Avatar
Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 17/10/2018
21:01
Atualizado em 19/10/2018
08:56
Compartilhar

Favorito no segundo turno da corrida presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) deixou claro que pretende fazer uma redução significativa no número atual de ministérios, de 29 para 15. Cotado para o cargo de ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse ao LANCE! que a formatação das pastas em um eventual governo de seu grupo já está definida, falou que o desejo do capitão reformado é estender os programas de inclusão social por meio do esporte, mas deixou claro que quem deverá executá-los são os estados e municípios.

Nos bastidores, as organizações ligadas ao setor temem o fim do Ministério do Esporte se Bolsonaro derrotar Fernando Haddad (PT), e se articulam para evitar perdas de recursos voltados ao alto rendimento e às políticas de inclusão. O mais provável é que aconteça a fusão da pasta com as de educação e cultura. 

Atualmente, o governo federal centraliza os recursos das loterias e os repassa para entidades como o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC).

Já as secretarias estaduais, que também recebem verbas, sofreram redução de repasses de 1,5% para 1% do total arrecadado com os apostadores após a edição da MP 846. A medida provisória recuperou as perdas da MP 841, do governo Temer, após forte pressão do setor esportivo. A distribuição do dinheiro para ano que vem, caso Bolsonaro vença, pode mudar totalmente.

– O esporte tem duas vertentes muito importantes. Uma é o alto rendimento. A outra é como resgate para tirar a gurizada das drogas. Embora isto seja utilizado em muitos estados brasileiros, o governo federal poderia ter programas ainda mais abrangentes. Mas como iremos repassar recursos a estados e municípios diretamente (se eleitos), sem nenhum tipo de intermediação, daremos a eles as condições para que tenhamos programas de esportes com esses propósitos – afirmou Onyx, ao LANCE!.

Segundo o político, há duas possibilidades. Uma é unir educação, cultura, esportes, ciência e tecnologia em uma pasta, como no Japão. A outra é separar educação, cultura e esporte de ciência e tecnologia, como na Coreia do Sul. Um dos nomes especulados para o ministério que cuidará do esporte é Stavros Xanthopoylos.

Em relação ao alto rendimento, Lorenzoni reconheceu que há necessidade de um grande planejamento, mas tratou o assunto com cautela.

– É inegável que o Brasil pode ter um desempenho muito melhor em competições internacionais de alto rendimento. O que precisa é de um bom método, um bom planejamento, que existem em algumas modalidades, mas não são regra. E vai ter muito critério no uso de verbas das estatais para qualquer atividade. Ainda mais que reduziremos para 150 o número de estatais.

O aliado de Bolsonaro também destacou que o candidato eleito na corrida presidencial enfrentará um grande desafio financeiro. E deixou claro que o esporte não está entre as prioridades.

– O Brasil precisa se dar conta de que qualquer governo que assumirá no ano que vem, e vai ser o nosso, terá de arrumar R$ 140 bilhões para cobrir o déficit. Isso não se faz sem ter prioridades claras. As prioridades do governo do Jair são segurança pública, saúde e educação básica.

Em seu programa de governo, Bolsonaro não cita a palavra esporte. Ele também não respondeu aos pedidos de entrevista do LANCE! até o momento. O documento apenas sugere uma integração de atividades físicas com o programa "Saúde da Família", em um dos itens.

"Outro exemplo será a inclusão dos profissionais de Educação Física no programa Saúde da Família, com o objetivo de ativar as academias ao ar livre como meio de combater o sedentarismo e a obesidade e suas graves consequências à população, assim como o AVC e infarto do miocárdio", dizem as diretrizes do presidenciável.

Siga o Lance! no Google News