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Marcio Dolzan
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 06/05/2025
09:32
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A deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento imediato do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e a revisão do acordo homologado pela corte no início do ano que colocava fim ao processo que questionava a eleição de Ednaldo na eleição de 2022. Procurada, a confederação não comentou o caso.

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Daniela se baseia em laudo encomendado pelo vereador carioca Marcos Dias Pereira (Podemos) que aponta para suposta fraude na assinatura do Coronel Antônio Carlos Nunes, ex-presidente da CBF, em acordo que encerrou aquele processo contra o presidente da confederação.

O pedido de Daniela do Waguinho junto ao STF foi feito no mesmo dia em que Marcos Pereira protocolou “notícia de fato” junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para que investigue a suposta assinatura falsa.

Nos dois casos, as alegações dos parlamentares é de que houve “vício de consentimento”, uma vez que o Coronel Nunes não estaria no pleno gozo de condições de saúde. Ele tem 86 anos, passou por procedimentos médicos invasivos nos últimos anos e teve atestado pelo cirurgião Jorge Pagura, ligado à CBF, como com “déficit cognitivo”.

“A referida indicação de que houve vício de consentimento na assinatura do documento pode ser notada pelo fato de que, ainda em 2023, já existia laudo médico apontando que o Sr. Antônio Carlos Nunes de Lima não detinha as condições físicas e cognitivas para expor seu aceite a qualquer condição que lhe fosse apresentada”, diz a peça apresentada por Daniela do Waguinho junto ao STF.

Empresa que fez perícia contra Ednaldo na CBF já se envolveu em casos polêmicos

A perícia usada como base para a ação é da Tirotti Perícias Judiciais e Avaliações, que tem representação em Brasília e em São Paulo.

A análise é assinada pela perita Jacqueline Tirotti. No laudo, ela conclui pela “não identificação do punho periciado de Antônio Carlos Nunes de Lima” na assinatura de Nunes. Em outras palavras, a perita afirma que não é possível confirmar que a assinatura é verdadeira.

Mas, no mesmo documento, a perita ressalva que a assinatura analisada, bem como as bases usadas como comparação, foram feitas a partir de cópias digitalizadas (e não as originais), o que aponta para uma “fragilidade do documento questionado, em razão da ausência de grampeamento/fixação de folhas e ausência de rubrica”.

Além de Jacqueline, a Tirotti Perícias Judiciais tem como perito o pai dela, Reginaldo Tirotti. A empresa atua desde 2013 e tem experiência na área, mas nos últimos anos se envolveu em dois casos polêmicos: ela atestou como verdadeiras as assinaturas da apresentadora Ana Hickmann em contratos com o banco Daycoval, mas a atriz assegura que ela não assinou os documentos; e foi a Tirotti que validou um vídeo de cunho sexual usado para acusar o Padre Júlio Lancellotti de pedofilia, que foi contestado posteriormente por outras análises. O padre sempre negou com veemência a acusação.

Ednaldo Rodrigues vem sendo alvo de parlamentares (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
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