A fundação holandesa Justice for Players entrou com uma ação coletiva contra a Fifa e associações nacionais de futebol europeias por "regras de transferência que restringem a liberdade do jogador e têm causado prejuízos financeiros a todos os atletas – sejam de clubes de ponta ou de divisões inferiores". A ação tem potencial de envolver até 100 mil jogadores e ex-jogadores.
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Segundo a fundação, regras de transferência estipuladas pela Fifa podem ter prejudicado atletas que atuaram em clubes da União Europeia ou do Reino Unido desde 2002. A Justice for Players se baseia no resultado do processo envolvendo o ex-jogador Lassana Diarra.
Em 2015, Diara foi proibido pela Fifa de se transferir do Lokomotiv Moscou, onde tinha contrato válido, para o Charleroi (BEL) e ainda teve que pagar indenização aos russos por quebra de acordo. O caso foi levado posteriormente ao Tribunal de Justiça da União Europeia, que no ano passado deu ganho de causa a Diarra. A corte considerou que as regras da Fifa violavam as leis do continente, já que impediam a livre circulação de jogadores.
A Fifa reconheceu o resultado daquela ação e, em outubro, informou que iria "alinhar o Regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores com as leis europeias".
Fundação cita até 8% de salários perdidos em ação contra a Fifa
Ainda assim, a Justice for Players decidiu processar a entidade máxima do futebol e entrou com uma ação em um tribunal holandês – as leis do país permitem que qualquer pessoa que tenha trabalhado na União Europeia ou no Reino Unido ingresse com ação por lá.
"Uma pesquisa realizada pela Compass Lexecon, especialista em economia, constatou que as regras de transferência da Fifa custaram aos jogadores aproximadamente 8% em salários perdidos. Isso ocorre porque as regras da Fifa tornam as transferências entre clubes muito mais difíceis e menos frequentes do que seriam de outra forma", diz texto publicado pela fundação.
"Jogadores mais jovens e aqueles em divisões inferiores, bem como aqueles com contratos de curto prazo, também são afetados por essas regras. Eles têm ainda menos poder de negociação e menos opções disponíveis para avançar em suas carreiras ou potencial de ganho", acrescenta a Justice for Players.
O Lance! entrou em contato com a Fifa, mas a entidade não retornou até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.