Avatar
Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 29/06/2025
05:50
Compartilhar

Neste domingo, às 17h, o Bayern de Munique entra em campo contra o Flamengo pelas oitavas de final do Mundial de Clubes. Se dentro de campo o time alemão é um dos mais poderosos do mundo, fora dele chama a atenção por um modelo de gestão diferente — e pouco conhecido do público brasileiro.

➡️ Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte

📌 Modelo 50+1: o torcedor no comando

Na Alemanha, vigora uma regra chamada “50+1”, que impede que empresas ou bilionários assumam o controle total de clubes. Isso significa que 51% (ou mais) do poder de voto deve permanecer nas mãos da associação original dos clubes, chamada “e.V.” (eingetragener Verein) — ou seja, uma entidade sem fins lucrativos composta por sócios-torcedores. No caso do Bayern, essa associação se chama FC Bayern München e.V..

👥 Quem são os sócios?

Atualmente, o clube tem mais de 300 mil membros registrados. São eles que elegem o presidente, os conselheiros e participam das principais decisões estratégicas do clube, garantindo um modelo democrático e participativo. Isso não significa, no entanto, ausência de dinheiro ou profissionalismo.

🏢 A criação da empresa e o papel das marcas

Em 2001, o Bayern criou a empresa FC Bayern München AG para gerir seu departamento de futebol profissional. No início, o clube detinha 100% da AG. Em seguida, vendeu 24,9% divididos entre Adidas, Audi e Allianz (8,3% cada). O clube manteve 75,1% e, portanto, continuou no controle total da operação.

💼 Governança profissional

A estrutura da AG é composta por nove conselheiros: três indicados por cada uma das empresas acionistas e seis nomeados pelo Bayern. Ou seja, o clube tem maioria absoluta nas decisões. É ele quem escolhe o diretor executivo e todos os C-Level (como CEO, CFO, etc.), mantendo o comando estratégico e operacional.

📉 Comparação com o Brasil

Diferente do modelo alemão, os clubes brasileiros operam como associações civis ou, mais recentemente, como SAFs, como é o caso do Botafogo ou Cruzeiro. Nesses casos, investidores podem adquirir até 90% das ações e passam a ter controle direto da gestão, algo que seria impossível na Alemanha sob a regra do 50+1.

📊 Equilíbrio entre tradição e mercado

O Bayern mostra que é possível manter a essência do clube, dar voz ao torcedor e, ao mesmo tempo, atrair grandes marcas e gerar lucro. Com uma das gestões mais bem-sucedidas da Europa, o clube alemão segue sendo exemplo de equilíbrio entre paixão, profissionalismo e poder financeiro.

Acompanhe o Lance! Biz para ficar por dentro das principais notícias sobre Negócios do Esporte.

Bayern de Munique encara o Flamengo nas oitavas do Mundial (Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP)
Siga o Lance! no Google News