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Goytacaz luta para driblar problemas financeiros em meio à sua caminhada na Série B1 do Carioca

Jogadores e comissão técnica padecem com atrasos salariais. Diretoria promove ação de marketing e conta com mobilização de torcedores para quitar dívidas. Mas desafio é árduo

Goyta está a dois pontos da zona de classificação do Grupo A, mas fora de campo, realidade é outra (Carlos Grevi/Goytacaz)
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O desafio do Goytacaz na Série B1 do Carioca não se restringe a almejar uma das vagas para a fase final da Taça Corcovado (Segundo Turno). Em paralelo à luta da equipe no Grupo A, elenco e comissão técnica são assolados por um drama: os  frequentes atrasos salariais.

– O que a gente está reivindicando são três meses sem receber. Já estamos partindo para o quarto. A diretoria tem se mobilizado para resolver algumas coisas, e chegou a quitar uma parte antes do jogo com o Tigres. Mas ainda há muito a resolver – detalhou o goleiro Adilson, ao LANCE!.

Os problemas financeiros, que já eram nítidos desde o começo da disputa da Série B1, afetaram o planejamento do Goyta para o decorrer da competição:

– Sete jogadores foram embora durante a Série B1. À medida que foram atrasando os salários, os atletas deixavam o clube. Foi muito difícil, mas conseguimos manter o padrão. – recordou o técnico João Carlos Ângelo, que, assim como os demais integrantes da comissão técnica, também tem a receber do clube.

Sete jogadores foram embora durante a Série B1. Técnico não esconde: 'Tenho de agir como psicólogo'

O comandante confessou que o ambiente no qual o clube se encontra tem se tornado desafiador:

- É complicado. Eu, como técnico, passei a ter de agir como um psicólogo. Tem de fazer os atletas amenizarem os problemas que já vivem com seus familiares e ressaltar que deixar o clube não é a melhor atitude - destacou o treinador, que contou estar com problemas particulares devido à crise financeira.

O goleiro Adilson revelou como os atrasos salariais causaram dores de cabeça ao elenco:

- Pagamentos de moradias estão atrasados. Não chegamos a receber ordem de despejo, mas tivemos cobranças de proprietários dos imóveis. Os aluguéis vêm sendo resolvidos pelo clube – e ressalta o apoio da direção:

– Seria antiético dizer que a diretoria não está lutando. Eles têm se mobilizado bastante.

AÇÃO DE MARKETING PARA AJUDAR O GOYTACAZ

'Temos reservadas cotas (para estampar nomes de torcedores nas camisas) até o número 22)', diz dirigente (Reprodução)

Mandatário do Goyta, Dartagnan Fernandes destacou que o clube conta com apoios como a fornecedora Giggs (do conselheiro Gildo Gomes). Além disto, foi promovida nas redes sociais do clube a ação de marketing “Entre Em Campo Com o Goytacaz”, na qual torcedores podem colaborar com valores de R$ 50, R$ 500 e R$ 750. Dependendo do valor, o torcedor pode até ter seu nome estampado em locais estratégicos das camisas usadas pelos atletas em partidas da Série B1.

– Já temos reservadas as cotas até o número 22. A torcida se mobilizou, a campanha segue e está nos ajudando financeiramente neste momento – disse.

Fernandes detalhou o que fez o Goyta culminar nos problemas financeiros:

– Nós herdamos dívidas da gestão anterior. Além disto, há penhoras de ações do passado. Estamos batalhando.

Técnico da equipe, João Carlos Ângelo lamenta a falta de incentivo:

- O Goytacaz é um clube representativo, tradicional no futebol do Rio de Janeiro. Não entendo como não recebe incentivo da Prefeitura, como acontece com outros times que disputam o Estadual.

OS DESAFIOS NO GRAMADO

Antes da vitória sobre o Tigres do Brasil, elenco do Goyta chegou a não treinar em protesto por salários atrasados (Carlos Grevi/Goytacaz)

A vitória por 3 a 1 do Goytacaz sobre o Tigres do Brasil não foi significativa apenas por deixar a equipe com 14 pontos (um a menos que o America, vice-líder do Grupo A, que tem o Artsul na dianteira, com 20 pontos) e manter aceso sonho de brigar pela volta à elite estadual. O triunfo no Aryzão trouxe alento a uma semana que começou com turbulência.

No início da semana, os jogadores não treinaram, devido aos atrasos salariais;

- Foi uma decisão nossa, devido a todos os problemas. Depois, voltamos nossas atenções para a preparação do jogo de quarta-feira (contra o Tigres do Brasil).

Antes da partida, houve uma reunião com a diretoria sobre o impasse salarial do Goyta.

– Fui conversar com eles, que realmente estavam muito contrariados, com razão. Disse que tínhamos de dar continuidade ao que estamos fazendo em campo, honrar nosso trabalho. Jogar por nós e pela torcida do Goytacaz – disse João Carlos Ângelo.

'Estamos honrando nosso caráter, jogando por nossa família, pela torcida', diz o goleiro Adilson

Prestes à equipe enfrentar o Bonsucesso neste sábado, o elenco do Goytacaz espera por dias melhores.

– Demos mais um voto de confiança à diretoria. Estamos vivendo dia após dia aqui, honrando nosso caráter, jogando pelas nossas famílias e pela torcida que tem se mobilizado. Estamos muito unidos nesta busca pelo acesso – garante Adilson.

Mesmo em meio a turbulências, o presidente do clube, Dartagnan Fernandes traça uma perspectiva melhor para o Goyta:

– Na próxima segunda-feira, esperamos ter boas notícias.