Celso Corrêa Barros nunca foi apenas um patrocinador. Ao longo de mais de duas décadas vivendo o Fluminense — primeiro como mecenas, depois como dirigente e, por fim, como figura central do debate político — o médico pediatra transformou-se em um dos personagens mais influentes e marcantes da história recente do clube. Sua morte, neste sábado (15), aos 73 anos, encerra um capítulo que moldou uma parte do que é o Tricolor hoje.
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Nascido no Rio de Janeiro, Celso Barros construiu carreira na medicina, acumulando reconhecimento no Sindicato dos Médicos do RJ, no Conselho Regional de Medicina e na Associação Médica Brasileira. Mas foi fora dos hospitais que ele se tornaria personagem nacional. Ironicamente, a família de Celso era Flamenguista em maioria.
Em 1999, já como presidente da Unimed Rio, decidiu atrelar a marca ao Fluminense. Na época, o clube vivia seu pior momento da história, recém-saído da Série C. A entrada da cooperativa de saúde deu início a um dos períodos mais marcantes da história tricolor. Entre 1999 e 2014, Celso liderou o modelo de investimento da Unimed no futebol, bancando reforços, mudando a lógica financeira do clube e impulsionando um salto técnico sem precedentes.
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Sob sua influência, o Fluminense conquistou:
- Série C de 1999
- Copa do Brasil de 2007
- Brasileiros de 2010 e 2012
- Campeonatos Cariocas de 2002, 2005 e 2012
Celso Barros virou uma figura folclórica para o torcedor do Fluminense por conta das contratações. O time passou a ser um dos mais poderosos do Brasil. Entre os principais nomes estão:
- Romário
- Edmundo
- Felipe Maestro
- Washington
- Conca
- Fred
- Muricy Ramalho
- Emerson Sheik
- Thiago Neves
- Rafael Sóbis
- Diego Cavalieri
- Deco
No jeito de gerir futebol, Celso criou boa relação com os treinadores e jogadores que passaram pelo Tricolor. De bolso cheio, os atletas viravam íntimos do médico. Entre os treinadores um favorito: Renato Gaúcho. A amizade era grande ao ponto dos dois terem passado um Réveillon juntos.
Mesmo após o fim da parceria com a Unimed, Celso nunca se desligou emocionalmente do clube. Em 2019, alinhado a Mário Bittencourt, tornou-se vice-presidente geral — uma tentativa de estabelecer um novo ciclo de reconstrução institucional. A relação, porém, teve divergências, e Celso assumiu papel ativo na oposição, após deixar a gestão do clube.
Nos seus últimos dias, buscava assinaturas para concorrer à presidência do Fluminense no triênio 2026–2028. O médico contava que preferia nem estar concorrendo ao cargo, mas acreditava que precisava utilizar sua influência para defender o que acreditava no clube.
