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Pedro Brandão
Rio de Janeiro (RJ)
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Leonardo Damico
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 08/06/2025
08:00
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Ex-lateral do Corinthians e atualmente comentarista da ESPN, Fábio Santos comentou sobre o novo formato do Mundial de Clubes e projetou o desempenho dos times brasileiros na edição que será disputada em 2025. O ex-jogador foi campeão do torneio duas vezes: em 2005, com o São Paulo, e em 2012, com o Corinthians.

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O ex-jogador destacou o peso da competição para a carreira dos atletas e lembrou que muitos nomes importantes do futebol não tiveram a oportunidade de disputar o torneio.

— Graças a Deus tive a felicidade de conquistar dois títulos. Jogadores craques do futebol não puderam ter essa oportunidade, e eu tive duas. Primeiro com o São Paulo como reserva, depois com o Corinthians como titular. Conquistar os dois foi muito especial. São os títulos mais importantes da minha carreira — afirmou Fábio.

Questionado sobre o novo modelo do torneio, que será disputado com 32 clubes, o comentarista demonstrou otimismo.

— Torço muito pra que dê certo. Só como telespectador já estou ansioso. Vão ter confrontos interessantíssimos. Vai ser muito bacana de assistir. Tomara que seja um sucesso — disse.

Fábio evitou prever até onde os clubes brasileiros podem chegar, mas acredita que há possibilidade de boas campanhas, apesar da diferença estrutural em relação aos clubes europeus.

— Acredito muito nas equipes brasileiras. É difícil falar até que fase podem chegar porque depende muito dos cruzamentos. Mas a gente já viu a Croácia chegar numa final de Copa, Marrocos numa semifinal. Por que não uma equipe brasileira ir mais longe? — analisou.

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Sobre os dois títulos mundiais que conquistou, Fábio os colocou no topo de sua trajetória como atleta.

— A disputa do Mundial é o auge pra qualquer atleta. A principal competição de clubes no mundo. A preparação exige mais concentração. É muito mais especial — avaliou.

Fora do próximo Mundial, São Paulo e Corinthians foram citados por Fábio, que apontou problemas estruturais e políticos como entraves para que os dois clubes voltem ao protagonismo.

— Vejo com tristeza, principalmente o momento do Corinthians. A guerra política e a vaidade pelo poder têm refletido dentro de campo. A dívida é praticamente impagável. Outras equipes que têm se organizado levaram vantagem. Palmeiras, Botafogo, Flamengo... isso reflete em campo. Torço para que São Paulo e Corinthians retomem a grandeza que sempre tiveram — concluiu.

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Troféu do Mundial de Clubes da Fifa (Foto: Divulgação/ Bayern de Munique)

Respostas na íntegra sobre Mundial de Clubes e mais...

1 - Você foi campeão do mundo duas vezes. Apesar do formato do torneio desse ano ser diferente, existe alguma preparação especial do atleta pra um campeonato desse tamanho?

“Cara, graças a Deus tive a felicidade de conquistar dois títulos, né? Eu sempre falo isso, jogadores craques do futebol, de repente não puderam ter essa oportunidade de jogar um campeonato como esse e eu tive a oportunidade de duas vezes conquistar dois títulos, o primeiro com São Paulo como reserva, depois com o Corinthians conseguir voltar como titular, poder participar dos dois jogos, dos 90 minutos e conquistar o título realmente foi muito especial e os dois têm um carinho imenso por essa conquista. Ainda mais nós, americanos, valorizamos muito esse tipo de campeonato. Então eu guardo com muito carinho dentro do meu coração e, sem sombra de dúvida, são os dois títulos mais importantes que eu tenho na minha carreira e falo com muito orgulho e com muita alegria de poder ter disputado e conquistado esse título tão importante.”

2 - O que achou desse formato do Mundial de Clubes? Acha que vai dar certo como a Copa do Mundo?

