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Lance!
Macapá (AP)
Dia 25/08/2017
12:53
Atualizado em 28/08/2017
08:59
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O mistério em torno do último campeão estadual de 2017, enfim, será desfeito. Nesta segunda-feira, às 20h30, Santos-AP e Macapá medem forças pela final do Campeonato Amapaense. Devido à vitória por 3 a 0 no jogo de ida, o Peixe da Amazônia tem uma vantagem confortável: só uma derrota por quatro ou mais gols impede seu sonho de obter um pentacampeonato consecutivo (que seria o sexto título na história do clube).

Disputada por seis clubes, com dois meses de duração, a competição tentou driblar limitações do próprio estado e os reflexos do futebol nacional, que já tem Brasileirão e Copa do Brasil em alta voltagem. Vários jogos foram marcados em dias sem futebol na televisão (o jogo de ida da final ocorreu na quinta-feira). Vice-presidente da Federação Amapaense de Futebol, Paulo Rodrigues apontou os percalços para a organização da competição:

- Marcamos jogos em dias diferentes para não sofrermos com a concorrência dos jogos dos grandes clubes do país. Sabemos deste impacto dos grandes clubes, especialmente do futebol carioca. Além disto, sabemos que o Estádio Zerão fica muito deslocado dos grandes centros, o que diminui nossa média das partidas. Mesmo com o baixo investimento, os seis clubes se dedicaram bastante - afirmou, ao LANCE!.

O Estádio Zerão foi palco de todas as 20 partidas anteriores do Campeonato Amapaense (e receberá também o jogo final). Estádio que poderia surgir como alternativa, o Glicério de Souza Marques está interditado pelo Mistério Público desde 2015.

Público foi baixo, mesmo 'fugindo' da concorrência de partidas de outros estados. Jogo de ida da final teve 796 pagantes

Secretário do Desporto e Lazer do governo do Amapá, Júnior Maciel lamentou a situação do estádio:

- Realmente, o Zerão ficou sobrecarregado. Ainda não temos previsão quanto à liberação do Glicério, e teremos de lidar com esta situação. O futebol amapaense luta muito para sobreviver - afirmou, ao L!.


Porém, o Campeonato Amapaense também não atraiu muito público: até mesmo a goleada por 3 a 0 do Santos-AP sobre o Macapá, pelo jogo de ida da decisão, foi assistida por 796 pagantes.


FINAL: HEGEMONIA SANTISTA OU RETOMADA DO AZULÃO?

Finalistas já estão na Série D. Campeão amapaense vai para a Copa Verde-2018 (Foto: Reprodução/Internet)

A decisão do Amapaense pôs frente a frente dois clubes em cenários para lá de opostos. Franco favorito em campo, o Santos-AP tem folha salarial de cerca de R$ 70 mil e busca voos maiores. Além do penta (seu sexto título na história), o desejo é montar a equipe para as outras competições:

- Temos um projeto forte para a Série D de 2018. Já estamos com uma equipe entrosada há dois anos, temos a experiência de disputar a Copa Verde e, quem sabe, podemos ir para lá mais uma vez. Estamos com uma boa vantagem, mas respeitamos o Macapá e sei que a equipe lutará muito - disse o mandatário do Peixe da Amazônia, Paulinho Ceará, ao LANCE!.

O dirigente do Santos-AP lamentou o fato do Campeonato Amapaense ainda ter tantas dificuldades:

- A gente sabe que aqui o apelo não é tão grande. O Brasil ainda enfrenta uma crise, e a gente procura algumas formas de chamar o torcedor, com ingressos a preço simbólico, é bem difícil de depender apenas do Amapaense. Aqui no estado, a gente está no futebol porque gosta muito mesmo.

Já o Macapá, que, no mínimo, tem de marcar três gols para levar a disputa do título para os pênaltis, tem planos a longo prazo em sua reestruturação. Com seu único título amapaense em 1991, o clube tem folha salarial estipulada em R$ 5 mil para cada jogador. O elenco contratado apenas para a disputa do Estadual. 

O dirigente Edielson Souza detalhou quais são os próximos passos da diretoria:

- Cumprimos um projeto de, em quatro anos, levar o Macapá à Série D. Em 2018, nossa busca é por levar a equipe à Série C. Foi um trabalho intenso, no qual reforçamos a equipe com vários jogadores no Pará. Agora, vamos rever alguns pontos e pensar em 2018 - disse, ao LANCE!.

O Azulão deixou para trás clubes de tradição local, como Trem e São Paulo-AP e, nas semifinais, superou o Independente-MA, que tem grande torcida. Porém, o revés no jogo de ida contra o Santos-AP foi visto com surpresa pelo dirigente:

- Estávamos bem e tivemos chances de abrir o placar durante o primeiro tempo. Mas tivemos algumas baixas, um jogador fraturou a clavícula (George, que está fora da decisão) e outro foi expulso, e tomamos os três gols. Vamos nos empenhar neste segundo jogo, confiantes no nosso trabalho, pois já conseguimos um grande feito, que foi a volta à Série D.

Além do título amapaense, quem levar a melhor no último jogo garante vaga em outra competição: será o representante do estado na Copa Verde de 2018. 

O risco de coincidências de datas com jogos da Série D e da Copa Verde pode afetar a próxima edição do Amapaense. Em entrevista ao L!, Paulo Rodrigues não descartou mudanças no calendário competição para 2018:

- Vamos nos reunir com os clubes para ver se preferem disputar a competição no segundo semestre. A Série D está cada vez mais valorizada, e neste ano, datas coincidiram com jogos do Santos-AP no Amapaense. Como teremos dois clubes em 2018, não descartamos mudar a data do Estadual para o primeiro semestre.

A edição de 2017 do Campeonato Amapaense se prepara para sua despedida, cercada de expectativas e com clubes lutando por um lugar ao sol no futebol nacional.

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