Arouca teve papel simbólico importante ao enfrentar o racismo em 2014, quando sofreu ofensas em partida do Paulista. O caso levou a manifestação pública da então presidente Dilma Rousseff.

O desgaste com atrasos salariais abriu caminho para sua saída em 2015, após ação judicial.

Palmeiras e reta final: lesões, empréstimos e despedida tranquila

Arouca assinou com o Palmeiras em 2015, integrando o início da reestruturação que levaria o clube a dominar a década seguinte. Apesar da expectativa, conviveu com lesões e teve pouca sequência. Ainda em contrato, foi emprestado ao Atlético-MG e ao Vitória, tentando recuperar ritmo, mas sem grande continuidade.

Sua última experiência profissional veio no Figueirense, em 2020. Depois de cinco jogos, decidiu se afastar do futebol competitivo.

Seleção Brasileira: passagem rápida, mas merecida

Arouca vestiu a camisa da Seleção principal entre 2012 e 2013. Mano Menezes o convocou após ótima fase no Santos, e ele disputou quatro partidas. Com a chegada de Felipão, perdeu espaço para outros volantes de características diferentes.

Ainda assim, suas atuações no período 2010–2012 o colocam entre os meio-campistas mais regulares do futebol brasileiro no início da década.

Por onde anda Arouca?

Desde 2020, quando disputou seus últimos jogos pelo Figueirense, Arouca mantém um perfil discreto. Não assumiu funções técnicas, não ingressou em comissões técnicas, não virou comentarista e tampouco entrou em cargos de gestão em clubes — algo comum entre ex-jogadores de sua geração.

No seu perfil do Instagram (@oficialarouca5), aparece como sócio em duas unidades da barbearia Iriri, no Rio de Janeiro. O ex-volante também aparece ocasionalmente em partidas comemorativas e homenagens ligadas ao Santos e ao Fluminense, mas sem frequência alta.

Todos os clubes da carreira de Arouca (em ordem cronológica)

Ao longo da carreira, Arouca defendeu sete equipes:

  1. Fluminense (2004–2008) – 122 jogos, 8 gols
  2. São Paulo (2009–2010) – 21 jogos
  3. Santos (2010 empréstimo + 2010–2015 definitivo) – 143 jogos, 1 gol
  4. Palmeiras (2015–2018) – 25 jogos
  5. Atlético Mineiro (2018 empréstimo) – 0 jogos
  6. Vitória (2018 empréstimo) – 11 jogos
  7. Figueirense (2020) – 5 jogos

Foram mais de 330 jogos como profissional, deixando legado principalmente no Santos e no Fluminense.

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