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Polêmicas da vez: ex-árbitros veem injustiça em expulsões de CR7 e Dedé

Camisa 7 da Juventus levou vermelho em duelo da Liga dos Campeões, enquanto zagueiro da Raposa foi expulso na Libertadores; LANCE! conversou com especialistas sobre o tema

CR7 e Dedé foram alvos de expulsões polêmicas nesta semana (Foto: AFP. Montagem: João Vitor Castanheira/LANCE!)
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Nem os mais pessimistas esperavam que a estreia de Cristiano Ronaldo pela Juventus na Liga da Campeões terminasse com apenas 29 minutos. E os torcedores do Cruzeiro certamente não contavam com o desfalque de Dedé no jogo de volta contra o Boca Juniors, pelas oitavas da Libertadores. Ambos os jogadores foram expulsos nesta semana em lances que têm dado o que falar.

A decisão de mandar para fora de campo os jogadores movimentou as redes sociais: alguns internautas classificaram as medidas como adequadas, enquanto outros deram o vermelho como exagero. O LANCE! buscou a opinião de ex-árbitros para tentar entender a situação. Afinal, as expulsões de CR7 e Dedé foram ou não injustas?

O que diz a regra 12
Os árbitros aplicam cartões amarelos e vermelhos aos atletas seguindo a Regra 12 do conjunto de 'Regras do Jogo' da Fifa. Dentre as premissas da entidade máxima do futebol, há algumas diferenças nas penalidades que levam à aplicação dos dois cartões.

Cartões amarelos são advertências e se aplicam a jogadores que se encaixem em uma série de maus comportamentos pré-estabelecidos pela Fifa. Dentre eles estão reclamações, atrasar o reinício da partida, faltas recorrentes e até mesmo fazer o 'sinal da TV' (pedindo o uso do VAR) repetidas vezes. No geral, o entendimento do árbitro deve ser mostrar o cartão amarelo em caso de condutas anti-desportivas.

Já os cartões vermelhos são reservados para faltas muito sérias, uso de linguagem abusiva, impedir a marcação de um gol com as mãos, conduta violenta ou agressão. E esta é a palavra-chave para entender o caso de CR7 contra o Valencia.

Cristiano Ronaldo foi expulso em duelo contra o Valencia (Foto: AFP)

Especialistas apontam exageros dos árbitros em expulsões
O ex-árbitro Salvio Spínola é um dos que discorda com a atitude do juiz Felix Brych na Liga dos Campeões. Para o comentarista da ESPN, o lance de Cristiano Ronaldo não tem violência e a reação foi desmedida, além de injusta.

- Não vejo nenhuma ação de violência ou ato pra cartão vermelho praticado por ele. O árbitro não está vendo o lance. Ele é informado ou pelo quarto árbitro ou por um de seus assistentes, e possivelmente ele informaram que houve uma agressão do Cristiano Ronaldo ao Murillo. Pra mim, erro da arbitragem. Parando e olhando, não há atitude de violência na regra 12 como aquele ato para que seja punido com o vermelho. Exagero, excesso da arbitragem e o juiz não viu o lance. A imagem é muito clara - disse ao LANCE!.

Analista de arbitragem da Fox Sports, Carlos Eugênio Simon é um dos muitos especialistas que se posicionaram contra o cartão vermelho a Cristiano Ronaldo. O ex-árbitro cita imagens inconclusivas e questiona a falta de visão de Felix Brych ao lance - antes de expulsar o camisa 7, o juiz estava no bico da grande área, na diagonal da jogada.

- Na Champions não tem VAR, né? Se houvesse, ele poderia avaliar um bocado melhor. Foi um exagero do juiz. Houve um contato, mas a imagem não é tão conclusiva e o árbitro acaba expulsando. Para essa questão do Cristiano, não ficou bem claro que ele realmente foi lá e quis arrancar o cabelo do cara. Ele passa a mão na cabeça do adversário. Não sei se ele (juiz) percebeu o lance, depois o assistente fala com ele. Fica difícil pra você tomar uma decisão drástica assim. Para expulsar alguém, você tem que estar 100% convicto de que houve, de fato, uma conduta violenta - disse.

Dedé foi expulso na Libertadores em lance polêmico (Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP)

O lance com Dedé é visto como ainda mais absurdo. Simon não vê intenção de agressão no lance que rendeu ao zagueiro cartão vermelho, atribuindo a expulsão a um erro de interpretação do próprio juiz da partida. Vale lembrar que o árbitro Eber Aquino, no caso do jogador do Cruzeiro, teve auxílio das imagens do VAR antes de sua decisão final.

- Foi absurdo, o árbitro errou muito. Não houve intenção. O Dedé saltou para disputar uma bola que acabou sendo desviada. Quando ele abaixou a cabeça, não dava mais tempo de evitar o choque com o goleiro. É acidente de trabalho. Passou um tempo, o juiz olhou as imagens do VAR e acabou equivocadamente expulsando o zagueiro - analisou o ex-árbitro.

Salvio reforça que o movimento corporal de Dedé, que sobe para cabecear e abaixa a cabeça na sequência, não é visto como tentativa de agressão. Caso fosse intencional, o cartão vermelho na Libertadores seria justificado, mas não é o caso do defensor. Há ainda o agravante do uso do recurso de vídeo antes do erro de interpretação do juiz.

- A do Dedé pra mim é muito mais polêmica, porque o árbitro de campo não considera como cartão vermelho, mas o VAR sim e o chama. O árbitro de campo olha aquele lance, passa, repassa, analisa várias vezes e mostra o cartão vermelho. O mundo da arbitragem não entende que o que o Dedé fez é conduta violenta pra cartão vermelho. Pra mim, a mais absurda é a do Dedé, pelo uso do recurso tecnológico - reforçou.

VAR está disponível na Libertadores, mas não na Liga dos Campeões (Foto: MLADEN ANTONOV / AFP)

VAR pode ser criticado graças a erros humanos?
Simon sempre se colocou publicamente à favor da tecnologia do VAR. Para o ex-árbitro, ter o recurso de vídeo tira um peso dos ombros da arbitragem, permitindo ao juiz que ele se preocupe apenas em apitar a partida.

- Sou totalmente favorável ao VAR, é uma tecnologia que veio pra ficar. Toda vez que tiver pênalti ou expulsão, poder buscar esse recurso... É o melhor amigo dos árbitros. Com isso, você pode apitar despreocupado, sabendo que se houver algo o VAR vai te auxiliar nessa decisão - comentou.

E quando o erro acontece mesmo com o VAR, a tecnologia perde força? Na opinião de Salvio, equívocos humanos não irão diminuir a influência do recurso de vídeo no mundo do futebol. O protocolo pode sim ser questionado pelo público, mas certamente não em situações como as de Cristiano e Dedé.

- São duas coisas distintas. Uma coisa é o ser humano operando, outra é o procedimento. O árbitro foi pro monitor, viu o lance e interpretou como conduta violenta. É um erro do árbitro, mas a tecnologia funcionou bem! Não acho que a tecnologia (do VAR) vá perder força por causa disso. Pode ser questionada em outras situações, mas nessa não - finalizou.