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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 17/08/2025
07:25
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O dia 20 de julho de 2014 não foi apenas mais uma tarde de Campeonato Brasileiro para o Internacional. Foi um dia de memória, emoção e reverência a um dos maiores ídolos da história do clube: Fernandão. Pouco mais de um mês após a morte trágica do ex-capitão colorado em um acidente aéreo, o Beira-Rio viveu uma comunhão entre jogadores, torcida e familiares do eterno camisa 9. A vitória por 4 a 0 sobre o Flamengo transformou a dor em uma celebração à altura da importância de Fernandão para o Inter. O Lance! relembra Internacional 4 x 0 Flamengo no Brasileirão 2014.

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Internacional 4 x 0 Flamengo no Brasileirão 2014

Desde cedo, as ruas próximas ao estádio estavam tomadas por torcedores vestindo camisas e segurando faixas em homenagem ao ídolo. A família de Fernandão foi recebida no gramado antes do apito inicial, e o estádio entoou diversas vezes o canto “Uh, Fernandão!”. Abel Braga, técnico colorado, classificou o clima como “um doping emocional” para a equipe.

Dentro de campo, o Inter mostrou desde os primeiros minutos que queria coroar o tributo com uma atuação marcante. Com Aránguiz e D’Alessandro dividindo a responsabilidade criativa, o Colorado explorou a fragilidade defensiva do Flamengo, que vinha afundado na lanterna e ainda não havia vencido sob o comando de Ney Franco. A escalação improvisada de Léo Moura no meio-campo e a falta de intensidade na marcação facilitaram o domínio colorado.

O Flamengo, por sua vez, entrou como coadjuvante em uma partida carregada de simbolismo para o adversário. Com apenas sete pontos conquistados até então, o Rubro-Negro mostrava insegurança e desorganização, erros que se tornariam fatais ao longo da partida. A primeira falha foi castigada aos 15 minutos, quando Rafael Moura, em jogada ensaiada de bola parada, abriu o placar e correu até o banco para erguer a camisa branca com o número 9 em homenagem a Fernandão.

O jogo: domínio colorado e expulsão decisiva

O Inter manteve o controle da partida após o gol, mas sofreu um revés momentâneo quando Aránguiz sentiu o joelho e precisou sair. Abel colocou Luque, recém-chegado e apelidado de “novo Caniggia”, mas a equipe perdeu profundidade momentaneamente. Ainda assim, a fragilidade carioca permitia que as jogadas coloradas acontecessem com facilidade.

No fim do primeiro tempo, o cenário piorou para o Flamengo. Aos 46 minutos, Wellington Silva invadiu a área e foi derrubado por Chicão, que recebeu cartão vermelho direto. D’Alessandro converteu o pênalti com categoria, ampliando para 2 a 0 e praticamente definindo o destino do jogo ainda antes do intervalo para o Inter.

Goleada consolidada e clima de festa

Com um jogador a mais, o Inter voltou do vestiário para administrar e ampliar o placar. Aos 12 minutos, Fabrício recebeu cruzamento de D’Alessandro e bateu de primeira para fazer 3 a 0. O time de Abel Braga, agora em ritmo mais cadenciado, ainda teve oportunidades claras, como a de Wellington Silva, que driblou dois adversários e superou o goleiro Felipe, mas viu a zaga salvar em cima da linha.

Aos 33, Alex fechou o placar ao aproveitar cruzamento de Fabrício. O Beira-Rio explodiu em gritos de “olé” e voltou a entoar músicas dedicadas a Fernandão. Ao apito final, a sensação era de que o futebol, naquele dia, havia servido como um veículo perfeito para eternizar a memória de um líder e ídolo.

Ficha técnica - Internacional 4 x 0 Flamengo no Brasileirão 2014

Campeonato Brasileiro 2014 – 11ª rodada
Data: 20 de julho de 2014
Local: Estádio Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (PE)
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)
Cartões amarelos: Amaral (FLA)
Cartão vermelho: Chicão (FLA)

Gols:

15’ 1T – Rafael Moura (Inter)
46’ 1T – D’Alessandro (pênalti) (INT)
12’ 2T – Fabrício (INT)
33’ 2T – Alex (INT)

Internacional: Dida; Wellington Silva (Cláudio Winck), Paulão, Juan e Fabrício; Willians, Wellington, Aránguiz (Luque) (Alex), Alan Patrick e D’Alessandro; Rafael Moura. Técnico: Abel Braga.

Flamengo: Felipe; Márcio Araújo, Wallace, Chicão e André Santos; Recife, Amaral (Negueba), Léo Moura e Lucas Mugni; Nixon e Alecsandro (Luiz Antônio). Técnico: Ney Franco.

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