O presidente de La Liga, Javier Tebas, voltou a disparar contra o modelo econômico de clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain. Em conferência organizada pelo jornal "Expansión" e pela consultoria "PKF Attest", o dirigente espanhol defendeu a forma como o futebol da Espanha é regulado financeiramente e acusou rivais europeus de se beneficiarem de sistemas permissivos em seus países.

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Segundo Tebas, a desigualdade entre os modelos de gestão gera distorções nas competições continentais. Ele afirma que os clubes espanhóis são obrigados a respeitar regras rígidas de controle financeiro, enquanto outros gigantes europeus operam com déficits contínuos sem enfrentar punições significativas.

– Você pode perder dinheiro um, dois ou três anos, mas não dez seguidos. O Manchester City vem acumulando prejuízos desde que mudou de donos e trapaceando nesse processo. O PSG, por exemplo, registrou déficits de 200 milhões de euros por sete temporadas consecutivas – criticou o presidente.

Javier Tebas é presidente de La Liga desde 2013 (Foto: Reprodução / Instagram)

Javier Tebas compara La Liga a outros campeonatos europeus

Mesmo com as críticas aos adversários, Tebas reconheceu que o futebol espanhol ainda tem áreas a melhorar, sobretudo na geração de receitas a partir dos estádios. Ele destacou a falta de camarotes VIP e experiências exclusivas, que em países como Inglaterra e Alemanha representam uma fatia importante da arrecadação dos clubes.

– Temos um déficit de cerca de 600 milhões de euros por temporada em relação à Premier League e à Bundesliga. A maior lacuna está nos camarotes VIP. Enquanto os estádios da Espanha têm 4,3% de espaços desse tipo, os da Bundesliga contam com 9% e os da Premier League chegam a 11,5%. Isso precisa mudar, e por isso o investimento da CVC é essencial – explicou.

Tebas estima que em quatro anos os novos estádios poderão equilibrar essa diferença, permitindo que os clubes espanhóis ampliem seu poder de contratação.

Outro ponto defendido pelo dirigente foi o sistema de Fair Play Financeiro implementado na Espanha, que segundo ele se consolidou a partir da centralização na venda de direitos de TV e da reestruturação das dívidas dos clubes.

– O controle financeiro nada mais é do que uma contabilidade responsável: saber quais são as receitas, quais são as despesas e quais dívidas precisam ser pagas. Somos o único setor que não viu clubes liquidados. Chegar a dever 700 milhões de euros à Receita foi constrangedor, e isso não pode voltar a acontecer – afirmou.

O dirigente ainda ressaltou que a centralização da venda de direitos televisivos foi determinante para a recuperação dos clubes espanhóis.

– Com a venda centralizada, arrecadamos 500 milhões de euros a mais em um ano. Se não houvesse Fair Play, esse dinheiro teria ido parar em carros de luxo e salários inflacionados, e não no pagamento das dívidas – concluiu.

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