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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 11/08/2025
07:38
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No futebol, poucos números carregam tanto peso simbólico quanto a camisa 10. Enquanto outros refletem posições específicas, a 10 transcende o campo e se tornou sinônimo de talento, criatividade e protagonismo. Não por acaso, é quase um consenso que o jogador mais talentoso do time — o “diferenciado” — veste a 10.

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Mas de onde vem essa tradição? Por que, geração após geração, os grandes maestros e craques criativos herdaram esse número? E qual o papel do camisa 10 dentro de uma equipe?

A resposta começa com a história do futebol moderno e passa por lendas que transformaram esse número em um mito.

A origem da camisa 10 como número do craque

O uso fixo da numeração no futebol começou oficialmente na década de 1930, quando as equipes passaram a usar números para facilitar a identificação dos jogadores em campo. Em formações clássicas da época, como o WM (3-2-2-3), o número 10 era atribuído ao meia-ofensivo central, responsável por conectar o meio-campo ao ataque.

Foi nesse contexto que a camisa 10 se consolidou como o número do “cérebro” do time — o jogador mais habilidoso, técnico e decisivo.

O grande responsável por eternizar esse simbolismo foi Pelé. Com sua atuação brilhante na Seleção Brasileira e no Santos, Pelé transformou a camisa 10 em um ícone global. Desde então, o número passou a ser sinônimo de craque em todos os cantos do planeta.

Funções do camisa 10 no futebol

O jogador que veste a 10 geralmente exerce as seguintes funções:

  1. Criação de jogadas: é o responsável por pensar o jogo e distribuir passes decisivos.
  2. Articulação ofensiva: participa diretamente da construção das ações de ataque.
  3. Inversões e assistências: encontra espaços, muda o ritmo e oferece passes precisos.
  4. Finalizações: além de criar, costuma finalizar com qualidade, chegando à área com frequência.
  5. Bola parada: muitas vezes, assume a responsabilidade por cobranças de falta e escanteios.

O camisa 10 precisa ter visão de jogo, técnica refinada, leitura tática e tomada de decisão rápida. Ele é o cérebro ofensivo da equipe.

Grandes camisas 10 da história

Ao longo da história, grandes nomes deram vida à lenda da camisa 10. Entre eles:

  1. Pelé: o eterno Rei do Futebol, que eternizou o número 10 no imaginário global.
  2. Maradona: gênio argentino, símbolo da paixão e do talento com a 10.
  3. Zico: ídolo do Flamengo e da Seleção Brasileira, sinônimo de categoria e inteligência.
  4. Platini: maestro francês da Juventus, um dos maiores armadores da Europa.
  5. Totti: ícone da Roma, leal e genial com a 10 nas costas por décadas.
  6. Messi: o camisa 10 moderno por excelência, combinando drible, visão e gols.
  7. Neymar: protagonista técnico da geração atual do Brasil, também com a 10.

Esses craques marcaram época, ditaram o ritmo de seus times e reforçaram o valor simbólico da 10.

No futebol moderno

Com a evolução tática do futebol, o papel do camisa 10 mudou — mas sua importância não desapareceu. Em muitos esquemas atuais, a função do armador central foi adaptada ou redistribuída. Alguns times atuam sem um “10 clássico”, preferindo a criação mais coletiva.

Ainda assim, quando há um jogador especial — capaz de decidir partidas com um toque diferente — ele frequentemente recebe a 10, mesmo que atue como ponta, falso 9 ou segundo atacante.

Hoje, a 10 pode ser usada por:

Mesmo fora da “posição tradicional”, o número continua reservado para o jogador de maior destaque técnico.

O peso e a responsabilidade

Vestir a 10 é, para muitos, um privilégio — mas também um fardo. A expectativa é alta: quem usa a 10 deve decidir jogos, criar jogadas geniais e liderar tecnicamente o time.

É por isso que muitos jovens talentos demoram para receber o número. Clubes e seleções costumam entregá-la somente a atletas consolidados, com personalidade forte e mentalidade vencedora.

A 10 carrega história, legado e responsabilidade. É o número dos craques, mas também dos líderes silenciosos que organizam o jogo e fazem a diferença com inteligência.

A camisa 10 como mito

Muito além de uma peça de uniforme, a camisa 10 virou símbolo cultural. Ela representa a genialidade, o improviso e a capacidade de transformar o futebol em arte.

Do Maracanã a Wembley, da Bombonera ao Camp Nou, a 10 é reverenciada. Não importa o idioma, o país ou a liga — ela sempre atrai olhares, comparações e expectativas.

A camisa 10 não é apenas um número. É um legado. É o lugar reservado aos jogadores que pensam diferente, enxergam o jogo com outros olhos e encantam multidões com um passe, um drible ou um gol que muda tudo.

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