Após a derrota do Fluminense para o São Paulo, Renato Gaúcho, em coletiva, reconheceu as dificuldades do time e voltou a reforçar sua crítica ao calendário do futebol brasileiro. O revés para o time paulista foi o quarto consecutivo do Tricolor após a grande campanha no Mundial de Clubes.
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Assim como antes da viagem para os Estados Unidos, o treinador promoveu diversas mudanças no time titular a cada rodada para evitar o desgaste físico excessivo. No entanto, o que antes funcionava, agora não tem dado resultado, especialmente pela saída de Jhon Arias, que prejudicou profundamente o setor ofensivo do time.
— Temos que colocar na balança para ver o que é melhor. Colocar os mesmos jogadores em campo e estourar eles? Tenho um grupo e tenho que dar oportunidade para todos, até porque preciso sempre de uma equipe mais descansada. É o risco que se tem em mudar. No Mundial fazíamos o mesmo e todos elogiavam. Tanto o esquema, quanto quem estava jogando. Sei que precisamos melhorar, mas até duas ou três semanas, estava tudo bem. Então agora temos que ter calma porque não está tudo errado. Seguiremos trabalhando, mas sem esquecer que não tivemos um dia de folga sequer, enquanto todos os times tiveram. É o calendário do futebol brasileiro — ponderou o comandante tricolor.
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Renato Gaúcho justifica mudanças no Fluminense
Para encarar o São Paulo, Reanto Gaúcho armou o Fluminense com o esquema de três zagueiros, Guga como ala direito e Canobbio na esquerda. O uruguaio desempenhou a função pois nenhum dos laterais de origem foi relacionado, embora tenham viajado — contra o Palmeiras, Renê ficou fora para ser preservado após sofrer uma pancada no pé e, para o jogo deste domingo (27), ainda tinham Fuentes e Vagno.
— O São Paulo marcou bem. Não tinhamos jogada pela esquerda e viram que não tinhamos lateral, isso dificultou também. Marcação do São Paulo foi muito boa, tiraram espaços e nós nos precipitamos quando chegavamos perto da área. É preciso ter calma ali na frente. Desperdiçamos as jogadas e eles se aproveitaram disso. Quando a equipe sai na frente em casa, é mais facil ter essa tranquilidade para jogar.
— O esquema com três zagueiros sempre deu certo. Nos espelhamos no time do São Paulo. Eu falei (antes) que não tinhamos lateral esquerdo, mas tinhamos o garoto da base (Vagno), de 17 anos, não está pronto ainda e é arriscado colocar ele numa partida pesada como essa. O Ganso faz parte do grupo e vem tendo oportunidade como os outros. Tenho que rodar o grupo. Quem entrar precisa ter a entraga e foco no trabalho — explicou o treinador.
Treinador aponta problemas no ataque tricolor
Sobre a baixa produtividade ofensiva de seus comandados, Renato voltou a reforçar o diagnóstico da "falta de calma". Percebendo o problema no primeiro tempo, o treinador mexeu em quatro peças de uma vez para reverter o placar. Samuel Xavier conseguiu diminuir a vantagem são-paulina, mas não foi o suficiente.
— Não foi mudança de esquema não, eu percebi que não agredíamos o adversário, estávamos apenas sendo agredidos. Não podemos ficar tomando gol, porque aí temos que nos expor e abrir o time, dando espaço pro adversário. Eu abri o time, coloquei ainda mais para frente. O time melhorou, atacamos mais, mas infelizemte fizemos apenas um gol. Quando o jogo começou a ficar bom para gente, tomamos o segundo. Eu nao dou desculpa, assumo sempre a responsabilidade. Mas é de se pensar que em 2025, século 21, não temos uma definição por parte do VAR em uma jogada. Pelo que vi e todos que estavam aqui, o Ferreirinha estava impedido. Se há outra linha, tem que mostrar para a gente. Não é possível que a CBF nao vá mostrar o lance. E ai nao sei de onde o VAR tirou que foi gol. Não é desculpa, mas o jogo muda. Toda rodada temos problema com VAR com algum clube. Não pode.
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Desafios do Fluminense para o restante da temporada
Agora, o time volta suas atenções para a Copa do Brasil. Na próxima quinta-feira (31), enfrenta o Internacional no Beira Rio pela ida das oitavas de final da competição. Vivo também na Sul-Americana, Renato Gaúcho afirmou que o Fluminense ainda não prioriza nenhum campeonato e que isso depende de uma decisão da diretoria.
— A gente tem trabalhado em todas as competições. Sem se descuidar do Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana. Tivemos um dia para nos recuperar da nossa viagem. Todo mundo com tanque cheio. A cada três dias entramos em campo e precisamos dar resultado. Todo mundo quer ganhar, o Fluminense também. Ali na frente, se acharmos que precisamos direcionar para uma competição, é com o presidente. Por enquanto buscamos ganhar tudo o que jogamos, mas quem muito quer, nada tem. Todo mundo quer cobrar que o time jogue bem, corra e que vença. Não é uma desculpa, é uma realidade. Enquanto tivermos esse calendário, tendo que entrar em campo a cada três dias, vai ser difícil e vocês da imprensa precisam entender isso. Não é de hoje o discurso, vem de muito tempo. Aí o treinador tem que mudar o time - porque vocês não têm as mesmas informações que eu - e se o jogador está desgastado demais ele pode sofrer uma lesão, e daqui a póuco estão criticando quem está em campo. E quando ele joga e tem uma lesão, você, que tinha dois jogadores pra posição, perde um e precisa colocar o outro para jogar sete jogos seguidos.
O desafio será, em pouco tempo, ajustar as carências que o time vem apresentando, como a fragilidade na bola aérea e a exposição em contra-ataques. Segundo Renato, são diversos fatores que contibuem para dificultar este processo de melhora.
— Falta o foco e a concentração que tivemos antes e durante o Mundial, Falo para eles que nao podemos nos descuidar em nenhuma parte do campo porque os adversários tem sido letais contra a gente. Então temos que que evitar esses gols (de bola aéra). Mas também é falta de tempo para treinar, falta de foco em alguns casos. Nos últimos quatro jogos, tomamos quatro gols, faltou foco.