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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 16/05/2025
10:40
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Os quatro clubes brasileiros que disputarão o Mundial de Clubes — Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo — enfrentam um desafio extracampo nos bastidores: o peso da carga tributária nos Estados Unidos. A Fifa notificou as equipes de que o governo americano não concederá isenção fiscal sobre os valores recebidos durante o torneio, o que pode comprometer parte da premiação milionária.

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💸 Quanto os clubes podem perder?

A legislação dos EUA prevê uma retenção de 30% em impostos federais para entidades de países sem acordo de dupla tributação — como é o caso do Brasil. Além disso, podem incidir encargos estaduais e taxas administrativas, elevando ainda mais o custo tributário. A conta é simples: de cada US$ 1 milhão, os clubes podem ter de devolver US$ 300 mil em impostos.

📊 Premiação por desempenho no Mundial de Clubes:
(valores dos clubes sul-americanos)

💰 Total possível: US$ 102,8 mi (R$ 579,7 mi)

🧾 Qual a alternativa? Criar empresa nos EUA

A solução recomendada por consultorias jurídicas e escritórios americanos é a criação de uma empresa temporária nos Estados Unidos. Com isso, os clubes conseguem migrar do regime de retenção em fonte (30%) para a tributação sobre renda conectada a atividades nos EUA (ECI, na sigla em inglês), que permite a aplicação de alíquotas menores — em torno de 21%.

👉 O que muda com a empresa nos EUA?

A CBF e os clubes já vinham discutindo o tema nos bastidores, mas o Flamengo foi o primeiro a formalizar a proposta: o Conselho Deliberativo rubro-negro vota nesta terça (21) a criação de uma empresa temporária nos EUA com o objetivo exclusivo de receber e administrar os valores do torneio.

- A constituição dessa empresa é temporária e restrita à participação no torneio, sem qualquer impacto sobre a estrutura esportiva, jurídica ou operacional dos clubes no Brasil - afirma nota oficial do Flamengo.

🧠 Fluminense, Palmeiras e Botafogo avaliam alternativas

As três outras equipes brasileiras seguem em análise. Fluminense, Palmeiras e Botafogo aguardam um parecer jurídico encomendado a um escritório de advocacia nos EUA para decidir se também vão aderir ao modelo empresarial ou adotar outras estratégias fiscais.

Até o momento, não há decisão unificada entre os clubes, mas todos reconhecem o potencial prejuízo em caso de inércia.

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Donald Trump e Gianni Infantino, presidentes dos EUA e da Fifa (Foto: Jim Watson/AFP)
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