O Manchester City vive um dos momentos mais turbulentos da era Pep Guardiola no que diz respeito à relação com a imprensa inglesa. A derrota por 2 a 0 para o Bayer Leverkusen, em pleno Etihad Stadium e com uma escalação repleta de jogadores poupados, serviu como um estopim para uma enxurrada de críticas vindas de praticamente todos os principais veículos do país.

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A narrativa predominante na mídia britânica se concentrou na ideia de que Guardiola teria sido o principal responsável pelo tropeço – não apenas por suas escolhas, mas pelo que elas simbolizaram. Poupar Haaland, Foden e Bernardo Silva em uma noite de Champions League foi interpretado como um gesto de soberba, algo que, para os jornais, acabou abrindo a porta para um vexame em casa.

O cenário ficou ainda mais pesado porque o Manchester City vive um momento irregular na temporada: é apenas o sexto colocado na fase de liga da Champions e o terceiro da Premier League. Dentro desse contexto, a imprensa encontrou combustível para pressionar o treinador de todas as formas.

Guardiola foi "da decepção à humilhação"

Entre os veículos britânicos, o Mirror foi direto ao ponto: Guardiola, segundo o jornal, cruzou a linha "da decepção à humilhação". A publicação questionou a falta de necessidade em fazer tantas mudanças e destacou que o City entrou em campo "descaracterizado" em um jogo que pedia força máxima.

O Goal.com avaliou de forma ainda mais dura, acusando o espanhol de "desonrar a competição" ao escalar um time que, na visão do site, não condizia com a importância da noite europeia. O Independent seguiu na mesma linha, lamentando que, logo no jogo de número 100 de Guardiola na Champions como treinador do City, o técnico tenha dado um "tiro no próprio pé".

Guardiola foi eliminado do Mundial para o Al-Hilal (Foto: Dan Mullan / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Outro veículo que recordou erros anteriores foi o Daily Mail. O jornal destacou que Guardiola já havia realizado rotações em excesso na temporada passada e reforçou que várias dessas experiências também terminaram em tropeços. Já o The Sun classificou o treinador como o "culpado claro e único pelo fiasco", tratando a derrota como inevitável diante da escalação escolhida.

Até veículos mais moderados adotaram tom crítico. A BBC, conhecida por análises mais equilibradas, classificou o revés como uma derrota "autoinfligida" — ou seja, causada por decisões internas, e não apenas pelo mérito do adversário.

A repercussão, contudo, não veio apenas de textos. O ambiente em torno do clube ficou mais tenso após Guardiola pedir desculpas três vezes pelo incidente com um cinegrafista, gesto que foi interpretado como sinal de pressão crescente. Analistas que tradicionalmente elogiam seu trabalho também ampliaram o tom de preocupação, afirmando que a decisão de poupar titulares passou do limite do "planejamento" e se transformou em imprudência.

A crítica geral que domina as manchetes é a mesma: o City caiu por sua própria arrogância. Para muitos comentaristas, o treinador subestimou o Leverkusen e tratou a Champions com uma leveza que não condiz com o nível de competitividade do torneio, especialmente em uma fase decisiva.

Guardiola, por outro lado, sempre ressaltou que decisões de rotação fazem parte de sua filosofia, e ao longo dos anos isso lhe rendeu grandes resultados. Mas, neste momento específico, boa parte da imprensa inglesa interpreta a postura do treinador como fruto de excesso de confiança — e até descuido.

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