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Paciência do Flu e blefe do Sevilla: o jogo de xadrez no negócio por Ganso

Meio-campista rescindiu com o Sevilla e acertou por cinco anos com o Tricolor. Pedro Abad, Paulo Angioni e Fabiano Camargo foram diferenciais nas conversas

Ganso é o novo reforço do Fluminense (Foto: Divulgação) 
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Final feliz para Paulo Henrique Ganso e Fluminense. Após semanas de negociações, o meio-campista será o novo camisa 10 do clube carioca. Entretanto, o acerto passou longe de ser algo fácil. Entre a paciência do Tricolor, o blefe do Sevilla (ESP) e o acordo por uma composição salarial, um verdadeiro jogo de xadrez foi disputado até a confirmação do reforço. 

Enquanto o Fluminense monitorava a situação de Nenê, a possibilidade de contar com Ganso foi trazida à mesa. A ideia de inovação ganhou força e o Tricolor trabalhou com duas vias: o empréstimo, inicialmente, e a rescisão, na segunda parte da negociação. As reuniões entre Paulo Angioni e Giuseppe Dioguardi, empresário do atleta, foram importantes para definir os caminhos a serem seguidos. 

Então, o presidente Pedro Abad e o vice de futebol Fabiano Camargo entraram em cena e também viraram peças importantes na negociação. As conversas entre Fluminense e Ganso sempre caminharam de maneira positiva. O Tricolor via no meio-campista a possibilidade de ganhar retorno de mídia, financeiro e técnico, enquanto o atleta observava a possibilidade de retomar o protagonismo em uma fase importante na carreira. Bom para as duas partes.

Enquanto a proposta de empréstimo era discutida, o plano inicial era uma divisão salarial: Amiens (FRA) pagaria a maior parte, Sevilla outra etapa e Fluminense uma terceira. Com o término do vínculo com o clube francês, espanhóis e brasileiros dividiriam os valores. Apesar do salário estar acima do teto salarial, não era algo fora da realidade. Gum e Júlio César, somados, recebiam acima do que Ganso viria para receber. 

Já pelo lado de Ganso, dois fatores foram importantes para a decisão de defender o clube: Fernando Diniz e seu estilo de jogo. As conversas com o treinador motivaram o meio-campista, enquanto a parte tática da equipe combinavam com o modo que o atleta gosta de jogar. Ganso seria o maestro, o camisa 10, o protagonista. O desenho estaria alinhado com as suas melhores características. 

Tudo lindo, bem encaminhado, porém, faltava o Sevilla. Neste ponto, entra o jogo de paciência do Fluminense. Havia uma expectativa para o acerto antes da estreia na Taça Guanabara e a chance de levá-lo ao Maracanã, contra o Volta Redonda. No Tricolor, a expectativa era alta. Tudo certo para um desfecho positivo, então, o clube espanhol mudou de ideia e só aceitou vendê-lo.

A postura do Sevilla não foi apenas com Ganso ou com o Fluminense. O clube espanhol fez o mesmo gesto para o Corinthians, que tentava o empréstimo de Guilherme Arana. Sabendo disso, a diretoria identificou o blefe dos espanhóis e não agiu de forma precipitada. Esperou o término da janela de transferência e não cancelou a negociação ou mudou os termos, coisa que o Corinthians fez. 

Nos últimos dez dias de negociação, a expectativa era para que não aparecesse nenhum clube querendo comprar o atleta. O Sevilla desejava recuperar o dinheiro investido em Ganso com uma venda. Na Europa, não houve ofertas. No Brasil, sondagens, mas nada que fosse a frente. Paciente, o Tricolor viu as portas se abrirem no final da janela de transferência.

A rescisão ganhou força e foi algo positivo para todos os lados. O Sevilla teria que gastar mais de R$ 20 milhões até o término do contrato de Ganso e o encerramento do vínculo foi visto como uma economia. O Fluminense não precisou investir para a contratação do atleta e não comprometeu o seu caixa com loucuras para tê-lo. 

O ponto X da questão salarial foram os anos de contrato. Ao final do vínculo do Fluminense, Ganso ganhará praticamente a mesma quantia que receberia pelo Sevilla. Entretanto, esse valor viria em dois anos no clube espanhol, e agora virá em cinco no clube carioca. Era o ponto que faltava para o martelo ser batido e a negociação concretizada. 

Além do belo reforço, Ganso é visto como uma bomba para alavancar o sócio-torcedor. No Fluminense, a ideia era que os recursos tornassem possível a vinda de Ganso - e também a permanência no Maracanã. A torcida será fundamental nesse sentido. Nos primeiros dias após o anúncio, o plano de sócio foi procurado 11 vezes mais que o normal.