Escrito por Lance!
A UEFA não foi capaz de unificar os critérios das diferentes ligas. Cada país está fazendo a sua decisão sem que o organismo europeu possa impor de forma clara as suas normas. A força dos grandes clubes ou das Ligas profissionais, sobre o poder das federações no futebol, apoiado pelos operadores de direitos televisivos, moldou um desenho de dispersão, em que cada um decide o que quer. Há também um ponto decisivo: os governos. No final, a responsabilidade pela pandemia recai no campo político, mas a UEFA age um pouco como a União Europeia: alguns discursos, diretrizes e pouco poder para unificar vontades.
Não existe um critério unificado para o futebol, embora, no final, a única coisa lógica seja feita: a suspensão das ligas, embora alguns ainda pensem em fazer perguntas para descobrir como definem acessos e rebaixamentos. É melhor tomar uma decisão e suportar as consequências. No final, para isso, os representantes são eleitos. Se eles fazem errado, são alterados, mas não podem ser governados por pesquisas de mercado. No campo profissional, a França parece pouco ligada à pressão da TVs e o governo decidiu que todo o esporte deveria passar para setembro e decidiu quem é o campeão, quem vai para a Europa e quem cai seguindo o padrão da competição. classificação atual, antes da pandemia.
Em Portugal a Liga logo voltará. Não é estranho, porque o país de Cristiano fez uma excelente gestão da pandemia com uma mulher na vanguarda da crise. Na Inglaterra, os jogadores relutam em voltar, mas os clubes querem encerrar a competição. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel atrasou a euforia do retorno e, na Itália, os clubes querem se impor ao governo, enquanto na Espanha tudo está pronto para jogar. A Europa já se despediu de um conceito de unidade.
NR: Santi Nolla é colunista e diretor do 'Mundo Deportivo', diário de Barcelona e um dos parceiros do LANCE! no pool de jornais esportivos