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Romário exalta a Paralimpíada: “Vai ser orgulho nacional”

Tetracampeão mundial com a Seleção Brasileira em 1994, Romário é embaixador do Movimento Paralímpico<br>

Romário fala como se transformou após o nascimento da filha Ivy (Foto: Waldemir Barreto/Agencia Senado)
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Em entrevista publicada nesta quarta-feira no site do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o ex-atacante da Seleção Brasileira, atualmente senador (PSB-RJ), Romário Faria, 50 anos,  embaixador do Movimento Paralímpico, falou sobre a importância dos Jogos Paralímpicos para o Brasil - o torneio começa no dia 7 e vai até o dia 18 de setembro, no Rio de Janeiro.

Pai de Ivy, de 11 anos, que tem Síndrome de Down, o "Baixinho" tem se dedicado nos últimos anos à inclusão de pessoas com deficiência no Brasil. Ele conta como ter uma filha com deficiência o motivou a entrar de cabeça no movimento paralímpico e como o país pode colher os frutos de sediar um evento desse porte.

- O Brasil está pronto para sediar a Paralimpíada. Será uma grande celebração do orgulho nacional - disse.

Romário levou o Brasil ao título da Copa do Mundo em 1994, bem como dois triunfos na Copa América (1989, 1997), e também fez parte da equipe medalha de prata do Brasil nos Jogos Olímpicos de Seoul-1988. Ele entrou na política em 2009.

Como você se envolveu no Movimento Paralímpico?

O envolvimento mais concreto aconteceu após o nascimento da minha filha, Ivy, que tem síndrome de Down. Ivy abriu meus olhos para a inclusão de pessoas com alguma dificuldade.

Você é parte do Programa de Embaixadores do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Qual é o seu papel no programa e por que acha que é importante para o crescimento do Movimento Paralímpico no Brasil?

Eu me sinto muito honrado por ter sido convidado para ser um embaixador. O meu papel principal é promover o esporte paralímpico e o seu poder de transformação. O Movimento Paralímpico é capaz de atacar o preconceito contra pessoas com deficiência, ajudando a sociedade a enxergar a capacidade dessas pessoas. Se elas podem vencer no esporte, também podem vencer nas suas vidas privadas e no trabalho. A Paralimpíada no Brasil irá abrir muitas portas para as pessoas com uma deficiência e toda a sociedade vai desfrutar dos benefícios dessa inclusão.

O que você já fez para tentar aumentar essa consciência?

Eu tenho algumas vias. A principal delas é a minha ação política, dentro do Congresso Nacional. Em 2015, tivemos uma vitória importante para melhorar os recursos financeiros para esportes paralímpicos. Além disso, eu uso a internet para falar sobre o assunto. Considerando todos os meus perfis na mídia social, tenho um público de quase 5 milhões de pessoas.

Conte como foi a sua primeira experiência com o esporte paralímpico. Quais foram suas primeiras impressões?

Eu fui convidado a experimentar algumas competições paralímpicas, como o futebol de 5, ao lado de atletas com deficiência visual. Foi fantástico. Minha visão sempre foi um dos meus principais sentidos no futebol. Mas, com a venda nos olhos, me senti completamente perdido.  E, como eles, eu tive de superar minhas dificuldades e, depois de um tempo, consegui jogar.

O Brasil sediará os primeiros Jogos Paralímpicos da América Latina. Que impacto você acha isso terá na sociedade?

Espero que mais e mais pessoas sejam impactadas pelos esportes paralímpicos e pelo seu poder transformador. Espero que elas se conscientizem da capacidade das pessoas com deficiência. Além disso, a competição vai encorajar mais pessoas com uma deficiência a experimentarem o esporte e seus benefícios.

Como você decidiu que queria entrar na política?

Isso aconteceu depois do nascimento da Ivy. Percebi que pessoas como ela precisam de cuidados específicos e nem todos os pais têm as condições adequadas para proporcionar aos seus filhos com alguma deficiência.

Como ex-atleta, houve alguma habilidades e conhecimento que você adotou em sua carreira política?

O esporte é completamente diferente da política. A razão que me levou à carreira política foi a minha determinação e coragem. Eu também tive que aprender um monte de coisas, estudar a história do país e os assuntos para sempre votar de acordo com os interesses da população.

Que conselho você daria para um atleta que quer entrar para a política?

Em primeiro lugar, estudar o sistema político do seu país, para saber exatamente como funciona e qual é o papel de cada posição e, em seguida, identificar em qual área ele pode atuar e trabalhar melhor. E o mais importante, ter em mente que a política é um instrumento para melhorar a vida das pessoas e não para alcançar o poder ou enriquecimento ilegal.

Como o esporte é importante para as pessoas com uma deficiência?

O esporte é bom para o corpo e a mente. Além para nos manter saudável, ensina-nos a ter disciplina, foco, respeitando a vitória e a derrota. Isso é fundamental para se viver bem. Os efeitos são semelhantes para pessoas com deficiência, com o diferencial de que promove a reabilitação, melhora a auto-estima e é uma arma na lutar contra o preconceito.

Tendo sido um jogador de futebol de sucesso, há algum conselho que você pode dar aos jovens que estão apenas começando suas carreiras desportivas?

Acredite em si mesmo e perseguir seus sonhos.

Você acha que precisamos de mais lendas do esporte como você, que se envolvam com o desenvolvimento do esporte?

O esporte foi tão generoso comigo, que eu sinto que tenho a obrigação de retribuir. A visão do atleta é privilegiado e pode contribuir muito para fora das quadras, piscinas e campos.

Brasil tem enfrentado desafios políticos e econômicos recentemente. Você acha que os Jogos Paralímpicos podem restaurar o orgulho no povo brasileiro?

Com certeza, o esporte olímpico fez isso. Uma vez que os Jogos Paralímpicos forem iniciados, serão uma grande celebração do orgulho nacional.