Você já ouviu falar do Atlético Carlos Casares? Ou do Unión Maimará? Ou do Deportivo Pampa Blanca? Não precisa se preocupar. Até hoje, nós do Lance! também não. Não até descobrir que começou em 19 de outubro a divisão mais baixa dos campeonatos organizados pela AFA. É uma competição que faz da Argentina o país com o maior torneio de futebol do mundo, com 332 times. Vamos te contar um pouco o que é o Torneo Regional Amateur.
Pelo número de equipes, a fórmula de disputa envolve grupos e regiões. Do começo à etapa final, alguns elencos podem viajar até 4.000km. Quatro times sobem para o Torneio Federal A.
O maior torneio de futebol do mundo
De la Quiaca, em Jujuy, ao Norte, a Ushuaia, na Terra do Fogo, ao Sul. De Bernardo de Irigoyen, a cidade mais a Leste, a Mendoza, a mais a Oeste. Os 332 times que participam do Torneo Regional Amateur vêm de todos os lados com um só objetivo, conseguir o acesso ao Federal A, e, com isso, sonhar com a Primera C, a quarta divisão do futebol argentino.
E, para isso, os clubes enfrentarão uma verdadeira maratona que forma aquele que é considerado o maior torneio de futebol do mundo. Os números são superlativos. Afinal, não é toda competição que conta com 13 mil jogadores, 3 mil profissionais de comissão técnica e envolve 500 árbitros por rodada.
Como surgiu esse torneio
O campeonato nasceu da fusão dos torneios Federal B e Federal C, também organizados pela AFA, com a participação de clubes indiretamente filiados à federação máxima do futebol argentino. Os dois campeonatos deixaram de ser disputados em 2014, mas o Torneo Regional Amateur só teve sua primeira edição em 2019.
Desde então, a fórmula continua a mesma. O campeonato é dividido em 91 grupos formados dentro de oito regiões. Os jogos dentro das chaves, que podem ter três ou quatro equipes, são disputados em ida e volta, seguido de fases eliminatórias dentro de cada região. Os vencedores vão para a segunda fase, envolvendo os classificados de cada área.
Novamente no sistema ida e volta, serão quatro confrontos, que definirão os clubes que subirão para a Federal A de 2026.
São essas as regiões, o número de times e de chaves:
- Bonaerense Pampeana Norte (50 times, 14 chaves)
- Bonaerense Pampeana Sur (33 times, 9 chaves)
- Centro (65 times, 17 chaves)
- Litoral Norte (35 times, 10 chaves)
- Litoral Sur (36 times, 10 chaves)
- Cuyo (35 times, 10 chaves)
- Patagonia (43 times, 11 chaves)
- Norte (35 times, 10 chaves)
Pelo menos um jogador atuou no Brasil
Apesar da idade, Matías Roskopf pode ser considerado um andarilho do futebol. Aos 27 anos, esse centroavante nascido na cidade de Paraná, na Argentina, já jogou no Uruguai, México, Romênia, Chipre e no Brasil. Cria da base do Colón, mas profissionalizado no Boca Juniors em 2018, o atacante disputou o Campeonato Carioca deste ano pelo Maricá.
O atleta argentino participou de três partidas pelo Tsunami Metropolitano. Estreou no empate em 1 a 1 com o Fluminense. Depois, esteve em campo nas vitórias por 1 a 0 sobre o Madureira e 2 a 1 sobre o Volta Redonda. Jogou por 194 minutos e não marcou nenhum gol. Agora, defende o San Justino, que está na região Litoral Sul.
Mais curiosidades do maior torneio do mundo
Entre os 332 clubes que disputam o maior torneio do mundo alguns têm passado importante. O Deportivo Mandiyú, de Corrientes, por exemplo, teve ninguém menos que Don Diego Maradona, o D10S, que completaria 65 anos nesta quarta-feira (30), como técnico. No mesmo ano, seu goleiro foi Sergio Goycochea, vice-campeão do mundo de 1990 ao lado do 10. Naquele 1994, a equipe foi campeã da B e, no ano seguinte, jogou a primeira divisão.
Outro com história é o Desamparados de San Juan, que disputou o Torneo Nacional, primeira divisão entre os anos de 1965 e 1985. Ele subiu e desceu diversas vezes, mas participou da Série A em 1971, 1981, 1982 e 1985 com vitórias ante Indepeniente, Racing, Huracán, Colón e Lanús.