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Do alicerce ao combate: Mourinho e Xabi Alonso se reencontram como adversários na Europa League

Confronto entre a Roma do português e o Bayer Leverkusen do espanhol agita semifinais da Europa League

Alonso e Mourinho na época de Real Madrid (Foto: Reprodução/Twitter)
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O meio de semana europeu tem trazido diversos reencontros interessantes para o futebol. No duelo entre Real Madrid e Manchester City, Ancelotti e Guardiola travaram revanche da última temporada. Milan e Inter de Milão voltam a se enfrentar na Champions depois de quase 20 anos. Porém, pela Europa League, um embate de um comandante com seu ex-treinador é destaque na fase semifinal.

O jogo entre Roma e Bayer Leverkusen traz como principal enfrentamento a beira técnica. José Mourinho e Xabi Alonso foram grandes rivais no passado na Premier League, tornaram-se importantíssimos um para o outro na Espanha e travam o primeiro duelo como treinadores. Por isso, o LANCE! preparou um especial relembrando a trajetória dos dois ao longo de suas carreiras.

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ESCALANDO A EUROPA
A passagem de José Mourinho pela Roma tem sido uma grande volta por cima. Depois de trabalhos contestáveis com Manchester United e Tottenham, o português voltou a ficar em evidência após a conquista da última Conference League sobre o Feyenoord e tem feito uma espécie de escalada no cenário europeu. Com a possibilidade de chegar ao título da Europa League mais próxima do que se esperava, Mourinho despertou o interesse de clubes como o PSG e também do futebol árabe. Questionado sobre uma possível ida à França, o treinador ironizou, dizendo que se os parisienses estão o procurando, ainda não o acharam, pois não houve contato. A Seleção Brasileira e a seleção de Portugal também o procuraram em janeiro, mas sem sucesso.

Técnico português celebra conquista da Conference (Foto: GENT SHKULLAKU / AFP)

Mesmo com as críticas recebidas ao longo dos mais de 20 anos de carreira, Mourinho é um treinador consolidado e detém vários recordes. Foi o primeiro, por exemplo, a conquistar as três competições continentais (Champions com Porto e Inter de Milão, Europa League com Porto e Manchester United, e Conference com a Roma). Foi eleito melhor treinador do mundo em 2010 e figurou no top 10 de treinadores da história pela revista World Soccer e pela ESPN. Indiscutivelmente entre os grandes do século, não terá vida fácil nesta semifinal.

ESCREVENDO SEU NOME
Diferente de Mourinho, o treinador do Bayer Leverkusen, Xabi Alonso, ainda não é consolidado como treinador. Em uma geração de meio-campistas que se destacaram e se tornaram técnicos, como Gerrard, Lampard e Xavi Hernández, deu o primeiro passo apenas nesta temporada. Chegou ao Leverkusen em outubro de 2022, encontrou uma equipe perdida na zona de rebaixamento, mas virou a chave junto aos jogadores e vem conseguindo ótima campanha, brigando por vaga nas competições europeias na Bundesliga.

Xabi Alonso no comando do Leverkusen (ROBERTO PFEIL / AFP)

Dezenove anos mais novo que Mourinho, Alonso sonha em chegar ao patamar do seu ex-treinador no Real Madrid e tem trabalhado de uma forma semelhante. Elevando o futebol de bons jogadores como Moussa Diaby e Florian Wirtz, trabalha o individual dos atletas e faz o coletivo crescer a partir disso, usando jogadores até mesmo fora de suas posições habituais, mas passando a confiança necessária. O trabalho é tão positivo que Real Madrid, Liverpool e Tottenham já miram uma possível contratação do espanhol para a próxima temporada.

VELHOS RIVAIS
A história de Mourinho e Alonso começou há quase duas décadas. Em julho de 2004, o português chegava ao Chelsea, já como treinador, na gestão do milionário russo Roman Abramovich, sob muita pressão e holofotes, já que vinha de um título da Champions com o Porto. Autointitulava-se como o Special One, dizendo que não era qualquer treinador e que era alguém especial. Menos de dois meses depois, Xabi Alonso era contratado por 16 milhões de euros pelo Liverpool junto à Real Sociedad, depois de ter sido jogador revelação da La Liga duas temporadas antes, e os dois bateriam de frente por três anos em várias competições inglesas e até mesmo no âmbito continental.

O primeiro duelo aconteceu no dia 3 de outubro de 2004, pela Premier League, quando o Chelsea de Mourinho venceu por 1 a 0, com gol do meio-campista inglês Joe Cole. A situação se repetiria: no segundo turno, dia 1º de janeiro do ano seguinte, Cole marcaria um novo tento solitário para garantir os três pontos aos Blues. O primeiro duelo na Champions foi realizado pela semifinal daquela temporada. Na ida, 0 a 0 com Xabi Alonso de titular. Na volta, 1 a 0 para os Reds, com gol de Luis Garcia, mas sem Alonso em campo.

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A primeira vitória de Alonso só viria no sétimo jogo entre os dois. Pela semifinal da FA Cup, no dia 22 de abril de 2006, os Reds venceram por 2 a 1, com gols de John Arne Riise e Luis Garcia - Drogba descontou para os Blues. O único jogo valendo um troféu também teve o espanhol levando a melhor; pela Community Shield de 2006. Riise e Crouch marcariam para o Liverpool, com Shevchenko descontando. Nesta partida, Xabi só entrou na segunda etapa.

