No dia 7 de dezembro de 2003, o Cruzeiro encerrou sua temporada mágica com uma exibição digna do tricampeão brasileiro. Diante de 38 mil torcedores no Mineirão, o time de Vanderlei Luxemburgo goleou o Fluminense por 5 a 2, em um espetáculo comandado por Alex, maestro e símbolo da campanha perfeita. O Lance! relembra Cruzeiro 5 x 2 Fluminense no Brasileirão 2003.
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A partida válida pela 45ª rodada do Brasileirão 2003 marcou o penúltimo compromisso do time mineiro no campeonato. Já campeão com antecedência, o Cruzeiro manteve a intensidade e mostrou por que aquele elenco foi um dos mais técnicos e consistentes da história dos pontos corridos.
Do outro lado, o Fluminense de Renato Gaúcho lutava contra a irregularidade e tentava fechar o ano com dignidade. Mas o que se viu foi uma aula de futebol celeste — ritmo, movimentação, triangulações e dois gols antológicos do camisa 10.
Cruzeiro 5 x 2 Fluminense no Brasileirão 2003
O jogo: domínio do início ao fim
O primeiro tempo terminou sem gols, mas com o Cruzeiro já impondo seu jogo. O time mineiro teve posse de bola superior e criou as melhores oportunidades, com Alex, Mota e Wendel se movimentando entre as linhas cariocas. O goleiro Kléber, destaque do Fluminense, evitou o pior antes do intervalo.
Na segunda etapa, o espetáculo começou. O Fluminense até saiu na frente, com Rodolfo, aos 25 minutos, em jogada isolada. A resposta, porém, foi imediata.
Aos 49 minutos, Mota empatou após assistência de Alex, iniciando a reação cruzeirense. A partir daí, o time campeão mostrou toda a sua força ofensiva. Alex marcou dois golaços, aos 62 e 78 minutos, ambos em jogadas típicas do camisa 10 — dribles curtos, visão de jogo e finalização precisa.
Entre os gols de Alex, Márcio Nobre ampliou aos 71 minutos, e Zinho, já nos minutos finais, deu números definitivos à goleada com um chute colocado aos 89. O Fluminense ainda descontou com Jadílson, mas o 5 a 2 refletiu fielmente a superioridade técnica do Cruzeiro.
Os protagonistas
Alex — o cérebro da equipe
Camisa 10 e capitão, Alex foi o grande nome da partida. Com dois gols, uma assistência e participação direta nas principais jogadas, o meia mostrou por que era o maestro daquele Cruzeiro histórico. O repertório incluía dribles curtos, passes verticais e finalizações de fora da área — uma combinação que o tornaria um dos maiores ídolos da história recente do clube.
Mota e Márcio Nobre — eficiência ofensiva
A dupla de ataque também brilhou. Mota, abrindo o placar cruzeirense, e Márcio Nobre, com movimentação constante, ajudaram a desmontar a defesa tricolor. Ambos se beneficiaram das assistências de Alex e Maldonado, que dominaram o meio-campo.
Luxemburgo — o arquiteto do triplete
O técnico Vanderlei Luxemburgo conduziu o Cruzeiro à melhor campanha de todos os tempos até então. A vitória sobre o Fluminense simbolizou o equilíbrio tático e a intensidade do time, mesmo sem precisar dos pontos. A equipe jogava com identidade, pressão alta e transições rápidas, fruto do trabalho de toda a temporada.
Ficha técnica - Cruzeiro 5 x 2 Fluminense no Brasileirão 2003
Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Edu Dracena, Cris e Leandro; Augusto Recife, Maldonado, Wendel e Alex; Mota e Márcio Nobre. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Fluminense: Kléber; Júnior César, Marcão, César e Jadílson; Sidney, Esquerdinha, Thiago Ramos e Rodolfo; Marcelo Macedo e Romário. Técnico: Renato Gaúcho.
Gols:
- Cruzeiro: Mota (49'), Alex (62' e 78'), Márcio Nobre (71') e Zinho (89')
- Fluminense: Rodolfo (25') e Jadílson (79')
O Cruzeiro campeão de 2003
O ano de 2003 entrou para a história do clube mineiro. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o Cruzeiro conquistou a Tríplice Coroa — Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, algo inédito no futebol nacional.
A equipe encerrou o Brasileirão com 100 pontos em 46 rodadas, somando 31 vitórias, 7 empates e 8 derrotas, com 102 gols marcados. O desempenho ofensivo e a consistência defensiva fizeram daquele elenco um dos mais completos já vistos em pontos corridos.
O triunfo sobre o Fluminense simbolizou o auge da confiança e do entrosamento da equipe. Mesmo com o título garantido, o Cruzeiro manteve o estilo agressivo e a busca pela perfeição — reflexo da liderança de Alex dentro e fora de campo.