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Motorista Robson revela como foram primeiros dias em prisão na Rússia: ‘Só bebia água, dormia e chorava’

Em entrevista ao 'Esporte Espetacular', Robson Oliveira conta que viveu racismo e sofrimento em detenção. Familiares ficam indignados com jogador Fernando

Depois de perder 20 Kg e viver dias de tristeza na Rússia, brasileiro Robson reencontra família no Brasil   (Reprodução/Globo)
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Ex-funcionário do volante Fernando, atualmente no Beijing Guoan, Robson Nascimento de Oliveira esteve detido desde março de 2019 na Rússia, e viu seu pesadelo terminar nesta semana. O motorista chegou ao Rio de Janeiro na última quarta-feira. Robson foi preso por transportar uma mala com o medicamento Mytedon – cloridrato de metadona –, proibido no país europeu. O brasileiro contou os dias de terror em que viveu no país estrangeiro.

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O ex-assistente da família do volante chegou ao Brasil, foi recepcionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e logo recebeu abraços calorosos de diversos amigos e parentes. Sem máscara, ele chegou a dar entrevistas e criar uma aglomeração no local.

PRIMEIROS DIAS NA PRISÃO
Em entrevista ao "Esporte Espetacular", Robson conta que estava trabalhando na casa do jogador quando um familiar o chamou para ir à delegacia. Sem saber o motivo exato e sem esperar que seria detido por ter carregado as malas para a família do atleta, ele ficou surpreso ao saber que Fernando e a esposa alegaram desconhecer o conteúdo da mala.

- Era complicado. Houve vários pedidos de soltura para que eu respondesse em liberdade. E nunca houve nem um "mais ou menos". Era sempre não. Na prisão, eu só bebia água e dormia. Por conta do fuso horário. Só bebia água, dormia e chorava. As horas em que eu estava acordado, eu estava chorando.

- Eu só pensava em sair dali. Só queria sair. Independente do que eu estava sentindo. Eu nunca perdi a esperança, porque eu era inocente - comentou ele, que chegou a perder 20 Kg na detenção.

RACISMO NA EUROPA

Robson ainda conta que era constantemente vítima de racismo no país estrangeiro. Para o brasileiro, o preconceito estrutural era denunciado pelo olhar dos russos. Ele conta que, inclusive, um russo teria questionado ele se, no Brasil, pessoas brancas e pretas viviam juntas.

FAMÍLIA NÃO ACEITA DESDÉM DE FERNANDO
A mãe de Robson se emocionou ao falar que o filho não vinha se alimentando bem nem no Brasil, segundo ela. Em entrevista, Vanda do Nascimento e o filho do motorista, Robson Jr., relatam como foi conviver tanto tempo sem o parente e se revoltam com a família do jogador Fernando.

- Muito complicado, porque ele tem uma certa idade, meus avós também. Eu tive que me manter forte e levar isso. Não queria deixar eles caírem na tristeza. (...) Nem sei explicar o sentimento sobre a família do Fernando. Nunca fizeram nada pela nossa família nem pelo meu pai - disse o filho.

- Eu não desculpo. Assim como ele sofreu lá, na prisão, eu sofri aqui. Nós sofremos aqui fora - confessou a mãe.

PAIXÃO PELO FLAMENGO

Robson estava preso desde 2019, na Rússia (Foto: reprodução)


O motorista ainda recebeu uma celebração, nesta semana, quando foi convidado para conhecer o CT do Flamengo e os atletas da equipe. Ao "Esporte Espetacular", ele conta que não assistiu ao período vitorioso de Jorge Jesus, afinal, havia deixado o Brasil ainda vendo Abel Braga, em 2019, no comando do clube.

Além disso, Robson, fanático pelo Rubro-Negro, diz que conseguiu convencer os policiais russos de poder assistir à final da Libertadores em 2019, contra o River Plate, mas assistiu apenas o primeiro tempo - que terminou com vitória dos argentinos por 1 a 0.