O momento mais icônico dos três anos de Alonso x Mourinho na Inglaterra foi em nova semifinal da Champions, na temporada 2006-07. Na ida, com o espanhol de titular, Joe Cole novamente entraria em ação para dar vantagem aos Blues, que venceram por 1 a 0. No segundo jogo, Alonso iniciou no banco e viu Agger marcar em bela jogada ensaiada o gol que igualou a fase. Ao entrar aos 33 do segundo tempo, o meio-campista estava fresco e foi um dos escolhidos para as penalidades máximas, convertendo a segunda cobrança na disputa que terminou em 4 a 1 para o Liverpool.

Em 13 jogos na rivalidade inglesa com os dois em ação, foram seis vitórias de Mourinho, quatro de Alonso e três empates. Ao ser demitido em setembro de 2007, Mourinho esperaria cerca de um ano e assumiria a Inter de Milão, conquistando a Tríplice Coroa europeia e indo para o Real Madrid em junho de 2010. Um ano antes, Xabi Alonso já havia sido contratado pelos merengues por 34,5 milhões de euros e os dois consolidariam uma grande parceria na Espanha.

PEÇA-CHAVE MÚTUA
No Real Madrid, Xabi Alonso foi peça fundamental no esquema de José Mourinho. Foram 31 assistências em 236 jogos para o espanhol com a camisa do Real, uma média de uma assistência a cada oito jogos: 23 dessas 31 foram com Mourinho como comandante.

Juntos, os dois conquistaram a Copa do Rei de 2010-11, o Campeonato Espanhol de 2011-12 e a Supercopa da Espanha de 2010. Mourinho diminuiu a chegada de Alonso na área, como fazia muito no Liverpool - marcou 18 gols em 210 jogos pelos Reds, 12 a mais que no Real - e manteve o jogador como um conector da defesa ao ataque, levando Xabi a demonstrar muita inteligência, visão de jogo e qualidade nos passes. O português levantou o futebol do agora volante de ofício, que era crucial para o funcionamento da equipe madridista. Uma elevação mútua que fez Mourinho, em 2011, prever um duelo com Xabi com os dois como treinadores. Dito e feito.

Xabi Alonso na época de Real Madrid (Foto: Reprodução)

Um episódio curioso entre a dupla aconteceu na temporada 2010-11. Na quinta rodada da fase de grupos, o Real batia o Ajax por 4 a 0 e já garantia a classificação para as oitavas da Champions. Porém, Alonso e Sergio Ramos haviam levado um cartão amarelo e Mourinho teve uma ideia, junto com seu staff técnico. Alonso já havia sido amarelado contra o Ajax, na estreia, e Ramos na rodada seguinte, contra o Auxerre. O acúmulo de cartões deixaria ambos pendurados para a fase de mata-mata e poderia acarretar em uma suspensão em um jogo importante. Por isso, o português ordenou que os dois forçassem um cartão no fim do jogo e fossem expulsos, anulando o amarelo sofrido durante a partida e entrassem na etapa seguinte da competição com apenas um cartão.

Mourinho chamou Alonso e lhe passou a ordem de forçar o vermelho. O goleiro reserva Jerzy Dudek foi até o titular Casillas e pediu ao arqueiro que orientasse Sergio Ramos da situação. Aos 42, o volante demorou para cobrar uma falta e foi expulso. Três minutos depois, foi a vez de Ramos enrolar para a cobrança de um tiro de meta e foi mandado para o vestiário mais cedo, assim conseguindo o objetivo de Mourinho. Genialidade suja que rendeu multas monetárias aos jogadores, ao treinador, à instituição e até mesmo a Dudek.

DUELO FORTE
Anos depois, os dois se reencontram na beira do gramado do Olímpico de Roma e prometem travar um embate interessante de ideias e de muita história na Europa League. A Roma, que passou por todas as fases da competição, classificou-se em segundo no grupo C, que tinha Real Betis, Ludogorets e HJK Helsinki. Com a liderança dos espanhóis, a Roma disputou a fase de 16 avos de final e passou pelo RB Salzburg vencendo por 2 a 0 em casa após derrota por 1 a 0 na Áustria. Nas oitavas, venceu a Real Sociedad por 2 a 0 e segurou um empate sem gols na Espanha. Já nas quartas, sangrou para bater o Feyenoord. Foi derrotado na ida por 1 a 0, saiu na frente em casa, sofreu o empate já nos dez minutos finais, marcou o segundo com Dybala e levou o jogo para a prorrogação. Nos 30 extras, El Shaarawy e Pellegrini balançaram as redes e levaram o Olímpico à loucura.

Os comandados de Xabi Alonso, por sua vez, ficaram em terceiro na Champions após serem eliminados por Club Brugge e Porto, em grupo embolado que viu o Atlético de Madrid amargar a lanterna. Na fase de 16 avos, perdeu em casa para o Monaco por 3 a 2, devolveu o placar na França e passou nos pênaltis. Na fase seguinte, bateu o Ludogorets duas vezes por 2 a 0 sem muitos sustos. Já nas quartas, empatou em 1 a 1 com o surpreendente Union St. Gilloise na Alemanha e decidiria fora de casa. A tendência era de jogo duro, mas Diaby, Bakker, Frimpong e Hlozek resolveram a parada para o Leverkusen na vitória por 4 a 1.

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Roma e Bayer dão o primeiro passo das semifinais nesta quinta-feira, às 16h (horário de Brasília), no Estádio Olímpico de Roma. Sete dias depois, a volta será disputada na BayArena, na Alemanha. O classificado enfrentará Sevilla ou Juventus na final, na Puskás Arena, em Budapeste, na Hungria, no dia 31 de maio.