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Sharon Nigri Prais
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 14/08/2025
23:59
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Na presença de Fabrício Braga, CMO do Laboratório de Performance e Mário Keller, CEO da Dadoteca (empresa de soluções em dados com inteligência artificial), Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, debateu como os dados estão redefinindo a medicina esportiva. O painel aconteceu nesta quinta-feira (14), no Rio Innovation Week.

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Fabrício abriu a conversa apresentando dois casos distintos. Primeiro, a morte de João Gabriel, de 20 anos, que teve um mal súbito enquanto corria uma meia-maratona. Depois, o de Ganso, que teve uma miocardite detectada em exames de pré-temporada, foi tratado e pôde retornar aos gramados.

Isso porque, apesar de atuar na prevenção de doenças, o esporte, quando praticado em alto rendimento e sem a assistência devida, pode ser gatilho para a descoberta de uma condição. Por isso, defendeu a necessidade da prática esportiva vir acompanhada de exames - o que o motivou também a criar a ONG “Corre com o Coração”.

No âmbito dos clubes, o trabalho do Fluminense foi destacado. Quando assumiu a presidência em 2019, Mário Bittencourt implantou um sistema de avaliação cardíaco inédito, que permitiu a identificação de casos como do camisa 10 tricolor.

No entanto, apenas o exame não é suficiente, sendo preciso interpretar corretamente os dados. É neste ponto que a tecnologia atua, por meio de algoritmos e inteligência artificial, auxiliando os médicos a extrair todas as informações dos laudos. Então, Mário Keller apresentou a iniciativa “Safe Play”, ferramenta de IA que ajuda justamente na leitura de eletrocardiograma de atletas, reforçando que a tecnologia não é capaz de substituir o médico, mas chega para contribuir.

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Fluminense investiu em mais de 700 mil dólares em equipamentos médicos

A preocupação de Mário Bittencourt com o tema surgiu em 2015, quando era vice-presidente de futebol. Contou que foi por conta da desconfiança com o diagnóstico de um atleta, que supostamente não poderia mais jogar futebol. Então, sugeriu que buscassem novas opiniões e foi quando cruzou o caminho de Fabrício Braga.

Em 2019, quando retornou como presidente, tinha como uma prioridade retomar a atenção com essa área, convidando o médico para atuar em conjunto com os médicos do clube, que são ortopedistas. Desde que assumiu, o presidente afirmou ter investido mais de 700 mil dólares em aparelhos para academia e departamento médico que contribuem para a prevenção e tratamento de lesões.

Embora cada categoria tenha um departamento que siga a metodologia tricolor, as lesões cirúrgicas são todas tratadas no CT Carlos Castilho (CTCC). Dessa forma, atletas da base e do time feminino saem de Xerém quando necessário para realizar os tratamentos.

— Hoje a gente não deve nada em relação aos clubes brasileiros e diria que estamos além em relação a outros do mundo. O Marcello, quando chegou, elogiou nossa estrutura em comparação com o que tinha no Real Madrid.

Presidente do Fluminense, Mário Bittencourt durante o Rio Innovation Week (Foto: Sharon Prais / Lance!)
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