Avatar
Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 08/12/2015
11:04
Atualizado em 10/12/2015
09:00
Compartilhar

"Da Matta, olha ali, lindo lance, golaço!". Assim foi narrado pela TV o gol de Wendell Lira, que levou o atacante para final do Prêmio Puskas. Mas afinal, quem é Da Matta e por que ele não ficou tão ilustre quanto o ex-parceiro de Goianésia? Fomos atrás do autor da assistência para o belo gol e descobrimos grandes histórias. A primeira envolve o São Paulo e David Luiz.

Da Matta é Adriano Da Matta, meia de 27 anos, nascido em Santo André (SP) e de contrato assinado com o Luverdense (MT) até o fim de 2016. Em papo com o LANCE!, ele contou toda a sua trajetória de batalha no futebol. E quanta batalha! Experiências em pequenos clubes do futebol europeu, frustrações no Velho Mundo e recomeço no Brasil. O armador, coadjuvante no Prêmio Puskas, quer mais. Deseja ser um nome famoso, lembrado pelos fãs de futebol, e mira virar novamente parte de um grande clube nacional, algo que iniciou em 2000 e foi abreviado em 2002, com sua dispensa na categoria infantil do São Paulo.

Da Matta disputou a Série B deste ano (Foto: Divulgação/Luverdense)

Adriano Da Matta conta que, em 2002, o São Paulo passou por reformulação na base após mudança de presidente.  Nesta mudança, diversos garotos foram dispensados no mesmo dia. Da Matta foi um deles, juntamente com um jovem zagueiro um ano mais velho. Era David Luiz, que tinha sido colocado fora dos planos do clube sob a justificativa de que era "muito baixo". Posteriormente a sorte sorriu para David Luiz, mas Da Matta não conseguiu deslanchar. Porém, ele afirma que capacidade não lhe falta para defender um clube de Série A.

- Minha saída do São Paulo ocorreu devido a uma troca na presidência, e muitos outros atletas foram dispensados. David Luiz foi mandado embora no mesmo dia que eu. Aprendi muito sobre futebol no São Paulo. Estar no São Paulo me ajudou muito, e sair também me fez crescer. De lá para cá, me preparei e me dediquei tanto que hoje me sinto preparado para vestir a camisa de qualquer clube - afirmou Adriano Da Matta.


Depois da frustração no São Paulo, Da Matta fez sua base por clubes paulistas de menor expressão e decidiu tentar a sorte como profissional na Europa. Aos 19 anos, em 2008, já estava atuando pelo UD Ibiza-Eivissa, que jogava a 3ª Divisão da Espanha. O meia fez boa temporada e no ano seguinte foi para o Pro Vercelli, da Terceirona italiana. Da Matta seguia bem e esperava ofertas de clubes maiores, porém uma forte crise financeira que afetava a Europa fechou as portas ao atleta. Mais uma desilusão, que gerou sua volta ao Brasil.

- Eu me adaptei bem na Europa e pude atuar em muitos jogos, com destaque. Isso me levou a ter sondagens de times grandes por lá, mas infelizmente a Europa estava em crise, com diversos clubes falindo. Este cenário prejudicou minha trajetória e me obrigou a voltar ao Brasil para recomeçar - destacou.

VEJA ABAIXO MAIS DA ENTREVISTA COM ADRIANO DA MATTA

Como foi seu recomeço no Brasil?
Tive destaque no Campeonato Baiano de 2014, pelo Jacuipense, onde marquei seis gols e dei sete assistências em 16 jogos, levando o time para a Copa do Brasil de 2015. Já em 2015, pelo Goianésia, fiz uma ótima campanha e o time chegou a semifinal do Campeonato Goiano. Daí fui contratado pelo Luverdense e fiz 25 jogos na Série B, podendo ajudar o time da melhor forma possível. Lutamos pelo acesso quase até o fim, em uma campanha que foi histórica para o clube (o time acabou a competição em décimo lugar).

Quais são os seus planos para 2016?
Tenho recebido algumas sondagens para 2016, mas ainda não há nada fechado. Tenho contrato com o Luverdense até final de 2016, mas serei emprestado agora no período dos estaduais. Estou esperando uma boa proposta para algum estadual. Quem sabe, ter participado do gol do Wendell não possa me ajudar? Espero que sim!

GALERIA ESPECIAL: A CARREIRA DE ADRIANO DA MATTA EM 11 IMAGENS


Você espera que uma vitória no Prêmio Puskas faça os fãs de futebol olharem a jogada do golaço como um todo, já que seu passe também foi muito bonito?
Acredito que, quem conhece e gosta de futebol, já reparou no passe. Foi um ato de improviso, de rapidez, onde encontrei uma saída para colocar o Wendell na cara do gol. Foi um gol muito bonito por sua soma. Verdadeiramente, espero e torço muito pela conquista do prêmio.

Você e o Wendell se falam? Vai pedir alguma lembrança da premiação para ele, como algum autógrafo de um craque, ou alguma quantia em dinheiro? (O Prêmio Puskas será entregue dia 11 de janeiro de 2016, em evento na Suíça)
Ainda tenho contato com o Wendell, ele é meu amigo. Sempre tivemos um bom entrosamento dentro de campo e somos amigos fora dele. Não vou pedir nada de lembrança, apenas vou torcer muito para que ele ganhe, pois será bom para ele. O Wendell é um cara que merece, gente boa e craque de bola. Torço muito por ele. Quem sabe, um dia não poderemos jogar juntos de novo?

Qual é o tamanho do seu potencial?
Sem duvidas, me vejo com capacidade de atuar em um time da Série A. Neste ano tive bons parâmetros atuando contra equipes tradicionais como o Botafogo, Vitória e Bahia, e tive ainda mais certeza de que posso jogar em alto nível e me destacar. Sempre me preparei pensando em jogar a Série A e estou em um busca de uma oportunidade.

Qual é o seu maior sonho na carreira? Sonha com algum clube brasileiro?
Meu sonho é jogar profissionalmente em um clube com grande expressão, que lute por títulos e tenha uma torcida empolgante. Jogar com o estádio cheio é fantástico, não há nada que me fascine mais.

Siga o Lance! no Google News