Depois de um mais de duas horas de treino, provavelmente com muita conversa antes do começo dos trabalhos, o técnico Abel Braga deu a primeira coletiva na sua volta ao Internacional. Contratado para as duas últimas partidas do Campeonato Brasileiro – contra São Paulo, na quarta (3), e Bragantino, no domingo (7) –, o treinador terá sua oitava passagem pelo Beira-Rio. Antes da entrevista, o presidente Alessandro Barcellos anunciou que Abel veio sem cobrar salário. Confira como foi a coletiva:
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Abel trouxe com ele o especialista em preparação física Elio Carravetta. Apesar disso, preparador físico da comissão de Ramón Díaz, Diego Pereira continuará no Beira-Rio. O profissional e Abel Braga trabalharam no Vasco, em 2023.
Confira trechos da entrevista
Sobre a recepção da torcida
– Foi legal, foi tudo muito bem-organizado. Se tinha torcedor ali, era claro que ia falar com eles. Não estava programado, mas eu fui lá. Foi muito legal. Depois, no CT, pedi para o motorista parar o carro. Disse para os torcedores: "Quero pedir para vocês, tenho visto o quão tem sido duro para vocês, mas só pode estar nesse momento porque o mental está muito baixo. Não faz sacanagem para o jogador. Deixa o cara se recuperar. Deixa eles serem bem recebidos".
Sobre o motivo da volta
– Muitos de vocês talvez não saibam, mas fui obrigado, em 2016, a tomar uma decisão... Eu tinha plena convicção de que o Inter ia cair. Eu fui convidado a voltar e disse não. E o Inter caiu. Eu espero agora apagar essa coisa que me incomoda aqui [apontou para o coração]. Por que vim agora? Porque eu acredito. Falei para os jogadores, "vocês devem estar pensando que eu estou louco". Depois disse que eu acreditava.
Sobre o primeiro contato com os jogadores
– Foi muito legal o que aconteceu hoje. Eu disse que pediria e exigiria o que seria treinado. Os atletas fizeram tudo que foi pedido, me encantou. Poxa, a gente já quer que chegue logo o jogo. Há uma certa ansiedade para que isso chegue e termine. O que eu tenho de convicção está baseado no que eu vi naquele CT.
Sobre racha no elenco
– Estou escutando isso de você. Não escutei de ninguém que o vestiário está rachado. Senti exatamente o contrário. Vi uma assimilação muito legal. Os jogadores sorrindo. Um ou outro muito sério, talvez algo pessoal. Falei com um, "tu está muito sério fulano, está com algum problema?". O negócio ocorreu muito bem, uma descontração muito grande. Com isso, nós vamos fazer de tudo para sair.
Conversas com jogadores
– Já conversei com eles. Não posso perder tempo. Sabe qual único jogador que já está escalado para começar o jogo? O Aguirre [deixou o campo chorando, aos 14 minutos da goleada para o Vasco]. Conversei com ele, quero ele bem. Todo mundo faz besteira. O treinador tinha que fazer. Falei com ele, na frente de todo mundo: "Só quero que você saiba, o único que já está escalado, é você". Falei na frente de todo mundo. Mas se você pegar o momento de hoje, quem está bem? A gente vai mexer com isso. Não vamos largar eles um minuto.
Momento negativo
A coletiva teve um momento negativo. Em meio às suas longas respostas, ele disse:
– Eu falei "pô, eu não quero a p* do meu time treinando de camisa rosa, parece time de viado.
Depois, questionado por um repórter sobre a resposta com tons homofóbicos, inclusive lembrando que Abel costuma usar camisas rosas, o técnico disse que tinha sido "uma brincadeira para descontrair o grupo". A questão repercutiu nas redes sociais.
O que vem pela frente
Abel Braga assume o Internacional faltando duas rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro. Com um jogo na quarta (3), contra o São Paulo, na Vila Belmiro, e no domingo (7), contra o Bragantino, no Beira-Rio, terá a árdua tarefa de livrar o Colorado do rebaixamento. Para escapar, precisará de combinações de resultados. O Alvirrubro é 17º, primeiro time do Z4, com 41 pontos.
sua frente tem Santos, 41, Vitória, 42 e Ceará, 43, como concorrentes mais diretos. As equipes com 45 pontos, como Atlético-MG, Bragantino e Vasco, no entanto, ainda correm risco de cair.
