Tetracampeã mundial, a Itália vive um período delicado, em que encara desafios de investimento e formação de jogadores. Ainda assim, a Azzurra sonha com uma vaga na Copa do Mundo, que não participa desde o Mundial do Brasil, em 2014.

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Em entrevista ao Lance!, o jornalista Gioele Anelli, do "La Gazzetta dello Sport, afirmou que a Itália enfrenta diversos problemas. No entanto, o repórter destacou a desvalorização da formação de jovens atletas e o aproveitamento desses jogadores na equipe principal.

- Essa é a pergunta de um milhão de dólares! São muitos problemas e muitas camadas para responder de forma simples. A estrutura do nosso sistema de formação de jovens jogadores é definitivamente uma delas: muitos jovens promissores não chegam ao time principal. Muitos empréstimos e a falta de confiança em suas habilidades frequentemente levam à diminuição da confiança e da esperança. Posso dar um exemplo que resume bem o problema: os quatro clubes italianos na Champions League estão entre os 10 clubes com a maior média de idade (Inter e Napoli são os dois primeiros). Basicamente, a Itália não produz jogadores de qualidade suficiente para chegar ao time principal, ao contrário da Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, etc.

No início deste século, a Itália era um expoente e uma referência no futebol mundial. Tanto na questão de revelar grandes talentos, quanto de atrair jogadores considerados de ponta. Nesse período, a Azzurra chegou a conquistar a Copa do Mundo em 2006, mas tudo desandou de lá para cá.

- É difícil explicar em poucas palavras. Como eu disse, a estrutura do sistema de base italiano dos clubes é um dos principais motivos para explicar a diferença entre a Itália do início dos anos 2000 e a Itália de hoje. Não investimos em infraestrutura, estádios, bases e marketing para tornar nosso futebol atraente, como o da Premier League, por exemplo. Hoje, é difícil investir na Itália: nossos clubes lutam para se firmar na Europa, os estádios são feios, desconfortáveis ​​e velhos, e nosso futebol perdeu o brilho em termos de jogadores e times. Então, basicamente, falta dinheiro e muitos jogadores jovens que não são valorizados - afirmou Gioele Anelli.

Ainda assim, a Itália sonha com um retorno à Copa do Mundo em 2026 apesar das dificuldades enfrentadas nas Eliminatórias. Anelli crê que a Azzurra vive um bom momento sob comando de Gennaro Gattuso e entende que uma classificação será possível durante a repescagem europeia.

- Tudo o que posso dizer é que existe um sentimento geral de esperança e um ligeiro otimismo. Não em relação ao primeiro lugar do grupo — quero dizer, é quase impossível —, mas sim à própria qualificação. Gattuso começou bem, com quatro vitórias consecutivas, mesmo com alguns dos nossos principais jogadores lesionados (Politano, Kean, Zaccagni, por exemplo). Depois de duas Copas do Mundo perdidas, sabemos que não temos segundas chances, então a esperança é tudo o que nos resta por enquanto.

Na quinta-feira (13), a Itália visita a Moldávia e pode assegurar uma vaga na repescagem europeia em caso de uma vitória. Na sequência, a Azzurra enfrenta a Noruega, que é líder do Grupo I com três pontos de vantagem sobre a equipe de Gattuso, mas com um saldo de 16 gols a mais em relação a tetracampeã.

Veja outras respostas de Gioele Anelli sobre o momento da Itália

Troca de treinadores

- Acho que Mancini tinha que sair: muitos erros depois da Euro 2020 – principalmente a derrota contra a Macedônia do Norte. Spalletti é um ótimo treinador, mas talvez não para uma seleção. Ele se sai melhor em clubes, onde pode trabalhar diariamente. Gattuso deu confiança ao grupo. A Itália pareceu sólida, organizada e pragmática. Ele é o menos experiente dos três, mas talvez – finalmente – a escolha certa para a Itália. Não somos "bonitos", mas somos eficientes – e é exatamente assim que temos que ser.

Caminho para chegar na Copa do Mundo

- Sinceramente, já sabemos que vamos jogar nos playoffs. O que precisamos é de consistência, intensidade e garra (no bom sentido, se é que me entende). Não medo, não ansiedade: somos um grupo diferente, com jogadores diferentes e um técnico diferente. Temos que ser sólidos e, como eu disse, eficientes. E acredito sinceramente que estamos no caminho certo, mesmo sem jogadores de nível mundial. Além disso, em quase seis meses, tudo pode mudar no futebol: alguns dos nossos jogadores mais jovens estão se destacando, e isso é uma ótima notícia para nós.

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Técnico da Itália, Gattuso em coletiva de imprensa (Foto: Divulgação)
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