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Roberto Jardim
Porto Alegre (RS)
Dia 30/04/2025
10:35
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A vitória de 1 a 0 sobre o Maracanã-CE, pela terceira fase da Copa do Brasil, na noite de terça-feira (30), no Beira-Rio, teve um número muito incomum para o futebol. Não foram as 30 chances nem as quase duas horas de jogo – 117 minutos no total. O que chamou a atenção foram os 76 cruzamentos que o Internacional fez para a área cearense. Isso mesmo, SE-TEN-TA-E-SEIS. Ou 0,6 a cada minuto de jogo. Um número muito acima do normal, que fica no top 2 o futebol mundial.

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A quantidade foi registrada usado pela rádio Gaúcha e pelo site GZH na sua cobertura da partida. Além disso, apenas 21 bolas chegaram aos atacantes, enquanto 55 pararam na zaga, consagrando a defesa Alviceleste e o esquema armado pelo técnico Junior Cearense.

Segundo o aplicativo Sofascore, sua base de dados aponta para Eyüpspor-TUR, que fez 77 contra o Menemen, em 2022, como o maior volume de bolas lançadas na área. Depois, em 2024, o Yokohama FM-JAP fez 75, contra o Bangkok Utd-TAI. Ou seja, os 76 lançamentos colorados figuram na segunda posição.

Média alvirrubra é bem mais baixa

Conforme o colunista do Lance! Gustavo Guffo Fogaça, a média do time de Roger Machado neste ano é de 11,5 cruzamentos, com 19% de acertos – na partida contra o Maracanã, o acerto chegou a 27,6%. Guffo acrescenta que até o jogo de terça, a partida com maior marca havia o 3 a 3 com o Nacional-URU, no dia 22.

Em um levantamento feito por ele próprio, em 2019, Guffo analisou 2.615 cruzamentos feitos em uma série de ligas na temporada 2017/2018. De acordo com o colunista, 56,5% resultaram em contra-ataque do adversário.

– Foi um recorde [os 76 lançamentos alvirrubros] muito fora da curva. Time que cruza muito, termina perdendo pontos no longo prazo – comenta.

Paulo Vinícius Coelho, o PVC, comentarista do UOL e da Paramount+, acrescenta:

– A gente costuma dizer que a partir de 35 cruzamentos é falta de criatividade. Ou seja, a partir de 35 você tem pouca capacidade de infiltrar de outra maneira. Setenta e seis é um número muito grande. Muito alto!

O que diz Roger Machado

Roger Machado discorda. Conforme o treinador colorado, devido à forma como o time cearense atuou, essa foi a forma que o time encontrou para chegar à área e ao gol do Alviceleste.

– Não tem outra solução – comentou na coletiva, para acrescentar:

– A quantidade sim chama atenção. E foi pela alternativa que a gente conseguiu encontrar dentro de uma defesa muito fechada.

Para Roger, foi “o time buscando saídas diferentes”:

– A gente jogou em 40 metros, dentro do campo do adversário, com 11 jogadores se defendendo. O que nos faltou foi matar o primeiro pau. Isso nos faltou. Talvez tenha sido nosso defeito.

Vale lembrar, que foi num cruzamento no primeiro pau, que Wesley cabeceou e a bola bateu no travessão que Gustavo Prado fez o gol da vitória, aos 52 do segundo tempo. Um gol para 76 cruzamentos. Muito para apenas uma bola na rede.

Óscar Romero em cobrança de falta que resultou em um cruzamento (Foto: Maxi Franzoi/AGIF)
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