Futebol Internacional

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Adiamentos de Boca x River afetam torneio argentino e clubes têm atrito

Superliga são alteradas pela indefinição de data para final da Libertadores e geram tumulto na competição; Huracán reclama de postura do rival San Lorenzo

Foto: Reprodução/Twitter
Escrito por

A série de adiamentos e indefinições sobre a final de Copa Libertadores entre Boca Juniors e River Plate provocou consequências em diversos segmentos do país. Além do cenário de guerra entre dirigentes, hesitações da Conmebol, discussões no Ministério de Segurança e violência por parte dos torcedores, devido às várias reprogramações do super clássico desde o jogo de ida, a Superliga, principal campeonato nacional, foi também uma das vítimas.

O tradicional "clássico de bairro" entre San Lorenzo e Huracán foi suspenso  no último domingo devido à reprogramação da final, que inicialmente foi remarcada para o mesmo dia e, depois, novamente remanejada. A partida seria disputada pela 13ª rodada do torneio nacional. A postergação provocou um "efeito cascata" na Superliga, que já soma oito confrontos adiados. A data de cada partida do campeonato é definida com um ano de antecedência, o que tem gerado grande confusão na definição de novas datas, já que, em paralelo, a Copa Argentina (equivalente à Copa do Brasil) também é disputada. Nesta semana, alguns meios de comunicação traduziram o problema como "Superliga esquecida".

- A suspensão da final entre Boca e River trouxe muitas consequências e conflitos em outros jogos, em particular no clássico entre San Lorenzo e Huracán, que jogariam na mesma hora no domingo. O San Lorenzo é uma equipe com muitos torcedores no interior do país, pessoas haviam viajado e saído de suas cidades no dia anterior e na metade do caminho descobriram que o jogo havia sido suspenso. Gastaram dinheiro e tempo, alguns reservaram ônibus para chegar até aqui. Aos dirigentes isso trouxe um pouco de dor de cabeça, muitos torcedores começaram a perguntar a nova data da partida, o que aconteceria com os ingressos que haviam comprado ou se o dinheiro seria devolvido - explicou Tony Arrighi, repórter que acompanha o San Lorenzo para a  Tyc Sports.

- Estive no acidente de ônibus na Venezuela. O Huracán, mesmo com jogadores lesionados, foi obrigado a jogar. Diferentemente do que aconteceu aqui, onde equipes foram prejudicadas e a Superliga desprestigiada. Não que os jogadores do Boca teriam de jogar, mas a decisão por parte da Conmebol nunca é tomada por igual. A Libertadores sempre foi disputada na semana e, por capricho, mudaram para o fim de semana prejudicando a todos. O meu desejo e de muitos na Argentina, levando em consideração a forma como chegaram à final (Boca e River), utilizando jogadores suspensos, por exemplo, deveriam dar a vaga ao Grêmio e ao Palmeiras. Assim, aprenderiam a não tirar vantagem de tudo - declarou Pedro Pablo Di Spagna, médico do Huracán.

Pablo referiu-se ao acidente em Caracas, capital da Venezuela, quando o ônibus do Huracán tombou a caminho do aeroporto no retorno da partida em que se classificou à fase de grupos da Libertadores de 2016. Na mesma semana, os jogadores teriam sido obrigados a disputar jogo do torneio local.

A Conmebol tornou o problema mais dramático por ter alterado as datas previstas para a final da Libertadores de meios de semana para fins. Uma vez que os envolvidos na final são  os dois maiores times da Argentina, a entidade decidiu mudar as datas estipuladas de um ano antes. Embora a justificativa tenha sido a impossibilidade de jogar durante a semana a pedida de órgãos de segurança, por conta do horário, a mudança foi feita efetivamente para que a final fosse disputada nos finais de semana em um horário adequado à audiência europeia, aumentando as perspectivas de faturamento. Isso fez com que vários jogos da Superliga fossem suspensos e o campeonato argentino recebesse vários asteriscos na tabela, já que muito clubes ficaram com jogos a menos.

- Aqui há pouca seriedade em algumas instituições e os barrabravas são lamentáveis - completou Tony Arrighi.

Além dos estragos causados pelos adiamentos da finalíssima, o jogo de ida entre Boca e River também provocou danos. Devido às fortes chuvas que atingiram Buenos Aires no sábado, dia 10, a partida na Bombonera passou o dia seguinte, domingo. Na ocasião, o presidente da Superliga, Mariano Elizondo, reuniu-se com os responsáveis pelos direitos de transmissão do torneio e com os funcionários do Ministério de Segurança para determinar os próximos passos. Os cinco jogos que seriam disputados na capital, foram remarcados para a segunda-feira seguinte, embora outras seis equipes já tivessem partidas programadas para a data, o que gerou um ambiente caótico para organização e segurança. Muitos meios definiram como "péssima" a decisão de disputar a final da Copa Libertadores em um final de semana.

Por fim, clubes que tiveram suas partidas postergadas trocaram farpas entre si. O que era para ser a maior final da história, transformou-se na decisão mais catastrófica para o futebol local.

- O San Lorenzo, que não tem uma realidade muito boa, se aproveitou e conseguiu que o clássico com o Huracán não fosse remarcado (para segunda ou terça). Os motivos? O Huracán está melhor e possui uma série de vitórias, eles o contrário. Trocaram o treinador e utilizaram disso para que o técnico tenha mais tempo para trabalhar e ordenar a equipe. Além de que esperam disputar o clássico com todos os reforços. Por conta disso, se negaram a jogar e contaram com o apoio dos dirigentes da Superliga que são torcedores do San Lorenzo. Nas redes sociais está em evidencia a vantagem injusta que teve o San Lorenzo com essa suspensão - disse Pedro Pablo Di Spagna, médico do Huracán.

- Acredito que ao San Lorenzo a suspensão foi boa, vários jogadores estão lesionados e outros não estavam tendo um bom rendimento. Almirón (treinador da equipe) terá mais tempo para seguir trabalhando com o elenco. Por isso, a postura do Huracán é compreensível, de querer jogar o jogo antes possível. Propuseram fazer entre segunda ou terça-feira, mas devido nossos torcedores de fora da cidade e por ser um dia de trabalho, muitos não poderiam estar presentes. Por conta disso, a suspensão gerada pela final entre Boca e River trouxe muitos problemas, porque não há datas disponíveis e o jogo entre San Lorenzo e Huracán deveria ser programado para o ano que vem. Huracán tem outro jogo suspenso, irá jogar na semana que vem contra o Argentino Juniors - avaliou Tony Arrighi, da Tyc Sports.

Ainda não há definição sobre quando e onde ocorrerá o jogo decisivo da Libertadores. Na última terça, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, expressou o desejo que a partida seja fora da Argentina entre 8 a 9 de dezembro. O Boca Juniors ainda aguarda julgamento do Tribunal Disciplinar da entidade sobre pedido de punições ao River e decretação do título.