O jogador Saúl, do Flamengo, concedeu entrevista ao jornal espanhol As e comentou sobre similaridades entre Diego Simeone, do Atlético de Madrid, e seu atual técnico, Filipe Luís. Para o meio-campista, o comandante espanhol teve muita influência na formação do brasileiro enquanto treinador. Além disso, comentou sobre diferenças no futebol europeu e brasileiro, criticando a qualidade dos campos e pedindo o fim do gramado sintético.
Dentre diversos assuntos, o atleta flamenguista foi questionado sobre a comparação entre Filipe e Simeone. Os três são conhecidos de longa data: no Atlético de Madrid, foram comandados por Diego. Agora, no Flamengo, Saúl atua sob a liderança do ex-lateral.
🗣️ Saúl, sobre Simeone e Filipe Luís
— Eu diria que muita. Muita mesmo [influência de Simeone em Filipe]. Como sempre disse, o ‘Cholo’ marcou todos os jogadores que passaram pelas mãos dele. Cada um vai ter sua própria metodologia, sua forma de pensar, de ver as coisas… mas há coisas que te marcam e servem para a vida. Não só a futebolística, também a pessoal. Ele tem muito a ensinar. De verdade, acredito que o ‘Cholo’ influenciou muito o Filipe em várias maneiras. Muitas vezes, o Filipe acha que não se parece porque o estilo de jogo é completamente diferente, mas quando fala ou começa a transmitir coisas, eu vejo muitas semelhanças — disse.
Em relação à comentada possibilidade de sucessão entre os dois no time de Madrid, Saúl esquivou e se limitou a dizer que, seja quem for o escolhido, passará por momentos difíceis:
— Pois não sei (risos). O Cholo tem muita energia agora, apesar de não ter começado bem a temporada. Estou certo e confiante de que isso vai mudar, de que vão fazer um ano incrível. O Cholo vai estar lá por muitos anos, todo o tempo que quiser. Ele conquistou isso. Ele merece. Quando decidir sair, é claro que muitos treinadores que já passaram pelo clube, como Gabi, Filipe, Fernando, até mesmo Tiago… muita gente que o Cholo marcou bem pode ser seu sucessor. O que está claro é que o seu sucessor vai ter uma tarefa muito, mas muito difícil — comentou.
⚽ Diferenças do futebol europeu e brasileiro
O meio-campista disse não acreditar, por enquanto, na paridade do futebol do Brasil e das cinco principais ligas europeias. Criticou a qualidade dos campos e o uso de gramados sintéticos, algo que, segundo ele, é impensável na Europa:
— Acho que hoje em dia não. Ainda não, pelo menos. Em nível futebolístico pode estar perto e até poderia competir, mas em nível de instalações, sobretudo no que diz respeito aos gramados. O centro de treinamento do Flamengo é muito bom, mas, por exemplo, se você vai jogar em outros estádios com grama natural, ela está em péssimo estado e ainda há três ou quatro equipes que têm grama sintética. Isso, nas cinco grandes ligas, é impensável.
— Se você quer competir ou render no mais alto nível, tem que colocar as instalações no mesmo nível em que quer jogar. No fim, todos os detalhes contam, e esse é um detalhe enorme. Se o Brasil conseguir mudar isso, acredito que muita gente vai querer vir jogar aqui, porque o país tem coisas muito boas, como o povo e a forma como vive o futebol. No fim, têm que fazer esse tipo de mudança: acabar com a grama sintética e a liga obrigar a destinar uma parte do dinheiro para as instalações — desabafou o atleta.