The Best Fifa é uma premiação anual de muito glamour e pouca lógica. Foram anunciados ontem os candidatos para as diversas categorias, incluindo melhor jogador (masculino e feminino), técnicos e gol mais bonito.
Não é surpresa pra ninguém que a Fifa só dá valor ao que acontece nos principais campeonatos europeus, mas em algumas temporadas isso se torna tão escandaloso quanto constrangedor.
Ao Brasil, coube somente uma indicação indireta: o Flamengo vai ser representado no prêmio Puskás, dado ao gol mais bonito, pela pintura de bicicleta de Arrascaeta contra o Ceará, em 2019.
Ao escolher os técnicos indicados, o elitismo fica ainda mais evidente. Lá estão Hans-Dieter Flick, que venceu a Liga dos Campeões com o Bayern de Munique, Julen Lopetegui, que levou a Liga Europa pelo Sevilla, além de Jurgen Klopp e Zinedine Zidane, os campeões da Premier League e La Liga. O último candidato é Marcelo Bielsa, venerado pela sua filosofia de jogo, mas cujo maior feito na última temporada foi vencer a segunda divisão inglesa.
Se há espaço para o argentino, por que não há para Jorge Jesus? O português transformou o Flamengo em máquina letal, foi campeão da Libertadores, Brasileiro e extremamente valente contra o Liverpool no Mundial.
Ao reforçar a impressão de que o futebol só existe na Europa, a Fifa acumula injustiças e descrédito. Só se abre ao mundo quando é hora de recolher os votos que garantam sua própria influência sobre o esporte.
O LANCE! Espresso é uma newsletter gratuita que chega de manhã ao seu e-mail, de segunda a sexta. A marca registrada do jornalismo do LANCE!, com análises de Fabio Chiorino e Rodrigo Borges. Clique aqui e inscreva-se.
Dia 25/11/2020 22:28
Atualizado em 26/11/2020 07:00