Palmeiras e Flamengo fazem o principal jogo da abertura do segundo turno do Brasileirão, neste domingo, no Allianz Parque. Dois dos principais postulantes ao título da temporada, os times voltam a campo após um recesso de duas semanas por conta dos jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo.
Para muitos, 15 dias sem jogar, em meio ao atribulado calendário da CBF, pode passar a falsa impressão de que Abel Ferreira e Renato Gaúcho tiveram, enfim, o tempo livre de que precisavam para preparar seus times, ensaiar jogadas, variações táticas, essas coisas de que o futebol cada vez mais precisa hoje em dia. Mas isso é mera ilusão.
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Nesse período, o Rubro-Negro ficou sem sua espinha dorsal: Gabigol, Everton Ribeiro e Arrascaeta, além de Isla e Pires da Mota, todos disputando jogos das Eliminatórias. Sem falar em Bruno Henrique, Rodrigo Caio, Filipe Luiz e Diego, contundidos ou em recuperação. Já o Palmeiras também teve meia defesa convocada para seleções, Weverton, no Brasil, Gustavo Gómez, no Paraguai, e Piquerez, no Uruguai. É impossível considerar que alguma coisa pode ser feita de muito útil pelos técnicos com desfalques desse tamanho.
A equação seleção-clube é difícil de resolver em todas as partes do mundo. Há situações extremas, como a de gigantes europeus como o Real, o Barça, o Bayern ou o PSG, que chegam a ter um time inteiro e mais alguns reservas convocados para seleções ao redor do mundo, uma verdadeira Torre de Babel que são. Mas o bom senso quase sempre prevalece e é impensável ver esses times entrando em campo nas chamadas datas Fifa com a bola rolando nas ligas da Espanha, da Alemanha ou da França.
Do lado de cá, contudo, o cenário é outro. O atropelo é o que vale. O normal é que sejam punidos, obrigados a jogar com desfalques, os clubes que mais investem, que montam elencos mais qualificados e competitivos. E que cedem mais jogadores para seleções. Respeitar as datas Fifa é uma exceção, não a regra. Só mesmo quando a grita é grande, como foi dessa vez – ainda mais depois que os ingleses se recusaram a liberar os jogadores da Premier League, obrigando Tite a fazer convocações tampão.
Ter parado o Brasileirão, portanto, da forma improvisada como isso aconteceu, com jogos adiados de última hora, adianta sim, mas muito pouco. Já que o preço é muito alto. A desorganização reinante na Conmebol e na CBF – agravada, é verdade pelos efeitos da Covid – vai fazer com que a sequência de jogos daqui para frente e até o final do ano seja ainda mais insana, levando os times ao limite. Com jogos praticamente a cada três dias, é querer demais que se mantenha o nível do nosso futebol, não é mesmo?