“Cara, torço muito, torço muito pra que dê certo o formato novo, onde só como telespectador eu já tô ansioso pra ver. Realmente vão ter confrontos interessantíssimos assim. Eu torço pra que dê muito certo, que seja um sucesso assim, porque realmente vai ser muito bacana de se assistir e, sem sombra de dúvida, esses jogadores também poder atuar contra times do mundo inteiro no formato um pouco maior, como uma Copa do Mundo realmente. Eu tô ansioso pra ver como é que vai ser e tomara que dê muito certo.”

3 - Acredita que os clubes brasileiros podem ir até que fase? Qual deles pode ter o melhor desempenho?

“Eu acredito muito, sim, acredito muito nas equipes brasileiras. Óbvio que as equipes europeias estão na frente por uma série de questões que nós já cansamos de falar — de estrutura, de investimento, de organização —, mas eu acredito, sim, em equipes brasileiras. É difícil falar até que fase pode chegar, porque depende muito dos confrontos, onde você vai classificar, de repente em primeiro ou segundo colocado, como vão ser os próximos adversários das outras fases. Mas a gente sabe que em Copa do Mundo também sempre tem surpresas. A gente já viu a Croácia chegar numa final, o Marrocos chegar numa semifinal. Então, por que não uma equipe brasileira possa chegar mais longe? Mas, sem sombra de dúvidas, vai ser difícil, vai ser complicado, mas é legal pra gente ter um parâmetro aí. E eu acredito, acredito, sim, que as equipes brasileiras possam chegar mais adiante.”

4 - Como você classifica os dois Mundiais na sua carreira? Em qual prateleira da sua estante você coloca esses títulos?

“Bom, pô, a disputa do Mundial eu acho que é o auge, né, pra qualquer atleta, assim, a principal competição de clubes no mundo. É um formato diferente, como você falou, ninguém viveu essa experiência ainda. Eu torço pra que dê muito certo, que possam ter outras edições também, que realmente possa ser um sucesso. Mas, sem dúvida, principalmente nós, né, sul-americanos, quando vamos jogar jogos importantes contra times europeus e campeonatos desse tamanho, a preparação não que seja diferente, mas exige muito mais concentração, uma série de fatores, porque a gente sabe que não é todos os dias que a gente tem essa oportunidade de jogar um torneio como esse. Vários jogadores especiais não tiveram oportunidade de jogar um torneio desse tamanho. Então, sem sombra de dúvida, a concentração, a ansiedade, ela acontece. A gente não tem como negar que isso realmente é muito mais especial.”

5 - São Paulo e Corinthians não estarão presentes no torneio. O que esses clubes precisam para retomar o caminho das glórias?

“Cara, na verdade eu vejo muita tristeza, principalmente o momento que o Corinthians tem vivido. Politicamente, realmente tem atrapalhado demais, não só agora, mas nos últimos anos. Essa guerra política, essa vaidade pelo poder tem refletido totalmente dentro de campo. Uma dívida praticamente impagável, e outras equipes que têm se organizado têm levado vantagem. A gente vê Flamengo, a gente vê Botafogo, a gente vê Palmeiras no top — não é à toa. Muita organização, as dívidas em dia, uma série de questões que realmente isso reflete em campo. Não tem como desvincular uma coisa da outra. Então eu torço para que São Paulo e Corinthians novamente possam retomar a grandeza que sempre teve no futebol nacional, no futebol internacional, e pelos seus torcedores. Pelo tamanho, merece estar jogando campeonatos importantes como esses, né? Mundiais de Clubes, enfim, Libertadores com mais certa frequência. Mas, infelizmente, esses problemas extracampo de organização, acredito que reflitam muito dentro de campo. E por isso que essas duas equipes ficaram um pouco mais atrás de outras equipes que realmente têm se organizado e têm mostrado dentro de campo, dentro e fora de campo, que merecem ter disputado esses campeonatos e conquistado esses campeonatos nos últimos anos.”

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